quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Tambores de Guerra - Netanyahu pedirá a Obama que ameace Irã com ataque militar


O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pedirá ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no encontro que manterão na próxima segunda-feira em Washington, que ameace publicamente o Irã com um ataque militar se o país persa não frear seu programa nuclear, informa hoje o diário Ha'aretz.
Netanyahu endurecerá o tom sobre o tema, que gerou notável "desconfiança" entre os dois aliados por suas diferenças sobre o papel das sanções e o tempo de espera requerido antes de bombardear o Irã, assinala o rotativo. Seu objetivo é arrancar de Obama uma declaração pública mais belicosa que a repetida fórmula "todas as opções estão sobre a mesa".
Netanyahu quer que Obama assegure de forma inequívoca que os Estados Unidos estão preparando uma operação militar para o caso de o Irã cruzar determinadas "linhas vermelhas", aponta o diário com base em um alto funcionário israelense que não foi identificado. Os preparativos para o encontro com Netanyahu, um dia depois do que manterá com o presidente israelense, Shimon Peres, estão sendo intensivos.
Ontem, a Casa Branca propôs ao escritório do primeiro-ministro israelense que os líderes emitam um comunicado conjunto após seu encontro para passar uma imagem de unidade. A desconfiança mútua reinante se origina na percepção de que cada administração está interferindo nos assuntos internos do outro país.
Israel suspeita que Obama está tentando colocar a população israelense contra um ataque ao Irã, enquanto na Casa Branca acredita-se que Netanyahu está usando republicanos e o Congresso, onde são maioria, para pressionar Obama a dar sinal verde ao ataque.
Fonte: EFE/defesanet.com.br

Haiti se tornou laboratório para o Brasil, diz embaixador

Às vésperas de deixar o comando das atividades do governo brasileiro no Haiti, o embaixador Igor Kipman diz que sai do cargo num momento em que o Brasil exerce, no país caribenho, papel de ator principal.
"O Haiti é, sem sombra de dúvida, o palco mais importante para a nossa política externa. Do ponto de vista de exposição, de interação com parceiros, é o posto mais importante da carreira", diz Kipman à BBC Brasil, em entrevista concedida na embaixada brasileira em Porto Príncipe.

À frente da missão desde 2008, Kipman vivenciou dois dos episódios mais trágicos da história haitiana recente: o terremoto de 2010, uma das maiores catástrofes naturais da era moderna, e a epidemia de cólera que sucedeu o tremor.
No período, diz o embaixador, o Brasil intensificou os esforços de cooperação iniciados em 2004, mesmo ano em que o país assumiu a chefia do braço militar da Minustah (Missão da ONU para a Estabilização no Haiti).
Kipman, que assumirá a embaixada na Suíça, afirma ainda que a ênfase dada pelo Brasil ao Haiti nos últimos anos transformou o país num laboratório para experimentos brasileiros nas áreas civil e militar, o que, segundo ele, tem beneficiado ambas as nações.
Leia a seguir os principais trechos da entrevista:
BBC Brasil – No período em que o senhor foi embaixador no Haiti, o país ganhou muita importância para a diplomacia brasileira. Como isso se fez sentir em seu trabalho na embaixada?
Kipman - O Brasil mudou sua atitude em relação ao Haiti em 2004, por uma determinação do presidente Lula. Ele decidiu que era momento de o Brasil estender uma mão solidária ao Haiti, o país mais pobre do Ocidente. Desde então, o Brasil tem aqui posição de ator principal.
A embaixada é uma espécie de coordenadora de atividades não só do governo brasileiro: temos uma presença aqui do Estado brasileiro, incluindo sociedade civil, com inúmeras ONGs. De 2008 pra cá, tentei aproximar esforços para evitar duplicidade.
BBC Brasil – O que mudou após o terremoto em 2010?
Kipman - Tínhamos um elenco importantíssimo de 30 projetos de cooperação técnica em saúde, agricultura, justiça, até que houve o terremoto, que há quem diga foi a maior catástrofe natural da era moderna.
Diferentemente do tsunami na Indonésia e do furacão Katrina em Nova Orleans (EUA), aqui o terremoto afetou capital do país, que concentra todos os serviços. Derrubou todos os prédios públicos exceto um ministério, matou cerca de 30% da força de trabalho do governo. O Estado ficou por um período sem capacidade de reação.
Foi uma situação de emergência em que Brasil, mas não só, atuou de forma extraordinária. O terremoto foi na terça, no domingo começou a funcionar o hospital da Força Aéra, que fez milhares de intervenções, centenas de cirurgias. Entre janeiro e maio, houve mais de 200 voos da FAB com ajuda humanitária.
Passada a fase de emergência, não só retomamos projetos anteriores como passamos a implementar mais alguns. Desde que estou aqui, posso afirmar que sinto crescimento da presença brasileira em todos os níveis, seja político, em ajuda humanitária ou em cooperação técnica.
Para exemplificar esse significado da presença brasileira aqui, basta dizer que, nesses quatro anos em que estou aqui, organizei três visitas de presidente da República. Isso você não verá em outros países.
BBC Brasil - Esse crescimento exponencial da presença brasileira no Haiti não gera riscos de ingerência no país? No Brasil, diz-se que atuação das Forças Armadas aqui recuperou o moral da instituição e inspirou a política de segurança atualmente implantada nas favelas do Rio. O Haiti não pode se tornar uma espécie de laboratório para experimentos brasileiros?
Kipman - O Haiti é um laboratório para nós, nas áreas militar e civil, de governo e de sociedade civil. Aqui temos aprendido muito na área de cooperação. Desde 2004, temos feito experiências com cooperação triangular. Já tivemos projeto Canadá-Brasil-Haiti na área de saúde, já tivemos Espanha-Brasil-Haiti na área de reflorestamento. Isso tudo é aprendizado que fica. É amplamente benéfico para Haiti e extremamente interessante para nós.
Mas não há ingerência porque estamos aqui a convite do governo haitiano e por determinação do Conselho de Segurança da ONU, com mandato absolutamente correto do ponto de vista do direito internacional. Quanto aos militares, não concordo que recuperaram o moral aqui, porque não o tinham perdido.
BBC Brasil – Críticos também mencionam os altos custos da operação para o Brasil e questionam seus benefícios.
Kipman - Vemos crítica em relação ao custo, mas o retorno é intangível. O militar que passa seis meses aqui volta com outra visão de mundo. Vendo aqui realidade muito mais dura que a sua, volta reconciliado com Brasil. Há ganho a nível pessoal, cultural, de educação.
O ganho não é só na área militar. Os técnicos da Embrapa, de saúde, de direitos humanos que vêm trazem aporte, mas levam de volta aprendizado também.
BBC Brasil – No ano passado, o Conselho de Segurança da ONU determinou o início da retirada das tropas estrangeiras (Minustah) no Haiti. Há margem para novas reduções no contingente?
Kipman - Com o terremoto, o Conselho autorizou um aumento para atender à emergência. Hoje estamos retornando quase aos níveis anteriores. Ainda há muito a fazer, mas a emergência passou, e a epidemia de cólera está controlada.
Representa o início de uma retirada gradual? Esperamos que sim. Ninguém tem objetivo de se perenizar no Haiti, fazer disso um laboratório permanente. Mas há objetivo que se superpõe a esse: o de não precisar voltar. Esta já é a sétima missão da ONU no país, porque as demais se retiraram prematuramente, antes de o país assumir o desenvolvimento com suas próprias mãos.
BBC Brasil – Como avalia o processo de ampliação da Polícia Nacional do Haiti?
Kipman - Em 2004, havia força policial no país com cerca de 3 mil homens. Hoje ela tem mais de 10 mil. Ainda precisam de treinamento e equipamento, que estamos proporcionando juntamente com França, Canadá, Estados Unidos.
Meta atual é de 20 mil, mas já houve melhora grande. Em outubro, haverá discussão na ONU de renovação do mandato da Minustah, onde será discutida provavelmente uma nova redução do contingente para 2012, acredito eu, em função da melhoria das condições da Polícia Nacional do Haiti.
Desde 2008, 2009 defendo que temos que discutir internamente no Brasil e com parceiros uma estratégia de saída, que é fundamental.
BBC Brasil - Pelo andar da carruagem, o senhor vislumbra um prazo para a retirada total das tropas?
Kipman - Há vários cenários em discussão. Alguns colocam 2016, outros 2018, há um cenário que fala em 2020. É difícil me arriscar a dizer, mas acho que o mais realista seria 2018. Mas isso é uma previsão quase profética, porque há eleições aqui novamente em 2015, e o novo governo pode dizer: obrigado, vocês nos ajudaram, mas...
BBC Brasil – Mas o presidente Michel Martelly já anunciou a intenção de reconstruir o Exército haitiano para substituir as forças da ONU, inclusive em discurso dentro do batalhão brasileiro.
Kipman - Nenhum povo gosta de ver seu país com forças estrangeiras. O haitiano quer que nós vamos embora? Quer. Mas todos os níveis, do presidente aos moradores de Cité Soleil, entendem que não pode ser uma retirada precipitada e imediata, com risco de ter retrocesso às condições de 2004, quando áreas de Porto Príncipe eram controladas por gangues.
Em 2004, quando escurecia, não havia rigorosamente nenhuma iluminação, e não se via vivalma na rua. As pessoas se recolhiam, era insegurança total. Hoje tem comércio, tem gente. Todos entendem que não é ainda o momento, por isso que defendo retirada gradual à medida que a Polícia Nacional Haitiana e ou a nova força que o presidente mencionou possam se ocupar sozinhas das forças do país.
BBC Brasil - Não seria interessante trocar o comando da vertente militar da Minustah? É raro um único país, no caso o Brasil, permanecer por tanto tempo à frente de uma missão multilateral.
Kipman - A que se deve a perenização do nosso comando? Ao amplo êxito da Minustah, reconhecido por todos os parceiros. Enquanto a ONU nos pedir que comandemos, comandaremos. Conheci aqui no Haiti todos os force commanders (comandantes da força), e todos foram excepcionais.
BBC Brasil - Como o governo e o povo haitianos reagiram à decisão do governo brasileiro de conceder cem vistos mensais a cidadãos do país?
Kipman - Houve um equívoco, que foi culpa nossa, do governo, de não explicar a medida, porque falaram que estabelecemos cotas. Não foi isso. Qualquer haitiano que venha aqui (à embaixada) para se candidatar a um visto permanente ou de trabalho, temporário, continua com todos os direitos de qualquer cidadão no mundo. Criou-se uma cota de concessão além do normal. Não é uma restrição, é uma ampliação de direito.
O governo haitiano ficou lisonjeado e feliz com essa abertura, porque obviamente o problema de desemprego no país é seríssimo e não será resolvido em 15 dias. O haitiano que aqui não encontra oportunidades de trabalho busca não só o Brasil: há cerca de 75 mil haitianos nas Bahamas, dezenas de milhares em Guadalupe, na Martinica, na Guiana Francesa, milhões nos Estados Unidos, na República Dominicana.
A reação da população foi de procura imensa, para buscar informações sobre o que é necessário para se candidatar ao visto. Não estamos concedendo ainda grande quantidade porque há três exigências: ter passaporte, ser residente no Haiti, comprovado por atestado de residência, e apresentar atestado de bons antecedentes. Aqui isso é relativamente complicado, leva pelo menos um mês para produzir a documentação.
BBC Brasil - Por que cem vistos por mês?
Kipman - Do terremoto para cá, houve ingresso de cerca de 70 e 80 haitianos ilegais pela fronteira norte do Brasil ao mês. Ao conceder cem vistos, damos margem para absorver os que estão sendo submetidos a maus tratos pelos coiotes, para a travessia pela floresta, com risco de saúde e morte.
Abre-se porta para essa cota que entrava ilegalmente entrar de cabeça erguida em Guarulhos, Brasília, Manaus, pelos aeroportos.
BBC Brasil - Esses critérios não vão peneirar os postulantes ao visto, dificultando que os mais pobres o obtenham?
Kipman - Sem dúvida, mas aí não há muito o que fazer. Se ele vai ao Brasil, depende de comprar bilhete aéreo também. Em vez de pagar bilhete até Quito e o coiote, vai economizar o coiote.
BBC Brasil - Mas chegar ao Brasil só com o visto, sem apoio para aprender português e se inserir no mercado de trabalho, não é pouco?
Kipman - Mas há apoio. Ilegais têm apoio de igrejas, de governos locais. O Ministério do Trabalho está organizando elenco de associações, de entidades que se dispuseram a prestar apoio a eles. Isso está sendo feito de forma muito profissional.
BBC Brasil - O senhor vai sentir falta do período aqui?
Kipman - O Haiti é, sem sombra de dúvida, o palco mais importante para a nossa política externa. Do ponto de vista de exposição, de interação com parceiros, é o posto mais importante da carreira. Mas também pelas características do país, as dificuldades, acho que nenhum embaixador deveria ficar aqui mais de três anos. Estou indo para o quarto, então é o momento de partir.
Lá na Suíça será muito diferente e sem dúvida sentirei falta de uma porção de coisas. Por outro lado, poderei caminhar sozinho e livremente pela rua, poderei ir ao cinema toda semana, terei tempo para ler bons livros. A Suíça tem outros tipos de problema, não está sujeita a terremotos nem furacões, mas também tem atividades muito importantes para o governo brasileiro.
Fonte: BBC Brasil/defesanet.com.br

Países emergentes impulsionam setor global de armamentos

Andrea Rizzi
Em Madri (Espanha)
O mercado mundial de armamentos está contornando com êxito o temporal da crise financeira. Apesar das dificuldades econômicas de muitos países ocidentais que figuram entre os maiores investidores militares do mundo, o setor prosseguiu em expansão em 2010. O faturamento das cem principais empresas produtoras subiu este ano para 305 bilhões de euros (o equivalente a cerca de um terço do PIB da Espanha) e cresceu 1% em termos reais em relação ao ano anterior, segundo dados publicados na segunda-feira pelo Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Suécia).
Várias razões explicam esse resultado, que não inclui os dados das muito ativas empresas chinesas e de outros países nos quais a falta de transparência impede o acesso à informação. A primeira está ligada às características próprias do setor: seus tempos de produção.
“São necessários anos para produzir armas sofisticadas. Os processos de produção são lentos e muitos contratos costumam ser a longo prazo”, explica em conversa por telefone a pesquisadora Susan Jackson, autora do relatório. A compra de aviões, navios de guerra ou mísseis – que constituem uma cota muito relevante do mercado – é planejada com anos de antecedência. Portanto, o setor não reage imediatamente às mudanças de ciclo.
Em todo caso, Jackson considera que mesmo nos próximos anos é improvável que o setor sofra retrocessos marcantes. “Não creio que haja grandes flutuações. Algumas empresas poderão sofrer mais que outras por cortes em programas de compras, mas em todo caso não será um fenômeno generalizado”, indica a analista.
Uma das explicações é a sustentada demanda procedente de países emergentes, que contribuiu para manter o faturamento nos últimos anos e sem dúvida o fará cada vez mais nos próximos.
O rearmamento da China, por exemplo, promoveu uma reação em cadeia no sul e no leste asiáticos, e países como Índia ou Coreia do Sul estão comprando uma quantidade crescente de material bélico. No último quinquênio, os dois países foram o primeiro e o terceiro importadores do mundo. Embora o gasto militar chinês seja muito superior ao indiano e ao sul-coreano, Pequim é só o segundo importador mundial, pelo fato de ter uma maior capacidade de produção interna. A bonança econômica latino-americana também propiciou um aumento do gasto.
Jackson indica que as companhias do setor têm suas estratégias definidas para aproveitar o impulso dos países emergentes. A francesa Dassault, por exemplo, acaba de ser escolhida por Nova Déli para a compra de 126 aviões de combate Rafale, um contrato estimado em 15 bilhões de euros.
Mas inclusive no Ocidente o corte poderia não ser tão acentuado quanto a crise faz pensar. Alguns países recuaram em compras de armamentos já planejadas. A Itália quer reduzir de 131 para 90 o número de caças F-35 que comprará nos próximos anos. Os EUA também estão revisando importantes programas de aquisições. “Mas em geral os cortes no gasto militar não significam necessariamente cortes na compra de armas”, indica Jackson. Esse é um tipo de corte que enfrenta grandes resistências. Não só pela vontade de equipar as forças armadas com novo armamento, como também pela vontade de manter vivos e na vanguarda os ciclos de produção de empresas consideradas estratégicas.
Assim, a crise desacelerou o crescimento do setor, mas não deveria fazê-lo retroceder. Dentre as principais cem empresas do setor, 44 são dos EUA e 30 da Europa ocidental. As espanholas Navantia e Indra figuram respectivamente em 45º e 84º lugares na escala global. Lockheed Martin, BAE Systems e Boeing são as três primeiras da lista. Desde 2002 o faturamento das cem maiores companhias – que juntas representam a arrasadora maioria do negócio do setor – aumentou 60%, segundo dados do instituto de Estocolmo. (Tradutor: Luiz Roberto Mendes Gonçalves)
FONTE: UOL Notícias/El País
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Militares da reserva reafirmam ataque a Dilma e confrontam Amorim

Em nota divulgada na terça-feira, 98 militares da reserva reafirmaram recentes ataques feitos por clubes militares à presidente Dilma Rousseff e disseram não reconhecer autoridade no ministro da Defesa, Celso Amorim, para proibi-los de expressar opiniões. A nota, intitulada “Eles que Venham. Por Aqui Não Passarão”, também ataca a Comissão da Verdade, que apontará, sem poder de punir, responsáveis por mortes, torturas e desaparecimentos na ditadura. Aprovada no ano passado, a comissão espera só a indicação dos membros para começar a funcionar. “(A comissão é um) ato inconsequente de revanchismo explícito e de afronta à Lei da Anistia com o beneplácito, inaceitável, do atual governo”, diz o texto, endossado por, entre outros, 13 generais. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
O novo texto foi divulgado no site A Verdade Sufocada, mantido pela mulher de Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel reformado do Exército e um dos que assinam o documento. Ustra, ex-chefe do DOI-Codi (aparelho da repressão do Exército) em São Paulo, é acusado de torturar presos políticos na ditadura, motivo pelo qual é processado na Justiça. Ele nega os crimes.
A atual nota reafirma o teor de outra, do último dia 16, na qual os clubes Militar, Naval e de Aeronáutica fizeram críticas a Dilma, dizendo que ela se afastava de seu papel de estadista ao não “expressar desacordo” sobre declarações recentes de auxiliares e do PT contra a ditadura. Após mal-estar e intervenção do Planalto, de Amorim e dos comandantes das Forças, os clubes tiveram de retirar o texto da internet.
Apesar de fora da ativa, todos ainda devem, por lei, seguir a hierarquia das Forças, das quais Dilma e Amorim são os chefes máximos. “Em uníssono, reafirmamos a validade do conteúdo do manifesto do dia 16″, afirma a nota de ontem, que lembra que o texto anterior foi tirado da internet “por ordem do ministro da Defesa, a quem não reconhecemos qualquer tipo de autoridade ou legitimidade para fazê-lo”. Agora, os militares dizem que o “Clube Militar (da qual a maioria faz parte) não se intimida e continuará atento e vigilante”.
FONTE: Terra

‘Eles que venham. Por aqui não passarão!’

Este é um alerta à Nação brasileira, assinado por homens cuja existência foi marcada por servir à Pátria, tendo como guia o seu juramento de por ela, se preciso for, dar a própria vida. São homens que representam o Exército das gerações passadas e são os responsáveis pelos fundamentos em que se alicerça o Exército do presente.
Em uníssono, reafirmamos a validade do conteúdo do Manifesto publicado no site do Clube Militar (leia aqui), a partir do dia 16 de fevereiro próximo passado, e dele retirado, segundo o publicado em jornais de circulação nacional, por ordem do Ministro da Defesa, a quem não reconhecemos qualquer tipo de autoridade ou legitimidade para fazê-lo.

Texto completo

O Clube Militar é uma associação civil, não subordinada a quem quer que seja, a não ser a sua Diretoria, eleita por seu quadro social, tendo mais de cento e vinte anos de gloriosa existência. Anos de luta, determinação, conquistas, vitórias e de participação efetiva em casos relevantes da História Pátria.
A fundação do Clube, em si, constituiu-se em importante fato histórico, produzindo marcas sensíveis no contexto nacional, ação empreendida por homens determinados, gerada entre os episódios sócio-políticos e militares que marcaram o final do século XIX. Ao longo do tempo, foi partícipe de ocorrências importantes como a Abolição da Escravatura, a Proclamação da República, a questão do petróleo e a Contra-revolução de 1964, apenas para citar alguns.

O Clube Militar não se intimida e continuará atento e vigilante, propugnando comportamento ético para nossos homens públicos, envolvidos em chocantes escândalos em série, defendendo a dignidade dos militares, hoje ferida e constrangida com salários aviltados e cortes orçamentários, estes últimos impedindo que tenhamos Forças Armadas (FFAA) a altura da necessária Segurança Externa e do perfil político-estratégico que o País já ostenta. FFAA que se mostram, em recente pesquisa, como Instituição da mais alta confiabilidade do Povo brasileiro (pesquisa da Escola de Direito da FGV-SP).

O Clube Militar, sem sombra de dúvida, incorpora nossos valores, nossos ideais, e tem como um de seus objetivos defender, sempre, os interesses maiores da Pátria.
Assim, esta foi a finalidade precípua do manifesto supracitado que reconhece na aprovação da “Comissão da Verdade” ato inconseqüente de revanchismo explícito e de afronta à lei da Anistia com o beneplácito, inaceitável, do atual governo.
Assinam, abaixo, os Oficiais Generais por ordem de antiguidade e os Oficiais superiores por ordem de adesão.
OFICIAIS GENERAIS
Gen Gilberto Barbosa de Figueiredo
Gen Amaury Sá Freire de Lima
Gen Cássio Cunha
Gen Aloísio Rodrigues dos Santos
Gen Ulisses Lisboa Perazzo Lannes
Gen Marco Antonio Tilscher Saraiva
Gen Aricildes de Moraes Motta
Gen Tirteu Frota
Gen César Augusto Nicodemus de Souza
Gen Marco Antonio Felício da Silva
Gen Bda Newton Mousinho de Albuquerque
Gen Paulo César Lima de Siqueira
Gen Manoel Theóphilo Gaspar de Oliveira
Gen Elieser Girão Monteiro

OFICIAIS SUPERIORES

T Cel Carlos de Souza Scheliga
Cel Carlos Alberto Brilhante Ustra
Cel Ronaldo Pêcego de Morais Coutinho
Capitão-de-Mar-e-Guerra Joannis Cristino Roidis
Cel Seixas Marques
Cel Pedro Moezia de Lima
Cel Cláudio Miguez
Cel Yvo Salvany
Cel Ernesto Caruso
Cel Juvêncio Saldanha Lemos
Cel Paulo Ricardo Paiva
Cel Raul Borges
Cel Rubens Del Nero
Cel Ronaldo Pimenta Carvalho
Cel Jarbas Guimarães Pontes
Cel Miguel Netto Armando
Cel Florimar Ferreira Coutinho
Cel Av Julio Cesar de Oliveira Medeiros
Cel.Av.Luís Mauro Ferreira Gomes
Cel Carlos Rodolfo Bopp
Cel Nilton Correa Lampert
Cel Horacio de Godoy
Cel Manuel Joaquim de Araujo Goes
Cel Luiz Veríssimo de Castro
Cel Sergio Marinho de Carvalho
Cel Antenor dos Santos Oliveira
Cel Josã de Mattos Medeiros
Cel Mario Monteiro Campos
Cel Armando Binari Wyatt
Cel Antonio Osvaldo Silvano
Cel Alédio P. Fernandes
Cel Francisco Zacarias
Cel Paulo Baciuk
Cel Julio da Cunha Fournier
Cel Arnaldo N. Fleury Curado
Cel Walter de Campos
Cel Silvério Mendes
Cel Luiz Carvalho Silva
Cel Reynaldo De Biasi Silva Rocha
Cel Wadir Abbês
Cel Flavio Bisch Fabres
Cel Flavio Acauan Souto
Cel Luiz Carlos Fortes Bustamante Sá
Cel Plotino Ladeira da Matta
Cel Jacob Cesar Ribas Filho
Cel Murilo Silva de Souza
Cel Gilson Fernandes
Cel José Leopoldino
Cel Evani Lima e Silva
Cel Antonio Medina Filho
Cel José Eymard Bonfim Borges
Cel Dirceu Wolmann Junior
Cel Sérgio Lobo Rodrigues
Cel Jones Amaral
Cel Moacyr Mansur de Carvalho
Cel Waine Canto
Cel Moacyr Guimarães de Oliveira
Cel Flavio Andre Teixeira
Cel Nelson Henrique Bonança de Almeida
Cel Roberto Fonseca
Cel Jose Antonio Barbosa
Cel Cav Ref Jomar Mendonça
Cel Nilo Cardoso Daltro
Cel Carlos Sergio Maia Mondaini
Cel Nilo Cardoso Daltro
Cel Vicente Deo
Cel Av Milton Mauro Mallet Aleixo
Cel José Roberto Marques Frazão
Cel Luiz Solano
Cel Flavio Andre Teixeira
Cel Jorge Luiz Kormann
Cel Aluísio Madruga de Moura e Souza
Cel Aer Edno Marcolino
Cel Paulo Cesar Romero Castelo Branco
Cel CARLOS LEGER SHERMAN PALMER
Capitão-de-Mar-e-Guerra Cesar Augusto Santos Azevedo
TCel Osmar José de Barros Ribeiro
T Cel Mayrseu Cople Bahia
TCel José Cláudio de Carvalho Vargas
TCel Aer Jorge Ruiz Gomes.
TCel Aer Paulo Cezar Dockorn
Cap de Fragata Rafael Lopes Matos
Maj Paulo Roberto Dias da Cunha

OFICIAIS SUBALTERNOS
2º Ten José Vargas Jiménez


FONTE: A Verdade Sufocada

Brasil reduz tropas no Haiti e muda foco de missão

Contingente do Brasil na Minustah, o maior da missão, perderá 288 dos 2.189 membros até abril.

PORTO PRÍNCIPE - A bordo de um veículo fortificado, um militar brasileiro percorre lentamente uma rua de Croix-des-Bouquets, bairro na periferia da capital haitiana, Porto Príncipe. Ao chegar ao fim da via, engata a marcha a ré e regressa com igual cuidado ao ponto de onde partiu, até erguer o polegar para um colega, sinalizando o cumprimento da missão.

Cerimônia de homenagem póstuma aos dois oficiais da Marinha foi realizada nesta terça-feira no Rio

 

Anderson Dezan
A cerimônia de homenagem póstuma aos dois militares mortos no incêndio ocorrido na base brasileira na Antártida foi realizada na manhã desta terça-feira (28), na Base Aérea do Galeão na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro.
O ato durou cerca de 30 minutos e contou com as presenças do vice-presidente da República, Michel Temer, e do ministro da Defesa, Celso Amorim. Na homenagem, o suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo, de 47 anos, e o primeiro-sargento Roberto Lopes dos Santos, de 45 anos, receberam promoção póstuma por ato de bravura ao posto de segundo-tenente. Eles ainda foram condecorados pela Marinha com a Medalha Naval de Serviços Distintos e laureados com a Ordem do Mérito da Defesa pela Presidência da República.
Parentes e amigos das vítimas estavam muito emocionadas durante a cerimônia feita na presença dos caixões cobertos com a bandeira do Brasil. “Ele era tudo para mim. Sempre foi meu herói desde criança”, disse Nair Santos, mãe do oficial Roberto, segurando um terço. “Ele era tudo o que eu tinha. Era só bênçãos e maravilhas. Ele era maravilhoso”, declarou Nilza Costa Figueiredo, casada havia 26 anos com Carlos Alberto.
"Eles partem sem medo", diz Temer
Carlos Alberto nasceu em Vitória da Conquista (BA), e ingressou na Marinha aos 18 anos como marinheiro. Roberto Lopes era de Salvador (BA), e sua carreira na Marinha teve início quando ele tinha 19 anos. Na época, ele entrou na escola de aprendizes da Força Armada, em Santa Catarina.
Eles ocupavam o cargo de supervisores eletricistas na estação Antártica Comandante Ferraz.
“Os dois oficiais mostraram que não temiam nada. Se temessem não teriam o gesto de heroísmo para debelar o desastre. Eles partem sem medo e deixam esse exemplo para seus filhos, para a Marinha, para as Forças Armadas e todo o povo brasileiro”, disse o vice-presidente da República, Michel Temer.
Segundo o comandante da Marinha, almirante-de-esquadra Júlio Soares de Moura Neto, a corporação “chora a perda dos dois heróis, que ofereceram suas vidas no cumprimento do dever”. ”Eles tinham em comum mais que a paixão pelo mar. Eram militares experientes, cidadãos honrados, homens de bem, zelosos pela sua profissão”, afirmou o oficial, emocionado.
Durante a cerimônia, o ministro da Defesa, Celso Amorim, informou que a estação brasileira na Antártida será reconstruída mas, não fixou prazos. “ Estamos dispostos a reconstruir nossa base, não só para retomar as pesquisas importantes, mas também para honrá-los, disse, referindo-se aos dois oficiais mortos.
Fonte: IG

Peru protesta contra Chile por entrada de militares em seu território


O Peru apresentou uma nota de protesto ao Chile pela entrada não autorizada de militares em território peruano em busca de minas implantadas por este país e que, devido às fortes chuvas, se deslocaram para a fronteira comum, informou nesta terça-feira a chancelaria.
A nota foi enviada na sexta-feira, 24 de fevereiro, segundo um comunicado oficial da Chancelaria peruana, que afirma que foi constatada "a presença de militares chilenos em uma área do território peruano realizando trabalhos de sinalização do curso de deslizamento (de minas) que alcançou o território do Peru".
Portanto, acrescenta que, "tratando-se de uma entrada não autorizada de militares estrangeiros, o Governo do Peru entregou uma nota de protesto ao Governo do Chile no dia 24 de fevereiro".
O comunicado afirma que até a data foi verificado que "não existe presença de funcionários chilenos na área".
A nota diplomática adverte que "os trabalhos realizados por soldados chilenos não prejudicam nem afetam a soberania e a jurisdição do Peru nem o limite estabelecido em virtude do Tratado de 1929 e dos trabalhos da Comissão Mista de limites em 1929 e 1930".
O comunicado oficial ressalta que, diante da situação de emergência pelo deslocamento das minas e por considerações humanitárias, o Peru reitera sua disposição de cooperar com o Chile nos trabalhos necessários para garantir a segurança da população potencialmente afetada pelas minas.
O Chile fechou sua fronteira com o Peru na segunda-feira, dia 20, e a reabriu na quarta-feira, dia 24 deste mesmo mês, após o aparecimento de minas colocadas durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) e arrastadas por chuvas torrenciais que atingiram a região.
Fonte: AFP/defesanet.com.br

Otan pede foco em estabilidade afegã após queima de Alcorão


WASHINGTON, 28 Fev (Reuters) - A Otan deve manter o foco em promover a estabilidade no Afeganistão apesar dos protestos e violência que assolam o país após a queima de exemplares do Alcorão em uma base militar da Otan, afirmou o chefe da aliança nesta terça-feira.
"Apesar da tragédia deste incidente e dos desafios que enfrentamos, não devemos perder de vista nosso objetivo, um Afeganistão estável. Isso é todo o nosso interesse, isso deve permanecer como foco do nosso esforço compartilhado", disse o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte, Fogh Rasmussen, durante um seminário da aliança em Washington.
A estratégia dos Estados Unidos e seus parceiros da Otan tem sido questionada nos últimos dias, depois que a queima de exemplares do livro sagrado muçulmano provocou protestos generalizados e dois oficiais norte-americanos foram mortos em um ataque que aconteceu dentro do Ministério do Interior afegão.
Os comentários de Rasmussen foram feitos no momento em que autoridades da Otan se preparam para uma cúpula a ser realizada em Chicago em maio, cuja expectativa é lançar luz sobre o rumo do Ocidente no Afeganistão, onde depois de mais de 10 anos de guerra, o Taliban continua representando uma grande ameaça e o governo do presidente Hamid Karzai permanece fraco.
O presidente Barack Obama disse que vai retirar os 33.000 soldados adicionais que enviou para o Afeganistão em 2009-2010 até o outono no Hemisfério Norte, mas seus planos de redução de tropas além disso ainda não estão claros. A maioria das tropas de combate estrangeiras deverá ter saído do Afeganistão até o final de 2014.
Crucial para a estratégia da Otan no Afeganistão será estabelecer um Exército e uma equipe policial locais capazes. Embora as forças afegãs sejam muito maiores do que eram, eles não têm recursos importantes, e ataques recentes de afegãos vestindo uniformes de segurança levantaram questões sobre como os soldados ocidentais irão completar a sua missão de treinamento.
Na segunda-feira, autoridades dos EUA disseram que não iriam desviar dos planos de passar gradualmente para um papel consultivo, apesar das mortes dos oficiais dentro do Ministério do Interior, o que levou todos os conselheiros da Otan a serem retirados dos ministérios em Cabul.
Rasmussen disse que a forma como as forças afegãs lidaram com os protestos desencadeados pela queima do Alcorão mostrou quanto progresso havia sido feito.
Fonte:defesanet.com.br

Embraer no ranking das maiores em defesa

Pela primeira vez, grupo brasileiro entra na lista dos 100 maiores do setor no mundo

Embraer entrou pela primeira vez na lista das cem maiores empresas militares e de armamentos do mundo. Dados publicados ontem pela entidade sueca Stockholm International Peace Research Institute (Sipri) apontam a empresa brasileira no 94.º posto, em uma classificação dominada por companhias americanas e europeias.
Apesar da crise mundial, o comércio de armamentos continua em expansão, ainda que de uma forma bem mais modesta que nos anos anteriores. As ambições de países emergentes mantiveram o mercado aquecido, apesar de cortes de orçamentos militares nos países ricos.
A liderança mundial continua com a americana Lockheed Martin, com US$ 35,7 bilhões em vendas de armamento apenas no ano de 2010. No total, a companhia emprega 132 mil funcionários.
No caso da Embraer, a empresa entra pela primeira vez na seleta lista, depois de um salto importante nos últimos anos nas vendas de aeronaves para fins militares. A lista, porém, não inclui empresas chinesas, por conta da falta de informações confiáveis sobre as vendas das empresas militares de Pequim. Entre 2009 e 2010, as vendas da empresa brasileira no setor aumentaram de US$ 470 milhões para US$ 670 milhões. Hoje, 12% de todas as vendas da Embraer vêm do setor militar.
Desde 2005, as vendas da empresa brasileira praticamente dobraram, em uma taxa de expansão superior ao da média mundial. Segundo o Sipri, as vendas militares no mundo tiveram um incremento de 60% entre 2002 e 2010, mas de apenas 1% entre 2009 e 2010. No total, o setor foi responsável por vendas de US$ 640 bilhões em 2010. Em 2002, o movimento chegou a US$ 280 bilhões.
Outra constatação é que há um número cada vez maior de empresas de países emergentes na lista até hoje dominada pelos países ricos. Das cem empresas, três são indianas, uma de Cingapura, duas da Coreia do Sul, além de empresas do Kuwait e da Turquia. Na Ásia e Oriente Médio, empresas locais já representam US$ 24 bilhões em vendas.
Ainda assim, o controle do setor militar está mesmo nas mãos de países europeus e dos Estados Unidos, com uma concentração alta do poder bélico nas mãos de poucas indústrias. Dos Estados Unidos, há nada menos que 44 empresas entre as cem maiores, representando 60% das vendas. Também fazem parte da lista 29 grupos europeus.
As dez maiores produtoras de armas do mundo representaram 56% das vendas internacionais em 2010, ou cerca de US$ 230 bilhões. Juntas, as empresas europeias e americanas controlam 91% das vendas mundiais. "Os dados demonstram mais uma vez a habilidade do setor de continuar vendendo armas, apesar da crise internacional", declarou Susan Jackson, especialista da entidade.
Fonte: Estadão

Após queima de Corão, EUA querem manter plano no Afeganistão


Os Estados Unidos pretendem manter sua estratégia no Afeganistão apesar dos casos de violência ocorridos no país islâmico após a queima de exemplares do Corão por parte de soldados americanos em uma base da Otan, disse o Pentágono nesta segunda-feira. O porta-voz do Departamento da Defesa, George Little, afirmou em entrevista coletiva que tanto o secretário da pasta, Leon Panetta, como o chefe do Estado-Maior Conjunto, Martin Dempsey, acreditam que "os fundamentos da estratégia continuam sólidos".
Little disse que os Estados Unidos não vão permitir que o incidente prejudique os progressos conseguidos no combate contra a Al Qaeda, e manterão seu compromisso de completar a transição em assuntos de segurança em 2014. "Não permitiremos que os recentes eventos nos façam perder de vista os progressos que estamos conseguindo rumo a nosso objetivo mais amplo, incluindo o principal de derrotar a Al Qaeda e seus aliados terroristas e não deixar que tenham um refúgio seguro no Afeganistão", afirmou.
Desde que foi divulgado o episódio da queima de exemplares do Corão, na semana passada, houve uma série de manifestações violentas nas quais morreram 30 pessoas.
Fonte:defesanet.com.br

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Wikileaks: pesquise você mesmo os milhares de e-mails divulgados

São cinco milhões de e-mails que terminam revelando como funciona a agência privada Stratfor, que trabalha com serviços secretos, Embaixadas e empresas multinacionais.

Forças Armadas devem intensificar proteção às fronteiras da região Norte

Segundo Marinha, Exército e Aeronáutica, Norte do país será prioridade.
TCU tem 90 dias para apresentar plano de ação das operações
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A Marinha, Exército e Aeronáutica devem priorizar a proteção e fiscalização das fronteiras brasileiras na Amazônia nos próximos 20 anos. As Forças Armadas irão realizar operações, por meio de um trabalho conjunto entre o Ministério da Defesa e o Tribunal de Contas da União (TCU). Um estudo foi realizado e o órgão federal tem 90 dias para apresentar o plano de ação para combater problemas como o consumo de drogas.
Entre as estratégias de proteção está a Operação Agata e a Operação Sentinela. A primeira será temporária e a segunda deve ser realizada permanentemente. Segundo o representante do Ministério da Defesa, general Di Nardi, há um plano de fortalecer as fronteiras nos próximos vinte anos.
O TCU realizou um estudo para analisar as políticas de tratamento e o atual trabalho de combate às drogas na fronteira. De acordo com o ministro do TCU, Aroldo Cedraz, é necessário integração entre as políticas públicas. "Temos que tomar providencias imediatas para que a situação complicada na fronteira não nos traga problemas maiores", disse.

Fonte: G1

Paraguai é origem de 80% da maconha vendida no Brasil, diz ONU

Cerca de 80% da maconha utilizada no Brasil em 2011 entrou pelo Paraguai, enquanto outros 20% têm origem local, informou nesta terça-feira (28) um estudo da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes, ligada às Nações Unidas. O órgão avaliou também que o consumo de drogas em geral está em nível “endêmico” tanto em países ricos como nos em desenvolvimento.

O documento informou que o Brasil destruiu pelo menos 2,8 milhões de plantas de cannabis, incluindo mudas, e apreendeu mais de 155 toneladas da erva no ano passado. Os números podem ser ainda maiores, uma vez que o governo federal não forneceu o relatório estatístico anual em tempo hábil para a análise, o que também ocorreu com potências como Japão, Canadá e Reino Unido.

O Paraguai é o maior produtor de maconha na América do Sul, responsável por praticamente a metade do total produzido da região. Em 2010, diz a ONU, o país acabou com mais de mil hectares de plantações ilegais e confiscou mais de 130 toneladas da droga – 45 toneladas a mais do que no ano anterior. A fiscalização da fronteira paraguaia foi um dos temas das eleições presidenciais brasileiras de dois anos atrás.

No documento há uma citação ao esforço de combate ao crack realizado pelo governo brasileiro, mas sem julgamento sobre se a iniciativa tem funcionado ou não. Foram usados dados entregues até novembro de 2011.
A Junta afirma que houve aumento nas apreensões de cocaína no Brasil em 2011, subindo para 27,1 toneladas, mas não informa qual era o número anterior. O maior produtor sul-americano é a Colômbia, com 211 toneladas (eram 253 toneladas em 2009).

O órgão fez menção favorável ao sistema de Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) somadas a ações sociais no Rio de Janeiro. “Por meio destes esforços combinados, tem se tentado enfrentar a base de poder das gangues ligadas ao crime organizado e construir um senso de confiança entre a polícia e a população local de forma a aumentar a segurança e a proteção das pessoas que vivem nestas áreas”, diz o texto divulgado nesta quinta-feira.

Dilma anunciou plano em dezembro

O governo federal lançou no fim do ano passado um plano de combate ao crack que terá investimento de R$ 4 bilhões até 2014, entre ações dos ministérios da Saúde e da Justiça. Além de busca ativa de viciados e ampliação do número de leitos disponíveis em centros de tratamento, a presidente Dilma Rousseff buscou reforçar a repressão ao tráfico e ao contrabando.

Na área da saúde, as principais medidas são a criação de consultórios de rua, centros de atendimento 24h e enfermarias especializadas para tratar pessoas viciadas que estejam em abstinência ou com intoxicação grave. O governo aumentou em 2.462 as vagas de internação, para 3.562. O valor gasto por paciente subirá de R$ 57 para R$ 200.

Foi o primeiro plano na área lançado no governo Dilma – na gestão Luiz Inácio Lula da Silva houve outros. Pesquisas recentes indicaram a presença da droga até no meio rural, o que o relatório da ONU confirmou.

O Palácio do Planalto enviará ao Congresso, como parte do plano, um projeto de lei para mudar o Código de Processo Penal para acelerar a destruição de drogas apreendidas pela polícia, assim como o leilão de bens usados no tráfico.
Fonte: UOL

ONU destaca aumento da produção de ópio na Ásia

A produção de ópio pode aumentar depois de 2011 em consequência do desenvolvimento do cultivo da papoula no Afeganistão, um aumento do preço pago pelo ópio aos produtores e a retirada prevista da força da Otan, destacou uma agência da ONU nesta terça-feira.
Em seu relatório anual, a Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (JIFE), uma agência da ONU com sede em Viena, prevê "um novo aumento da produção de ópio após 2011".
"A causa será a combinação do desenvolvimento do cultivo de papoula nas províncias do Afeganistão, um aumento considerável do preço pago pelo ópio aos produtores e as retiradas previstas pela Força Internacional da Otan no Afeganistão (Isaf)", afirma o documento.
Apesar dos Estados Unidos permanecerem como o principal mercado para os entorpecentes, a Europa representa a maior parte no mercado dos opiáceos. A variedade das substâncias consumidas nesta região continua aumentando.
Segundo os dados da JIFE, enquanto o cultivo de maconha acontece em alguns casos em uma "dimensão industrial", o consumo de heroína é o principal problema vinculado aos entorpecentes em termos de doenças e mortalidade, e a Europa é o segundo mercado mundial para a cocaína.
Fonte: Folha.com

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Autoridades frustram plano para assassinar Putin, diz canal de TV russo


'O objetivo era ir para Moscou e tentar assassinar Putin', teria dito um dos supostos conspiradores - Alexei Druzhinin/AP

 
MOSCOU - Grupos de segurança russos e ucranianos frustraram um plano para assassinar o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, após as eleições presidenciais de 4 de março, afirmou a agência de contra-inteligência ucraniana SBU, na segunda-feira, 27.
Uma reportagem do canal russo Channel One, que não citou o nome de nenhum oficial de segurança, disse que os serviços especiais ucranianos haviam detido duas pessoas no porto de Odessa, no Mar Negro, após uma explosão em um apartamento alugado, no qual uma pessoa morreu.
Os conspiradores trabalhavam para um grupo que quer criar um Estado islâmico no Norte do Cáucaso, na Rússia. "Eu posso confirmar oficialmente que eles estavam preparando uma tentativa de assassinato para Putin", disse a porta-voz da SBU, Marina Ostapenko.
Segundo Marina, os dois homens foram presos. Um deles foi capturado após ser ferido em uma explosão em um apartamento em Odessa.
O segundo, que era internacionalmente procurado, foi preso um mês depois de ter escapado inicialmente, disse a porta-voz.
O Channel One disse que os serviços especiais da Ucrânia haviam alertado a agência de segurança russa FSB e que os homens haviam sido presos no início do ano.
"Nosso objetivo final era ir para Moscou e tentar assassinar Putin", um homem, descrito como um dos conspiradores, foi mostrado dizendo no Channel One. "Nosso prazo era depois das eleições para presidente da Rússia."
Pesquisas de opinião mostram que Putin, ex-oficial da KGB que massacrou separatistas durante uma guerra que iniciou na região de Chechênia, no Norte do Cáucaso, vencerá facilmente as eleições, porém enfrenta crescentes movimentos de oposição.

Fonte: Estadão

Guerras no mundo triplicaram em 2011


"Barômetro de conflitos" divulgado por Instituto de Heidelberg de Pesquisa Internacional de Conflitos (HIIK) apresentou resultados assustadores. Oriente Médio e África são principais celeiros de conflito.
Especialistas alemães em pesquisa de conflitos fizeram um balanço dos choques mais violentos no mundo, com um resultado alarmante: no espaço de um ano, o número de guerras em curso mais do que triplicou. Conforme Natalie Hoffmann, do Instituto de Pesquisa Internacional de Conflitos de Heidelberg (HIIK, na sigla em alemão), é impossível detectar uma tendência em direção a um mundo mais pacífico.
Ao invés disso, os números de 2011 foram os mais altos desde 1945. Os pesquisadores contaram 20 guerras e 166 "conflitos desenvolvidos de forma violenta". O instituto alemão projeta um acréscimo nos próximos meses. No ano anterior, haviam sido registradas seis guerras e 161 conflitos violentos.
Oriente Médio, África, Cáucaso
Desde 1991, o HIIK divulga o "barômetro mundial de conflitos", com o fim de fornecer uma noção total das crises, conflitos e guerras em curso. Entre as hostilidades que resultaram em guerra, no ano passado, os pesquisadores incluem a situação no Iêmen, Líbia e Síria.

Seguem classificados como "guerra", as ofensivas das Forças Armadas paquistanesas contra os talibãs, os embates entre o governo afegão e os talibãs e a violência no Iraque. Em todos esses casos, houve milhares de vítimas fatais. O instituto também considerou como guerra a luta entre o governo do México e os cartéis das drogas.
Tratam-se, em sua maioria, de conflitos internos, cujos principais palcos são o Oriente Médio e a África, observou o presidente do HIIK, Christoph Trinn. Ele acrescentou que sua equipe verifica "um grande potencial para uma escalada". Três novas guerras relacionadas com a "Primavera Árabe" se estabeleceram rapidamente em 2011: no Iêmen, na Síria e na Líbia. Houve ainda um acirramento dos conflitos já existentes na Nigéria e no Sudão.
Segundo a estimativa do instituto alemão, o maior celeiro de violência na Europa é a região do Cáucaso. Lá, foram detectados 19 conflitos e uma "guerra delimitada". Como único conflito binacional do continente, registrou-se o que se desenrola entre a Armênia e o Azerbaijão.

Fonte: Defesanet.com.br

Brasil se prepara para ajudar Colômbia no resgate de reféns sob poder das Farc

Brasília – O Ministério da Defesa já organizou a parte logística para apoiar o governo colombiano e a Cruz Vermelha Internacional no resgate de dez reféns, mantidos em cativeiro pelas Forças Revolucionárias Armadas da Colômbia (Farc). O governo do Brasil colocará à disposição dos colombianos dois helicópteros e um avião-cargueiro Casa C-295 (C-105 Amazonas), além de uma equipe de apoio. Ainda não há definição de data nem local para a libertação dos reféns.
As autoridades brasileiras aguardam também a tramitação burocrática para a consolidação do processo de apoio ao governo da Colômbia. A solicitação é feita por meio do governo colombiano para o Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, que encaminha à Defesa.
Concluído o processo burocrático e definida a data aproximada para a libertação dos reféns, as aeronaves seguirão para Manaus, no Amazonas. No local, serão transmitidas as primeiras informações e depois a equipe de apoio deve seguir viagem até São Gabriel da Cachoeira, na fronteira do Brasil com a Colômbia. Só então as Farc deverão informar o local exato do resgate.
Há um ano, a equipe brasileira, com o apoio das aeronaves, ajudou no resgate de cinco reféns, mantidos sob poder das Farc. A operação de libertação levou quatro dias, seguindo um cuidadoso cronograma definido pelo comando da guerrilha.
Em fevereiro de 2011, para garantir o resgate, as Farc fizeram uma série de exigências e o governo colombiano também. Foram assinados protocolos de segurança nos quais ficou garantida a suspensão por 36 horas das operações militares nos locais onde serão entregues os cinco reféns. Em ações anteriores, foram tomadas medidas semelhantes.
FONTE: Jornal da Mídia

Pagamento da folha de pessoal absorve 80% dos recursos

O orçamento do Ministério da Defesa, que em 2011 chegou a R$ 60,8 bilhões, é o terceiro maior do governo. Perde apenas para a previdência social (R$ 294 bilhões) e para a área da saúde (R$ 74 bilhões). Mas cerca de 80% dos recursos destinam-se ao pagamento da folha de pessoal, e 63% desse total vão para funcionários aposentados. Apenas 13,7% do orçamento destinam-se ao custeio, e menos ainda – 6,7% dos R$ 60 bilhões – são transformados em investimentos, segundo dados do pesquisador Vitélio Brustolin, que defendeu sua tese sobre o tema na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Brustolin está de malas prontas para os Estados Unidos, onde fará um pós-doutorado em Harvard sobre a indústria de defesa americana. “Embora tenha o terceiro orçamento da União, o dinheiro destinado a manter os equipamentos atuais, o que cria um risco: sucateamento e dificuldade para aquisição de novos.”
Hoje, segundo dados de mercado, o Brasil gasta 1,6% do PIB com a indústria de defesa, um percentual abaixo do verificado tanto em nações ricas quanto nas emergentes: o Chile gasta 3,5%, os Estados Unidos, 4,8%, o Reino Unido, 2,7%, a China, 2,1%.
Além do baixo investimento no setor, os militares se ressentem da ameaça constante da tesoura do governo. Para manter o cumprimento das metas de superávit primário, o contingenciamento de recursos é comum. “O orçamento de defesa tem sido o mais afetado pelos contingenciamentos. Valores destinados a custeio e investimentos, na monta de R$ 15,9 bilhões, foram limitados em R$ 10 bilhões em 2010. Em 2011 a cena foi semelhante: o Ministério da Defesa sofreu um corte de 26,5% nas despesas referentes a custeios e investimentos, ou seja: R$ 4,0 bilhões a menos”, analisa Brustolin.
O pesquisador observa que, apesar dos cortes, ao final dos anos de 2010 e 2011, parte dos recursos foi redirecionada. “Isso evitou catástrofes maiores, pois esses contingenciamentos ocorrem, justamente, nos gastos com a manutenção dos equipamentos e nos investimentos e projetos. Mas o decreto 7.622, de 22 de novembro do ano passado, liberou parte dos recursos contingenciados. O total desembolsado ficou em pouco mais que 70% da dotação autorizada. Resumindo: somando-se ao contingenciamento, grande parte dos recursos previstos não foi executada”, explica o pesquisador.
Nesse contexto, surge uma preocupação entre militares, parlamentares e especialistas: a necessidade de fontes complementares de financiamento para que projetos como a implementação do Sistema de Monitoramento das Fronteiras (SisFron) possam sair do papel. “É preciso avançar na definição de um orçamento mais robusto para as Forças Armadas”, defende o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), presidente da Frente Parlamentar de Defesa Nacional.
Os projetos estruturantes são cruciais para o melhor monitoramento da fronteira terrestre, da costa brasileira e do espaço aéreo, em um momento em que o país se prepara para explorar o pré-sal e pleiteia um assento no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. “Quanto mais pudermos implementar esses projetos com independência tecnológica, melhor para nós. Mas é preciso destacar que esses projetos são alocados no orçamento como investimentos. Por isso, todas as vezes em que houver contingenciamento, que sempre afeta investimentos e custeios, a produção de tecnologias fundamentais para o país estará sendo prejudicada”, ressalta Brustolin.
Trata-se de uma questão que também preocupa a indústria. “De um lado, se acena com uma MP que concede benefícios fiscais para investir no Brasil e transferir tecnologia. De outro, há preocupação de que não haja um fluxo contínuo e permanente de recursos para financiar esses projetos, que são vultosos”, afirma um empresário do setor.
As Forças Armadas trabalham na elaboração do Plano de Articulação e Equipamentos de Defesa (Paed), que contemplará projetos e prioridades das três forças em um horizonte de 20 anos, até 2031. A expectativa é de que em dois meses esse relatório possa estar pronto, segundo o general José Carlos de Nardi, chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas. A prioridade dos investimentos será a defesa da Amazônia, das fronteiras brasileiras e da chamada Amazônia Azul. Estima-se no mercado que os investimentos em 20 anos possam superar R$ 100 bilhões.
Os investimentos em tecnologia militar podem ter grande impacto na sociedade civil, aponta Brustolin. O avião a jato e a internet são inovações desenvolvidas por militares que hoje são amplamente utilizadas por bilhões de pessoas. “Certamente a trajetória do Brasil é bastante diferente da dos Estados Unidos, no entanto, há importantes lições a serem aprendidas com os americanos que podem ser adaptadas às políticas públicas de inovação brasileiras”, afirma o pesquisador. Para ele, essa consideração baseia-se no fato de que o acompanhamento histórico dos gastos militares no Brasil demonstra os sucessivos cortes em investimentos e custeio, bem como a descontinuidade de programas científicos-tecnológicos, ao contrário do que ocorre nos EUA.
FONTE: Valor Econômico – 27/02/2012

Wikileaks: os Arquivos da Inteligência/Espionagem Privada da Stratfor

LONDRES – Hoje, 2ª-feira, 27 de fevereiro de 2012, WikiLeaks começou a publicar os ARQUIVOS DA INTELIGÊNCIA/ESPIONAGEM PRIVADA GLOBAL [ing. The Global Intelligence Files – mais de 5 milhões de e-mails da empresa Stratfor de “inteligência/espionagem privada global” com escritórios no Texas.
Os e-mails cobrem o período entre julho de 2004 e dezembro de 2011. Revelam o funcionamento interno de uma empresa que, sob a fachada de editor-publisher de artigos e estudos sobre temas de inteligência, vende serviços confidenciais de inteligência/espionagem privada a grandes empresas, entre as quais Dow Chemical Co. de Bhopal; Lockheed Martin, Northrop Grumman, Raytheon; e também a agências estatais, como o Departamento de Segurança Nacional dos EUA [ing. US Department of Homeland Security], os Marines dos EUA e a Agência de Inteligência da Defesa dos EUA [ing. US Defense Intelligence Agency].
Os e-mails mostram a rede de informantes de Stratfor; a estrutura de pagamentos; as técnicas de lavagem de dinheiro para pagamentos ilegais; e os métodos “psicológicos”, como, por exemplo, em:
“[Vocês] têm de controlá-lo. Controlar significa controle financeiro, sexual ou psicológico (…). Digo-lhe isso, para iniciar nossa conversa sobre sua segunda fase”
– como escreveu o diretor-presidente da empresa Stratford, George Friedman, a um dos analistas da mesma Stratfor, Reva Bhalla, dia 6/12/2011, com instruções sobre como explorar um informante israelense que lhes oferece informação sobre as condições médicas do presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
O material inclui informação secreta sobre os ataques pelo governo dos EUA contra Julian Assange e WikiLeaks, e as tentativas feitas pela própria empresa Stratfor para subverter WikiLeaks. As palavras “WikiLeaks” ou “Julian Assange” aparecem mencionadas em mais de 4.000 e-mails. Nos e-mails também se veem, em operação, as portas giratórias que conectam entre si as empresas privadas de inteligência nos EUA. Fontes governamentais e diplomáticas de todo o mundo oferecem à empresa Stratfor informação privilegiada sobre política e eventos globais, em troca de pagamento.
Os ARQUIVOS DA INTELIGÊNCIA/ESPIONAGEM PRIVADA GLOBAL informam sobre como a empresa Stratfor recrutou uma rede global de agentes informantes que são pagos através de contas em bancos suíços e cartões de crédito pré-pagos. Stratfor mantém um mix de informantes oficiais e clandestinos, no qual se veem nomes de funcionários públicos, pessoal diplomático e jornalistas, em todo o mundo.
O material mostra como opera uma agência privada de inteligência/espionagem, e como espionam indivíduos, a serviço de seus clientes privados e estatais. Por exemplo, a empresa Stratfor monitorou e analisou as atividades online de ativistas de Bhopal, inclusive os “Yes Men”[1], para a gigante norte-americana da indústria química, Dow Chemical. Os ativistas, nesse caso, buscam reparação para o desastre ecológico provocado pelas empresas Dow Chemical/Union Carbide, em 1984, em Bhopal, Índia, que provocou milhares de mortes, atingiu mais de meio milhão de pessoas e foi causa de dano ambiental de longo prazo.
A empresa Stratfor já sabia que sua rotina de trabalho e modus operandi, de distribuir propinas e pagamentos secretos em dinheiro para obter informação do pessoal interno de empresas privadas e órgãos governamentais, é pouco segura. Em agosto de 2011, o presidente executivo da empresa Stratfor, George Friedman, escreveu confidencialmente aos seus empregados:
“Estamos contratando uma empresa de advocacia, para que crie uma política para nossa empresa [Stratfor], que não agrida os termos da Lei Anticorrupção em Negócios Estrangeiros [orig. Foreign Corrupt Practices Act]. Não quero ser arrastado algemado pela calçada para que os fotógrafos se fartem, nem quero ver arrastado ninguém do nosso pessoal”.
A prática da empresa Stratfor, de usar pessoal interno de outras empresas e agências estatais, rapidamente se converteu em esquema de distribuição de dinheiro, de legalidade questionável.
Os e-mails mostram que, em 2009, o então diretor-gerente de Goldman Sachs, Shea Morenz, e o presidente executivo da empresa Stratfor, George Friedman, tiveram a ideia de “usar a inteligência/espionagem” que estava sendo extraída da rede de elementos “internos” [orig. insiders] em empresas e nos governos, para iniciar um captive strategic investment fund. Em telegrama confidencial de agosto de 2011, que leva um selo de “NÃO DISTRIBUIR NEM DISCUTIR”, o presidente-executivo da empresa Stratfor, George Friedman explicou:
“O StratCap [Fundo Stratfor de Capitalização] usará nossas inteligência/espionagem e análises para comerciar em vários instrumentos geopolíticos, sobretudo papéis de governos, moedas e itens semelhantes”.
Os e-mails mostram que, em 2011, Morenz, de Goldman Sach, investiu “substancialmente” mais de $4milhões, e passou a integrar o conselho de diretores da empresa Stratfor. Ao longo de 2011, foi montada uma estrutura complexa de offshore share, que alcançava até a África do Sul, com o objetivo de fazer crer que o Fundo StratCap seria legalmente independente. Mas, confidencialmente, Friedman escreveu à equipe de Stratfor:
“Não pensem que [o fundo] StratCap seja organização de fora. Será integral (…). Será útil que vocês, em nome da maior conveniência, raciocinem como se [o fundo] fosse mais um aspecto de Stratfor; e que pensem em Shea como mais um executivo em Stratfor (…). Já estamos trabalhando em mock portfolios and trades [talvez, “portfólios para treinamento”?].
O Fundo Stratford de Capitalização [StratCap] será lançado em 2012.
Os e-mails de Stratfor mostram uma empresa privada que cultiva laços muito íntimos com agências oficiais e emprega vários ex-funcionários do governo dos EUA. A empresa está preparando o quadro das próximas promoções, para os próximos três anos, no Comando do Corpo de Marinha dos EUA [orig. the 3-year Forecast for the Commandant of the US Marine Corps], e dá treinamento aos marines dos EUA e “a outras agências governamentais de inteligência” que desejem “tornar-se Stratfors do governo”.
O vice-presidente para Inteligência de Stratfor, Fred Burton, foi agente especial do Serviço de Segurança Diplomática do Departamento de Estado dos EUA e vice-diretor da divisão de contraterrorismo. Apesar desses laços com o estado, Stratfor e outras empresas assemelhadas operam sob completo segredo, sem qualquer supervisão pelo estado ou por órgãos de fiscalização oficial, e sem qualquer transparência.
A empresa Stratfor alega que opera “sem ideologia, agenda ou viés nacional”, embora os e-mails agora publicados mostrem em ação uma equipe de inteligência/espionagem privada, sempre bem firmemente alinhada com as políticas do governo dos EUA e com canais de contato direto com o Mossad. Esse contato direto está comprovado, através de um funcionário do jornal israelense Haaretz, Yossi Melman, que conspirou com o jornalista David Leigh, do Guardian, e, em flagrante violação do contrato entre WikiLeaks e Guardian, entregaram a Israel telegramas diplomáticos dos EUA, do lote de telegramas que WikiLeaks deixara sob a guarda do Guardian.
Ironicamente, considerando as circunstâncias atuais, Stratfor tem tentado entrar no que a empresa chama de “trem da alegria” [orig. gravy train] “dos vazamentos”, que teria surgido depois das revelações dos papeis do Afeganistão, em WikiLeaks:
“Será que não há alguma coisa a ganharmos, nesse trem da alegria dos ‘vazamentos’? Obviamente, se trata de vender medo, quer dizer: é bom negócio. E temos alguma coisa a oferecer, que as empresas de segurança das tecnologias da informação não têm, sobretudo nosso foco em contrainteligência e vigilância, que Fred e Stick conhecem melhor que qualquer um no planeta (…) Talvez possamos desenvolver algumas ideias e procedimentos sobre alguma rede de segurança focada contra ‘vazamentos’, para impedir que empregados das empresas consigam vazar informação sensível (…). De fato, não estou muito convencido de que se trate de problema de segurança de TI, ou que exija solução de TI.”
Como aconteceu com os telegramas diplomáticos publicados por WikiLeaks, grande parte do real significado desses e-mails só virá à tona ao longo das próximas semanas, quando a coalizão de jornais que construímos em todo o mundo para publicação dos documentos Stratford, e os internautas, em trabalho de pesquisa pública, já tiverem começado a vasculhar os documentos e encontrem conexões significativas.
Os leitores verão que, à parte o grande número de assinantes das publicações e clientes dos serviços da empresa, Stratfor também mantém, entre seus clientes, o controverso general paquistanês Hamid Gul, ex-chefe do serviço secreto do Paquistão (ISI), o qual, segundo os telegramas diplomáticos dos EUA, planejou explosões contra as forças internacionais no Afeganistão, em 2006. Os leitores descobrirão o sistema interno de classificação de e-mails de Stratfor, que organiza a correspondência em categorias como “alpha”, “tático” e “protegido”. A correspondência também inclui nomes em código para personagens considerados particularmente interessantes, como “Hizzies” (membros do Hezbollah), ou “Adogg” (Mahmoud Ahmedinejad).
Stratfor mantém negócios secretos com dúzias de empresas-de-mídia e jornalistas – da Agência Reuters ao Kiev Post. Uma lista dos “Confederation Partners” [Parceiros da Confederação] de Stratfor, que a empresa designa, internamente, como sua “Confed Fuck House”, está incluída nos documentos agora publicados.
Embora seja aceitável que jornalistas troquem informações entre eles, ou que sejam pagos por empresas outras, diferentes do jornal/rede do qual são empregados, dado que Stratfor é empresa privada de inteligência/espionagem que presta serviços a clientes estatais e clientes privados, o relacionamento entre jornalistas e esses atores é relacionamento ou corrompido ou que corrompe.
WikiLeaks também está divulgando a lista dos informantes da empresa Stratfor e, em muitos casos, recibos de pagamentos que receberam, inclusive pagamento mensal regular de $1.200, feito ao informante “Geronimo”, administrado por Fred Burton, ex-agente do Departamento de Estado, hoje empregado da empresa Stratfor.
WikiLeaks construiu uma parceria investigativa com mais de 25 organizações de mídia e ativistas, para informar o público em geral sobre esse imenso corpo de documentos. Aquelas organizações tiveram acesso a um sofisticado banco de dados e de pesquisa desenvolvido por WikiLeaks e, com WikiLeaks, estão avaliando os e-mails do ponto de vista do interesse jornalístico. Revelações importantes às quais cheguemos mediante o sistema de pesquisa em uso serão publicadas na imprensa comercial nas próximas semanas, ao mesmo tempo em que prosseguirá a publicação dos próprios documentos-fontes.

FONTE: Luis Nassif Online/defesanet.com.br

Farc anunciam fim de sequestros e libertação de reféns

A guerrilha colombiana das Farc anunciou neste domingo que vai libertar dez reféns, quatro a mais do que havia prometido em dezembro, ao mesmo tempo em que declarou que vai renunciar à prática do sequestro de civis.
"Queremos comunicar nossa decisão de que realizar a anunciada liberação de seis prisioneiros de guerra, além dos quatro restantes em nosso poder", afirmou o comunicado, subscrito pelo Secretariado (o centro de poder da organização) das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Os dirigentes do grupo guerrilheiro, o mais importante e antigo do país, com mais de 47 anos de existência e 9.000 combatentes, também anunciaram a renúncia ao sequestro de civis como mecanismo para financiar economicamente suas atividades.
"Muito já se falou sobre as detenções de pessoas, homens ou mulheres da população civil, que realizamos com fins de sustentar nossa luta (...) Anunciamos também que a partir desta data proscrevemos a prática em nossa atuação revolucionária", apontou o Secretaria no texto oficial.
"Está na hora de começar a esclarecer quem e com qual propósito sequestram hoje na Colômbia", acrescentou.
No comunicado, as Farc aceitaram também que o governo brasileiro facilite a logística para a liberação dos dez reféns, como já feito em ocasiões anteriores.
Luis Robayo - 25.jan.12/France Presse
Familiar de um dos reféns que as Farc prometeram soltar acende vela para rezar por irmão
Familiar de um dos reféns que as Farc prometeram soltar acende vela para rezar por irmão
Em fins de dezembro passado, as Farc anunciaram a intenção de deixar em liberdade seis de um grupo de dez reféns mantidos em cativeiro há mais de 12 anos.
No entanto, essa entrega foi postergada, segundo as Farc, porque onde a área aonde os reféns seriam liberados estava militarizada. Além disso, afirmaram que ainda estavam à espera de que o governo aceitasse a participação de um país estrangeiro para fornecer a logística necessária.
Há duas semanas o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou que o Brasil foi autorizado a colaborar com a liberação dos reféns. No último dia 16 o governo brasileiro confirmou sua vontade de colaborar com a operação.
Fonte:Folha.com

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Ministro da Defesa Celso Amorim acompanha estágio da produção do KC-390 e do helicóptero EC-725

 
Brasília, 24/02/2012 – Num único dia, o ministro da Defesa, Celso Amorim, dedicou-se a acompanhar in loco a evolução de dois dos principais projetos de renovação de equipamentos das Forças Armadas atualmente em curso.

Acompanhado de autoridades civis e militares, Amorim visitou ontem pela manhã, em São José dos Campos (SP), o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) da Aeronáutica, onde obteve informações atualizadas sobre o programa KC-390. À tarde, visitou a fábrica de helicópteros da Helibras, em Itajubá (MG), local onde serão montados os helicópteros militares EC-725, de tecnologia francesa.

Cargueiro militar

Na primeira parte do dia, ministro e comitiva assistiram a apresentações sobre a evolução do programa KC-390, jato para transporte militar tático e reabastecimento em voo que está sendo desenvolvido pela Embraer, atendendo a requisitos da Força Aérea Brasileira (FAB).

Em seguida, eles visitaram a maquete em tamanho real (“mock-up”) do compartimento de carga do futuro cargueiro, que se encontra exposta no DCTA. Até o momento, o KC-390 acumula 60 intenções de compra de seis países: Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Portugal e República Checa. O primeiro voo do novo avião está previsto para 2014.

No período da tarde, Celso Amorim e demais representantes da Defesa viajaram a Itajubá (MG), para uma visita à planta industrial da Helibras. Além de conhecer as instalações da empresa, a viagem serviu para que o ministro pudesse acompanhar de perto o estágio do programa de produção, no Brasil, do EC-725, helicóptero militar para uso da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

Ao todo, 50 unidades da aeronave foram contratadas, com entrega final prevista para até 2020. Quatro unidades fabricadas em Marignane, na França, já foram entregues. A última delas, produzida, testada e voada na França, será utilizada como plataforma de integração de sistemas e desenvolvimento das versões operacionais que a Helibras produzirá no Brasil.

Segundo a empresa, já está no país o conjunto de partes e peças daquela que será a primeira unidade a inaugurar a linha de produção brasileira do modelo EC-725 – e a 17ª a ser entregue para as Forças Armadas.

Outras partes, componentes e sistemas para esta mesma aeronave serão produzidos por fornecedores brasileiros, e permitirão a adequação dos processos para o pleno funcionamento da linha de montagem da fábrica instalada no país.

Única fabricante brasileira de helicópteros, a Helibras é associada ao grupo Eurocopter, maior fornecedor mundial do setor, controlado pela EADS - European Aeronautic Defence and Space Company.
Fonte: Ministério da Defesa

Royal Society britânica alerta sobre riscos da guerra do futuro

A Royal Society britânica alertou sobre o risco da aplicação dos últimos avanços da neurociência na guerra do futuro e pediu aos governos que tomem medidas para proibir muitos dos novos agentes químicos. Nos últimos anos, a neurociência – um conjunto de disciplinas que estudam o sistema nervoso e sua relação com a conduta – avançou em ritmo vertiginoso, favorecida pelo interesse dos governos em desenvolver novas tecnologias e ferramentas para melhorar a eficiência de seus exércitos.
Em relatório de 65 páginas publicado recentemente com o título de “Neurociência, conflito e segurança”, a renomada sociedade científica enumera os progressos na área e os possíveis usos civis e militares, mas aconselha cautela aos governos na hora de colocar em prática essas descobertas.
O foco se dirigiu às armas “não letais”, entre as quais estão agentes químicos paralisantes e outras substâncias que agem diretamente sobre o sistema nervoso central e periférico. Conforme alerta da Royal Society, muitas delas ainda não estão regulamentadas por nenhum tratado internacional.
Essa constatação fez a entidade britânica pedir aos signatários da Convenção sobre Armas Químicas que incluam novos agentes químicos entre as substâncias proibidas em sua próxima revisão em 2013. Em seu relatório, a instituição reconheceu os benefícios que os avanços podem ter no tratamento de doenças neurológicas, mas expressou sua preocupação com as “lacunas em relação à legislação” que poderiam dar margem ao uso inadequado.
O marco legal atual restringe a criação de agentes químicos paralisantes, mas existe “certa ambiguidade nos tratados de proibição de armas químicas que, sob algumas interpretações, podem favorecer seu desenvolvimento”. Embora algumas pesquisas ainda estejam em estágio inicial já permitem vislumbrar como poderiam ser as guerras do futuro. Nelas, novas técnicas de estimulação cerebral por meio de remédios e ondas aumentariam a eficiência dos soldados e a velocidade com a qual aprendem tarefas.
Outras conquistas, mais próprias da ficção científica, permitiriam a comunicação das máquinas com o cérebro dos soldados graças a sistemas de interfaces neuronais, implantes que conectam o sistema nervoso com computador que interpreta as ondas cerebrais e as traduz em ações.
Segundo a Royal Society, com essa tecnologia seria possível, entre outras tarefas, controlar os sistemas militares à distância e melhorar a reabilitação física dos soldados. Graças à análise do cérebro com técnicas de neuroimagem poderiam ser consideradas novas variáveis no recrutamento de soldados, como velocidade de aprendizagem e o nível de risco que são capazes de assumir, e escolher assim os melhores para cada tarefa.
Outros estudos, realizados pelos Estados Unidos, investigam o uso do ultrassom como uma forma de interferir no cérebro, um campo que, de acordo com a Royal Society, teria “uma importante aplicação terapêutica”, mas também poderia ser usado para prejudicar a atividade cerebral.
A Convenção sobre Armas Químicas, assinada em 1993 e que teve a adesão até agora de 188 países, proíbe recorrer à guerra química em qualquer circunstância e enumera uma lista de substâncias e quantidades proibidas, mas a Royal Society pede a inclusão nesse acordo dos novos agentes químicos.
FONTE: Terra/EFE/Poder Terrestre

Coreia do Norte promete ‘guerra sagrada’ contra Coreia do Sul

SEUL, 25 Fev (Reuters) – A Coreia do Norte ameaçou neste sábado travar uma “guerra sagrada” em resposta a exercícios militar planejados em conjunto por sua arquirrival Coreia do Sul e os Estados Unidos, dizendo que está determinada a impedir que Washington imponha sua vontade política.
O comunicado foi emitido pela Comissão Nacional de Defesa do Norte, um dia após o recluso Estado realizar sua primeira rodada de negociações com os EUA desde que o jovem e inexperiente Kim Jong-un assumiu o cargo em dezembro, após a morte de seu pai.

“Agora que uma guerra foi declarada contra nós, o Exército e as pessoas estão firmemente determinadas a enfrentá-la com uma guerra sagrada em nosso próprio estilo”, disse o comunicado, divulgado pela agência de notícias estatal KCNA.

“Os imperialistas norte-americanos são o inimigo jurado que querem lançar uma guerra de agressão para impor um ‘estilo político americano sobre nós’…” A guerra sagrada, disse, usaria “meios fortes desconhecidos pelo mundo”.

Pyongyang tem usado periodicamente o termo “guerra sagrada” para combater o que vê como ameaça do Sul e de seu aliado norte-americano.

Os Estados Unidos e a Coreia do Sul agendaram manobras militares separadas para a semana que vem. O Norte elevou seu nível de alerta militar desde que os aliados fizeram um treinamento de artilharia na semana passada perto da fronteira marítima disputada na costa oeste -também perto de uma ilha sul-coreana bombardeada pelo Norte após um exercício semelhante em 2010.

O último treinamento, descrito pelo Sul como rotineira, ocorreu sem incidentes.

Na sexta-feira, o Representante Especial da Política dos EUA para a Coreia do Norte, Glyn Davies, encerrou dois dias de negociações com seu correlato norte-coreano em Pequim, visando conduzir à retomada das negociações entre seis partes para persuadir o Norte a abandonar seu programa nuclear.

Dirigindo-se aos jornalistas em Seul neste sábado, depois de informar funcionários sul-coreanos, Davies disse que as negociações, as primeiras desde a morte do antigo líder Kim Jong-il, foram “um bom começo com o novo governo na RDPC (República Democrática Popular da Coreia, o nome oficial da Coreia do Norte).”

Ele reafirmou os fortes laços entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos -que possui cerca de 28 mil soldados no país.

(Reportagem de Sung-won Shim)

FONTE: Reuters