quarta-feira, 25 de julho de 2012

Estratégia Nacional de Defesa - Termina o F-X2 e Define Critérios para o F-X3

A proposta da nova Estratégia Nacional de Defesa enviada ao Senado, no dia 17 de Julho, traz importantes definições. Uma delas é oficialmente encerrar o Programa F-X2 e partir para o F-X3 e de forma surpreendente estabelecer critérios para tal.

Nelson Düring
Editor-chefe DefesaNet



A proposta da nova Estratégia Nacional de Defesa enviada ao Senado, no dia 17 de Julho, traz importantes definições. Uma delas é oficialmente encerrar o Programa F-X2 e partir para o F-X3 e de forma surpreendente estabelecer critérios para tal.

A leitura da nova Estratégia Nacional de Defesa (END) tem um texto mais objetivo e foi eliminado o estilo retórico do Prof Mangabeira Unger, que coordenou a primeira edição da END lançada, em 2008.

Há várias análises relevantes que merecem uma leitura detalhada. A END apresenta-se como uma leitura mais interessante que o próprio Livro Branco de Defesa Nacional

Na análise e definição sobre a A Força Aérea Brasileira (FAB) são apresentados os objetivos da Força.

Texto pág 16. END

Quatro objetivos estratégicos orientam a missão da Força Aérea Brasileira e fixam o lugar de seu trabalho dentro da Estratégia Nacional de Defesa. Esses objetivos estão encadeados em determinada ordem: cada um condiciona a definição e a execução dos objetivos subsequentes.
(a) A prioridade da vigilância aérea.
(b) O poder para assegurar o controle do ar no grau desejado.
(c) A capacidade para levar o combate a pontos específicos do território nacional, em conjunto com a Marinha e o Exército, constituindo uma única força combatente, sob a disciplina do teatro de operações.
(d) O domínio de um potencial estratégico que se organize em torno de uma capacidade, não em torno de um inimigo

Ao tratar dos pontos relevantes para a FAB a END traz uma análise sobre as condicionantes e perspectivas para o F-X3. É sinal que o presente estágio do F-X2 não é satisfatório, para militares ou o governo.

Define opções a serem evitadas como esgotadas, no caso a modernização das plataformas atuais. Porém pela primeira vez o governo fala sobre a possibilidade de um caça de “Quinta Geração” como meta final.

Porém indica que o presente momento poderá ter uma opção intermediária, um GAP FILL.

Abaixo texto da Estratégia Nacional de Defesa, pág 18

"Dentre todas as preocupações a enfrentar no desenvolvimento da Força Aérea, a que inspira cuidados mais vivos e prementes é a maneira de substituir os atuais aviões de combate, uma vez esgotada a possibilidade de prolongar-lhes a vida por modernização de seus sistemas de armas, de sua aviônica e de partes de sua estrutura e fuselagem.

O Brasil confronta, nesse particular, dilema corriqueiro em toda parte: manter a prioridade das capacitações futuras sobre os gastos atuais, sem tolerar desproteção aérea. Precisa investir nas capacidades que lhe assegurem potencial de fabricação independente de seus meios aéreos e antiaéreos de defesa. Não pode, porém, aceitar ficar desfalcado de um escudo aéreo, enquanto reúne as condições para ganhar tal independência. A solução a dar a esse problema é tão importante, e exerce efeitos tão variados sobre a situação estratégica do País na América do Sul e no mundo, que transcende uma mera discussão de equipamento e merece ser entendida como parte integrante desta Estratégia Nacional de Defesa.

O princípio genérico da solução é a rejeição das soluções extremas – simplesmente comprar, no mercado internacional, um caça “de quinta geração”, ou sacrificar a compra para investir na modernização dos aviões existentes, nos projetos de Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP), no desenvolvimento, junto com outro país, do protótipo de um caça tripulado do futuro e na formação maciça de quadros científicos e técnicos.

Consideração que poderá ser decisiva é a necessidade de preferir a opção que minimize a dependência tecnológica ou política em relação a qualquer fornecedor que, por deter componentes do avião a comprar ou a modernizar, possa pretender, por conta dessa participação, inibir ou influir sobre iniciativas de defesa desencadeadas pelo Brasil."



O Livro Branco de Defesa Nacional, na página 203, traz o seguinte texto:

"FX-2: aquisição de 36 caças multimissão para substituir os Mirage 2000. O projeto teve sua fase de avaliações para o processo de seleção concluída, aguardando a decisão governamental para prosseguir."

Um Plano de Articulação e Equipamento de Defesa (PAED), prospectivo, pois aguarda aprocvação do governo indica os rumos a serem tomados:


Projetos e Subprojetos Prioritários da Força Aérea (pag 253 LBDN)


início fim valor total(+)
6 Projeto Capacitação Operacional da FAB (E) 2009 2030 55.121,0
Subprojeto Aeronave de Caça Multimissão (F-X2) 2013 2026
Subprojeto Aeronave Pesada para Transp. Presidencial (VC-X2) 2013 2014
Subprojeto Helicóptero Médio de Emprego Geral (H-XBR/EC-725) 2009 2017
Subprojeto Aeronave Pesada de Carga e Reab (KC-X2) 2013 2016
Subprojeto Unidade Celular de Comando e Controle 2013 2015
Subprojeto Aeronaves de Transporte, Ensaios e Inspeção em Voo 2013 2028
Subprojeto Aeronaves de Busca e Resgate 2015 2016
Subprojeto Aeronaves de Patrulha Marítima 2016 2028
Subprojeto Aeronaves de Reconhecimento / VANT 2012 2024
Subprojeto Aeronaves de Asas Rotativas 2012 2026
Subprojeto Aeronaves de Instrução 2016 2025
Subprojeto Segurança Terrestre 2011 2023
Subprojeto Sistemas Bélicos 2009 2030
(+) valor em milhões de Reais

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