terça-feira, 28 de agosto de 2012

Exército corta aula de guerra antiga e foca no terrorismo e conflito em cidades

Em 8 anos, redução no número de vagas para o serviço militar foi de 50%. Em mudança, tropa aceita oficial mulher índia e casamento homossexual.




Tahiane Stochero
A formação dos jovens que ingressam no serviço militar está sendo reformulada com base nas mudanças estruturais e de atuação do Exército brasileiro.

A Estratégia Nacional de Defesa (END) elenca ensino e doutrina como pontos fundamentais para que futuros combatentes adquiram uma visão múltipla e estejam preparados para atuar não apenas em situações de guerra, mas em missões de paz e de ajuda humanitária.

A revisão do aprendizado também leva em conta novos armamentos e tecnologias que a Força planeja adquirir.

Foram ouvidos oficiais e praças das mais diversas patentes - da ativa e da reserva -, além de historiadores, professores e especialistas em segurança e defesa. O balanço mostra o que está previsto e o que já foi feito em relação a fronteiras, defesa cibernética, artilharia antiaérea, proteção da Amazônia, defesa de estruturas estratégicas, ações de segurança pública, desenvolvimento de mísseis, atuação em missões de paz, ações antiterrorismo, entre outros pontos considerados fundamentais pelos militares.

O ensino nas escolas militares, antes voltado para a guerra convencional entre Estados (cada vez mais rara desde a Segunda Guerra Mundial), sofre reformulações e incorpora aprendizados obtidos em operações realizadas com diversos órgãos nas áreas de fronteira e nas missões de Garantia da Lei e da Ordem (como é denominado o uso de tropas em segurança pública), como greves das polícias e ocupação de morros do Rio de Janeiro.

“O Exército é sempre o mesmo, mas a realidade muda. A América do Sul é uma região pacífica, mas não podemos abrir mão de que eles [jovens militares] aprendam como atuar em grandes combates de guerra convencional", diz o general Fernando Vasconcellos Pereira, diretor do Departamento de Educação e Cultura do Exército.

"Em 2012, começamos a reduzir a carga horária de aulas sobre guerras da antiguidade e clássicas, tentando trazer isso mais para a nossa realidade, com os conflitos modernos, como Iraque, Afeganistão, guerra ao terror. O mundo agora é outro”, acrescenta o general.

“Não entramos em nenhuma ação sem preparação específica. Seja para ocupar o morro do Rio de Janeiro ou para enviar tropas para a missão de paz no Haiti, nos dedicamos para isso. E, no nosso ensino, o que é vivenciado nas ruas passa a fazer parte do dia a dia”, garante.

Para o capitão Flavio Américo, que liderou, por um ano, um grupo de observadores da ONU que monitorava o conflito no Sudão e também comandou tropas durante o emprego do Exército em morros do Rio de Janeiro, nas eleições de 2008, o Exército ainda está aprendendo a atuar perto da população.

"A preparação que eu tive, tanto para atuar na segurança do Rio quanto para a missão de paz, foram excelentes. Somos treinados para essas situações", diz o oficial, com ponderações.

"Mas a formação que temos é voltada para a guerra, no modelo de combate convencional e com armamento pesado, como canhões. Hoje, o conflito é entre a população, com um inimigo não definido, com armas e equipamentos diferentes e com uma grande atuação interagências. Nesse tipo de guerra é fundamental o apoio da população. O choque entre as forças é, na realidade, um confronto de vontades para ter a população a seu lado”, defende o capitão.

Segundo o general Fernando Vasconcellos, da diretoria de ensino do Exército, houve, em todas escolas militares, o incremento do ensino de novas tecnologias, guerra cibernética, inteligência, missões de paz e terrorismo. "O nosso oficial e praça, hoje, sai formado disciplinarmente, sabendo atuar em vários tipos de operações”, garante.

Serviço militar obrigatório

Ao contrário da Marinha e da Aeronáutica, que realizam concursos para praças de baixa patente, o Exército não conta com soldados profissionais. A maioria dos jovens ingressa na Força através do serviço militar obrigatório, aos 18 anos. O tempo máximo de permanência é de oito anos, e o pedido para continuar sendo militar é feito anualmente.

Com isso, o Exército perde soldados que receberam pesados treinamentos e que acabam contratos por multinacionais e por empresas de segurança. Nos últimos oito anos, o corte de recursos para a Defesa diminuiu em quase 50% o número de vagas para o serviço militar. Em 2004, eram 117.779 vagas disponíveis, reduzidas para 61.430, em 2012.

Segundo dados do Exército, mais de 92% dos jovens convocados são voluntários, que recebem aulas de tiro, de sobrevivência na selva, cumprem tarefas de limpeza do quartel e ganham R$ 500 por mês.

“Eu quero ser militar porque é algo de família. Meus avós seguiram carreira, eu quero fazer o mesmo. Quero ter uma vida independente, sem ajuda de pai ou mãe, e não precisar correr atrás de emprego”, diz o estudante Ronan Ferreira de Lima, de 18 anos.

Filho de empresários do interior de São Paulo, Ronan compareceu à Junta de Serviço Militar em Santo Amaro em 30 de abril, último dia disponível para o alistamento militar neste ano.

“Eu acho que [servir] ajuda psicologicamente a ter determinação. Eu não tenho medo das dificuldades, de serem carrascos. Não me importo com isso, não”, acrescenta ele.

Só na capital paulista, 98 mil jovens se alistaram em 2012. Apenas 1,2 mil serão convocados, segundo o tenente Nelson Paravani, coordenador das juntas de serviço militar de São Paulo.

“Eles chegam nas juntas, apresentam os documentos e fazem o alistamento, dizendo se é ou não voluntário. Isso é obrigatório, segundo nossa Constituição. A maioria que quer servir é de nível escolar baixo. Por isso, selecionamos os melhores”, diz Paravani.

Os jovens que são dispensados devem prestar juramento à bandeira brasileira, afirmando que, em caso de guerra, ajudarão a defender a Pátria. Quem já está fazendo faculdade é chamado para o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR), em que recebe, durante meio turno, instruções militares básicas para comando.

O tenente diz que o alistamento militar pela internet será testado, no próximo ano, como forma de diminuir as longas filas durante o período e a espera dos jovens para apresentar documentos e saber o resultado.

“A partir de 2013, pretendemos que o processo seja feito pela internet, através do site da prefeitura. Será um piloto que o Exército testará primeiro em São Paulo. A forma é semelhante ao agendamento para inspeção veicular: o jovem escolhe a data e o horário para comparecer e evita os tumultos”, diz o oficial.

O estudante Igor Pedro Santos começou a servir em um quartel no Rio de Janeiro em março deste ano. Voluntário, ele comemora a convocação. “Tenho três irmãos que trabalham e não quiseram servir. O sonho do meu pai sempre foi ter um filho militar e eu, desde pequeno, gosto disso. Minha família me apoia”, diz.

“Vida de militar não é mole, não. Tem que gostar para conseguir chegar longe. Passei muita dificuldade nos treinamentos, mas lembrava que minha família torcia por mim e não desisti”, afirma o jovem ao relembrar de rastejamentos, de comida escassa e das longas marchas no curso de preparação para ser soldado.

A lei que trata do serviço militar no país é de 1964 e obriga que todo homem, ao completar 18 anos, apresente-se a uma Junta de Serviço Militar em sua cidade para o alistamento.

Como o número de vagas é pequeno, um dos objetivos da Estratégia Nacional de Defesa (END), promulgada em 2008, é promover mudanças na legislação para “tornar o serviço militar obrigatório realmente obrigatório”. No futuro, segundo a END, os dispensados do serviço militar deveriam ser usados em um serviço civil, “de preferência em uma região do país diferente da que vivem”.

No entanto, na reformulação do texto, que foi entregue em julho deste ano pelo Ministério da Defesa ao Congresso e que ainda precisa ser aprovado, o trecho foi retirado. A nova versão diz apenas que, “como o número dos alistados anualmente é muito maior do que o número de recrutas", eles serão selecionados de acordo com “o vigor físico, a aptidão e a capacidade intelectual”.

Segundo o general Walmir Almada Schneider Filho, que trata dos projetos da END no Exército, ainda não há nenhuma definição sobre mudanças. "O serviço militar é obrigatório só no nome, porque mais de 90% dos nossos soldados são voluntários. O que queremos é melhorar o nível de profissionalização desse jovem, que terá que atuar com novas tecnologias e inteligência nos próximos anos. Dizem que o nível do nosso soldado é muito baixo. Mas ele é o extrato da sociedade", afirma.

Transformações internas

Em 2011, o Exército incorporou a primeira tenente mulher de descendência indígena. Natural da terra Waiãpi, localizada no município de Mazagão (AP), Silvia Nobre Lopes, de 36 anos, é fisioterapeuta e atua no Rio de Janeiro.

Quando criança, Silvia ficava triste por não poder hastear a bandeira nacional. “Jurei para mim mesma que ainda faria isso”, diz a oficial. “Sempre ouvia que, como indígena, eu era o verdadeiro brasileiro. Mas a realidade era diferente”, relembra.

A tenente foi vítima de uma tentativa de estupro, na adolescência, e precisou fugir do agressor.

“Decidi que aprenderia a correr e me tornei uma atleta”, afirma sobre a decisão tomada após o episódio. Durante uma competição, foi observada por treinadores do Vasco da Gama e recebeu uma bolsa para estudar fisioterapia na capital carioca. Ela prestou concurso para oficial temporário e se formou em 2011, ingressando no Exército.

“Para mim, hastear a bandeira agora, no Hospital Militar, e ainda ajudar na reabilitação das pessoas são dois sonhos realizados”, diz.

Para Silvia, a presença de indígenas nas Forças Armadas, apesar de ainda incipiente, só tende a aumentar e a trazer benefícios. “Na Amazônia, os índios são os que melhores conhecem a selva, são preparados para aquele ambiente. Vários pelotões de fronteira usam indígenas como soldados no serviço militar obrigatório. Tenho muitos amigos índios que estão se formando e querem seguir carreira militar também.”

O Exército também aceitou, em 2012, o casamento de um oficial gay, que passou a morar com o companheiro. O major, que é médico e trabalha no Hospital Militar de São Paulo, não quis falar sobre o tema. Ao G1, o Centro de Comunicação Social do Exército diz estar ciente da cerimônia social de casamento do oficial, apesar dele não possuir registro civil do matrimônio nem de união estável.

“O Exército Brasileiro não discrimina qualquer de seus integrantes, em razão de raça, credo, orientação sexual ou outro parâmetro. O respeito ao indivíduo e à dignidade da pessoa humana, em todos os níveis, é condição imprescindível ao bom relacionamento entre seus integrantes e está alinhado com os pilares da Instituição: a hierarquia e a disciplina”, diz a nota.

Exército prepara defesa cibernética da Copa das Confederações

A Copa das Confederações, que ocorre no Brasil em junho de 2013, é a próxima missão do Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), órgão do Exército brasileiro criado em agosto de 2010 responsável pela defesa virtual.
Os preparativos foram iniciados logo após o término da Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em junho deste ano, no Rio de Janeiro, informou o chefe da divisão de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC) do CDCiber, capitão Maxli Barroso Campos. “Já estamos pegando as melhores práticas e planejando a segurança para a Copa das Confederações, que vai servir como base para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016”, afirmou o capitão em uma palestra durante o evento SecureBrasil, nesta quinta-feira (23), em São Paulo.
A Rio+20 sediou a primeira operação do CDCiber em um evento público de grande porte, onde a troca de informações era feita por meio de totens instalados no local e uma rede sem fio aberta. “Era um fator crítico de sucesso para as comissões [de trabalho da Rio+20] que o destacamento tivesse continuidade 24/7 (em tempo integral). Não poderíamos ter comprometimento de rede ou deixar de funcionar”, comentou o capitão.
Ao final da operação, realizada entre 5 e 23 de junho, no Riocentro, a equipe de 56 especialistas dedicada ao CDCiber registrou 140 eventos de segurança, incluindo 12 alertas, 14 recomendações, 20 notificações e 34 relatórios.

Sites invadidos
Segundo Barroso, a “desconfiguração de páginas oficiais” foi uma das ameaças previstas pelo órgão de defesa cibernética na Rio+20. O capitão lembra que a intenção do CDCiber era ser proativo na identificação de ameaças cibernéticas, principalmente na proteção de ativos de informação considerados críticos. “Um dia antes enviamos um alerta de vulnerabilidade ‘zero day’ [divulgada antes de ter uma correção disponível] no Joomla [sistema de gestão de conteúdos on-line] aos parceiros”, explicou o capitão.

Apesar do alerta, a falha chegou a ser explorada por hackers, incluindo o movimento ativista hacker Anonymous. Na operação batizada de “#OPHackInRio”, o grupo promoveu ataques que picharam e dificultaram o acesso a sites do governo, da ONU e da Rio+20. Os sites invadidos foram substituídos por uma página trazendo um vídeo do coletivo. Ao todo 26 páginas foram comprometidas, incluindo sites de prefeituras, do Incra e da Polícia de Tocantins.
“Mapeamos todos os sites atacados e todos tinham o mesmo comportamento. No fim do dia foram enviadas recomendações de segurança”, afirmou Barroso em sua apresentação.
A equipe de defesa presente no Riocentro, local da conferência, foi composta de 40 militares do Exército brasileiro, 8 militares da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Marinha Brasileira, quatro profissionais do Serviço de Repressão a Crimes Cibernéticos (SRCC) da Polícia Federal) e quatro profissionais da Agência Nacional de Telecomunicações.
A equipe interna trabalhou em conjunto com os parceiros externos CTIR (Centro de Tratamento a Incidentes de Segurança de Redes de Computadores da Administração Pública Federal), CERT.br (Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil) e GRA/Serpro (Grupo de Respostas a Ataques do Serviço Federal de Processamento de Dados). Os parceiros também eram responsáveis por disseminar alertas e notificações de segurança a outros órgãos públicos e privados.

FONTE: G1/Poder terrestre

Exército escolhe consórcio Tepro para o Sisfron


 O consórcio Tepro, formado por Savis Tecnologia e Sistemas S/A e OrbiSat Indústria e Aerolevantamento S/A, empresas controladas pela Embraer Defesa e Segurança, foi o único escolhido pelo Exército Brasileiro para a próxima fase do processo de seleção do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), segundo comunicado divulgado nesta sexta-feira pela Embraer. A etapa seguinte será a negociação do contrato. A fase inicial de implementação do Sisfron contemplará o monitoramento da fronteira terrestre na área sob responsabilidade do Comando Militar do Oeste. Na sua totalidade, o Sisfron compreende a vigilância e proteção das fronteiras terrestres do País em uma faixa de 16.886 quilômetros que separa o Brasil de 11 países vizinhos e se estende por dez estados e 27% do território nacional.


Fonte: Poder terrestre

Exército treina para Garantia da Lei e da Ordem e ‘guerra no meio do povo’

 

 
A repercussão positiva da atuação do Exército na Pacificação dos complexos do Alemão e da Penha e no Haiti e a futura atuação em grandes eventos no País estão levando a Força a ampliar o treinamento da tropa para operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e de combate urbano.
Nessas situações, segundo a Constituição Federal, os militares assumem a coordenação da segurança pública, como no caso de eleições, greves de polícias militares, mediante pedido dos governadores, reconhecendo não ter os meios suficientes para garantir a segurança. O Exército se prepara para atuar em grandes eventos, como a Copa das Confederações, a Copa do Mundo-2014 e as Olimpíadas-2016, sob a perspectiva da Garantia da Lei e da Ordem.
O iG acompanhou por dois dias um treinamento com cerca de 40 tenentes e sargentos do Exército do Comando Militar do Sudeste (CMSE), no Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem (CIOpGLO), em Campinas.
Outro foco de ação, mais moderno e recente, é o de treinamento para operações de combate urbano. Há cada vez mais uma tendência de os conflitos ao redor do mundo acabarem em uma cidade, em meio à população, a chamada “guerra no meio do povo”, como visto no Afeganistão e no Iraque.
Após experiências bem-sucedidas internas, como no Alemão, e da Força de Paz no Haiti, o Exército já não está mais tão reticente em protagonizar as ações de GLO em solo nacional, uma vez superado o desconforto dos militares que muitas vezes não se sentiam respaldados juridicamente para atuar assim.
Hoje em dia, essa atuação já é vista como prestigiosa, como forma de manter a tropa adestrada e até de levantar recursos para aparelhar a Força – embora o tipo de armamento de guerra de que o Exército mais carece seja o de guerra e não o leve, usado nessas circunstâncias.
Assim, desde o ano passado, a Força tem feito muitas grandes operações e treinamentos do gênero pelo País.
De olho nos grandes eventos, recentemente tropas do Comando Militar do Sudeste montaram a operação “Escudo Sagrado”, em Aparecida do Norte-SP, onde fizeram a segurança da Basílica de Nossa Senhora de Aparecida, como treinamento para a Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá no ano que vem, no Rio. São as chamadas “ações de não-guerra”.
A experiência no terreno levou o Exército a perceber que, por vezes, ações de GLO acabam se transformando, na prática, em combate urbano, “no meio do povo”. Portanto é preciso especializar a tropa para essa situação, em treinamento distinto daquele de GLO.
Um caso simbólico foi a Operação Arcanjo 6, no Alemão e na Penha. Em janeiro de 2012, a tropa justamente da Brigada de Campinas chegou ao Rio mais pronta para atuar em GLO do que em uma operação de combate urbano.
A realidade se impôs e acabou por tornar mais frequente a atuação dos soldados nesse tipo de operação de conflito, com traficantes remanescentes no local.
“O Alemão é um exemplo de situação em que entramos prontos para GLO e mudamos para combate em ambiente urbano”, conta o tenente-coronel Fernando Fantazzini, chefe da Comunicação Social da 11ª Brigada de Infantaria Leve, sediada em Campinas-SP.
É o chamado “Combate de 4ª dimensão”, que inclui as operações de GLO, de informação (com comunicação social, internet, mídias sociais), para aumentar o poder de combate.
Centro de Instrução de GLO treina tropas também para combate urbano
O CI Op GLO, na 11ª Brigada de Infantaria Leve, em Campinas-SP, é responsável por treinar os militares do Exército para esse tipo de atuação. A reportagem acompanhou um treinamento de combate urbano.
“Aqui se forma todo o tipo de tropa para o emprego no Brasil e em missões de paz. Está chamando a atenção dos estrangeiros. Eles nos perguntam como conseguimos operar no Haiti e no Alemão e ter tanta aceitação da população”, explica o tenente-coronel Vladimir Schubert, comandante do 28º Batalhão de Infantaria Leve.
Segundo ele, este ano, a Brigada já recebeu quatro visitas de representações dos Estados Unidos, entre elas a do general Simeon Trombitas, comandante do comando Sul do Exército daquele país, semana passada.
Na GLO, há uma preocupação grande com o efeito colateral – ou seja, o ferimento ou morte de inocentes. O primeiro princípio da Operação Arcanjo 6, nos Complexos do Alemão e da Penha, era “proteger a população”. O comandante da operação era o general-de-brigada Tomás Miguel Miné Paiva, comandante da 11ª Brigada de Infantaria Leve, onde fica o centro.
A todo momento, os instrutores destacam a diferença entre as operações de combate urbano (em teoria, uma guerra) e as de Garantia da Lei e da Ordem, quando as regras de engajamento e força proporcional são mais cautelosas.
Seguindo a tendência moderna, o centro tem se especializado cada vez mais em operações militares em ambiente urbano, além de GLO.
Nesse curso (estágio, na denominação militar), os militares aprendem a atirar com luneta de sniper (caçador, ou atirador de precisão), a fazer invasão tática de ambientes confinados, a atirar sob estresse (em uma simulação de tiroteio), entre outras atividades.
Tiro sob estresse tem bomba e berros no ouvido
Simulando um combate em cidade, os disparos são feitos a distâncias que variam de 50 a 100 metros, tamanho médio de um quarteirão urbano. No “tiro sob estresse”, os “estagiários” percorrem armados um circuito em que correm, fazem abdominais e flexões e memorizam objetos, antes de começarem a atirar de fuzil, sob gritos e apitos incessantes do instrutor e granadas de efeito moral.
“Vai, vai, corre! Atira! Atiiiiiiraaaaaa! Está esperando o quê? Você está levando tiro!”, berra o instrutor. “Vai morrer! Vai morrer! Tá levando tiro, atira!”
Na aula sobre invasão tática de ambiente com reféns, por exemplo, o militar aprende a lançar primeiro uma granada de luz e som, com o objetivo de atordoar os criminosos e provocar distração.
“Pisa, olha pela porta, identifica a ameaça e lança a granada no ponto cego”, explica o tenente instrutor.
“Tem que entrar os três caras juntos (na casa) senão vira tiro ao pato! Se o segundo amarelar, o cara fica no “sanhaço” (situação difícil)! Vira Fallujah (referência à cidade no Iraque com forte resistência local, onde ocorreram combates intensos durante a guerra)!”, ensina o sargento instrutor.
FONTE: Último Segundo – iG
NOTA DA EDITORA: Seguem os links dos dois videos que acompanham a matéria do iG, documentanto o treinamento do Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem:
Fonte: Poder Terrestre

sábado, 11 de agosto de 2012

Ágata 5 - Operação vai durar 10 anos, diz Ministro

O Ministro da Defesa, Celso Amorim, disse ontem que a Operação Ágata possui um planejamento de longo prazo, no período de dez anos para sua execução na fronteira do Brasil. O ministro esteve ontem em Ponta Porã, para vistoriar a operação Ágata 5 e falou rapidamente com a imprensa.

Quanto aos custos feitos na Operação, Celso Amorim limitou-se a informar que no período de 01 ano de atuação no Ministério de Defesa, foram feitos diversos investimentos na aquisição de equipamentos. Amorim disse ainda que a Operação Ágata vem alcançando os seus objetivos, reprimindo os contraventores e obtendo êxitos na execução de demais operações como a Sentinela e outras que permitem uma maior segurança nas áreas de fronteira.
Ele destacou ainda outros pontos fortes da operação Ágata 5, como as ações cívicas sociais, com serviços de saúde e atividades sócio-culturais. “Esta é a quinta edição da Operação ágata e temos obtidos resultados satisfatórios para inibir e coibir os contraventores”.
O ministro chegou a Ponta Porã ás 15h15 no Aeroporto Internacional. Das 18h ás 20h30 fez uma palestra tratando da Operação Ágata 5 para militares, órgãos de segurança e representantes de variados segmentos da sociedade. Na coletiva com a imprensa Celso Amorim respondeu poucas perguntas.
A Operação foi desencadeada na última segunda-feira em toda a faixa de fronteira do Brasil, abrangendo cerca de 3.900 quilômetros de extensão. De acordo com o comando do Exército, a Operação Ágata tem por objetivo reduzir a incidência dos crimes transfronteiriços e ambientais e as ações do crime organizado, além de intensificar a presença do Estado brasileiro na faixa de fronteira e incrementar o apoio à população local.
Ao todo, a operação integra 10 mil militares e civis, além de diversas viaturas, embarcações, helicópteros e aviões. O suporte de veículos é aplicado no patrulhamento e inspeção naval na calha dos rios; bloqueio e controle de estradas e vias urbanas; patrulhamento terrestre ostensivo juntamente com órgãos de segurança pública; reconhecimento especializado de fronteira; revista de pessoas, embarcações, aeronaves e instalações; fiscalização de produtos controlados; operação de busca e apreensão; reconhecimento e transporte aéreo, bem como interceptação de aeronaves suspeitas.
A Agata 5 reúne as Forças Armadas, órgãos de Segurança Pública e outras agências governamentais, tais como Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, o Ibama, a Receita Federal, a Funai, a Polícia Militar, a Polícia Civil e o Iagro.
Dentre as autoridades que estavam presentes destacam-se o Almirante-de-Esquadra Júlio Soares de Moura Neto, Comandante da Marinha do Brasil, o General-de-Exército Enzo Martins Peri, Comandante do Exército Brasileiro, além do General-de-Exército José Carlos de Nardi, Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.

Fonte:defesanet.com.br

O verdadeiro inimigo

O ministro da Defesa, Celso Amorim, voltou a pedir a ampliação dos gastos com as Forças Armadas, em recente evento da Associação de Estudos da Defesa, como noticiou o Estado (7/8). No entanto, sua justificativa para pedir mais recursos na área militar foi constrangedora: o ministro acredita na possibilidade de agressão não de algum vizinho, tampouco de narcoguerrilhas ou grupos terroristas, mas de “grandes potências e alianças militares” – que só podem ser Estados Unidos e Otan.
Amorim avalia que há hoje um “forte sentimento de insegurança no sistema internacional” em razão de ações militares unilaterais, referindo-se às guerras no Iraque e no Afeganistão, deflagradas pelos americanos, e à intervenção da Otan na Líbia sem que houvesse claro mandato da ONU para isso.
Como sugere a fala do ministro, casos como esses mostram que o Brasil deve se precaver. “Temos um patrimônio que nos transforma num dos territórios mais ricos do planeta”, disse ele, enfatizando também a “nova estatura internacional do Brasil ao redor do mundo” (sic !). E arrematou: “O Brasil deve construir capacidade dissuasória crível, que torne extremamente custosa a perspectiva de agressão externa a nosso país”. Os estrategistas militares de Washington devem ter perdido o sono depois disso.
O discurso de Amorim se aproxima perigosamente da delirante retórica bolivariana, que enxerga nos Estados Unidos uma ameaça militar permanente, como se uma invasão dos “ianques” fosse acontecer a qualquer momento na América do Sul. Foi com essa desculpa grotesca que o caudilho venezuelano, Hugo Chávez, armou-se até os dentes com equipamento bélico russo – muito mais para atemorizar a oposição interna, graças à militarização das chamadas “milícias bolivarianas”, do que para enfrentar uma improvável intervenção americana. Essa coincidência entre a posição de Amorim e as bandeiras do bolivarianismo não deveria causar espanto, a julgar por sua trajetória na Chancelaria do governo Lula.
Nada disso significa que não haja necessidade de qualificar os investimentos nas Forças Armadas, sobretudo diante do estado de penúria em que elas se encontram. Um estudo produzido pelo Ministério da Defesa mostra que metade dos equipamentos militares do Brasil simplesmente não tem condições de uso. Há casos críticos, como o da Marinha, responsável por patrulhar a área que guarda uma das principais riquezas a que aludiu Amorim – isto é, o petróleo do pré-sal. Os números mais recentes, compilados no ano passado, mostram que somente 2 dos 23 jatos A-4 da Marinha estavam em condições de voar. Além disso, apenas 53 das 100 embarcações e 2 dos 5 submarinos podiam navegar. Na Aeronáutica, nem metade dos aviões saía do chão, e a maior parte da envelhecida frota superou os 15 anos de uso. Como se sabe, porém, essa renovação, prometida ainda no governo Lula, está emperrada.
O Brasil gasta 1,5% do PIB com defesa, e Amorim quer algo em torno de 2%, equiparando-se à China, Rússia e Índia. É difícil imaginar, no entanto, que o Brasil tenha necessidades militares semelhantes às desses países, a não ser como expressão de megalomania. Ademais, já estamos entre os 15 países do mundo que mais gastam na área militar – na Lei Orçamentária Anual para este ano, a dotação do Ministério da Defesa foi de R$ 64,795 bilhões. O problema é que, desse valor, R$ 45,298 bilhões estavam destinados ao pagamento de pessoal e de encargos sociais, enquanto R$ 9,128 bilhões foram destacados para investimentos. Ainda assim, a verba para modernizar a área militar vem crescendo constantemente desde 2007, quando somou R$ 5 bilhões.
Mais econômico, portanto, seria investir numa equação em que as Forças Armadas gastassem melhor os recursos disponíveis e priorizassem a proteção das fronteiras, sem ter de, recorrentemente, fazer o papel que cabe à polícia.
Não resta dúvida de que é imperativo manter uma força militar capaz de enfrentar os desafios da defesa nacional, mas é preciso estabelecer prioridades claras, lastreadas em ameaças reais, e não na imaginação fértil de um punhado de ideólogos.
FONTE: O Estado de S. Paulo

“Ghost”: camuflagem termal para infantaria

Em posts recentes foram abordadas pesquisas e desenvolvimentos no campo da redução da assinatura IR (infravermelha) para veículos (ver links no final desta matéria). Neste post abordaremos um sistema para combatentes, em especial infantes e forças especiais.

A companhia alemã Blucher Systems GmbH produz e comercializa sistemas de camuflagem termal/IR para soldados baseados simplesmente em vestimentas especiais. Ao invés do tecido comum, são empregadas fibras metalizadas com o propósito de se obter uma redução imagem termal de uma pessoa.
A vestimenta é chamada de “Ghost” (fantasma). Um combatente no campo de batalha utilizando a vestimenta de redução de assinatura térmica Blucher Ghost possui uma capacidade de sobrevivência muito maior no campo de batalha.
Para os sistemas de detecção termal IR o combatente, dependendo da situação e do ambiente, ficará totalmente oculto ou tentará confundir seu atacante. Mesmo que as condições ambientais não permitam a ocultação total do combatente, o ganho de alguns segundos ou frações de segundo através da dúvida do inimigo no campo de batalha podem ser cruciais para o sucesso da missão ou a sobrevivência do indivíduo.
O sistema ainda tem a vantagem de receber diversos padrões de pintura de camuflagem tradicional que reduzem a assinatura visual como qualquer outro fardamento camuflado comum.
No vídeo abaixo um exemplo do efeito do sistema Ghost em campo. Aos 1:2min do vídeo um indivíduo sem o uso da vestimenta termal passa por um outro que está utilizando o Ghost e fica estacionado. No momento seguinte o indivíduo com o sistema ghost começa a se movimentar e só assim ele é notado pela grande maioria das pessoas que assistem o vídeo.
Maiores informações no site do fabricante
FOTO: Blucher Systems GmbH
SAIBA MAIS:

Fonte: poder terrestre

Bolívia - Evo Morales ordena criar um Exército “temido pelo Império”


Nas comemorações dos 187 Anos das Forças Armadas Bolivianas o Presidente "declara guerra ao Império"




 O presidente do Estado Plurinacional da a Bolívia, Evo Morales Ayma, afirmou nesta terça-feira (7) que as Forças Armadas Bolivianas são anti-imperialistas, anticapitalistas e anticolonialistas, durante a parada militar na cidade de Trinidad, no estado amazônico de Beni, como parte da comemoração pelos 187 anos da formação das Forças Armadas.

O primeiro presidente“del Estado Plurinacional”, Evo Morales Ayma, participou do Desfile Militar, Indígena e Campesino, em homenagem aos 187 anos das Forças Armadas.

As Forças Armadas surgem antes da fundação da República, durante as grandes guerrilhas pela independência, os levantes indígenas e de outros setores que lutaram pela liberação e independência da pátria, destacou Morales em discurso anterior ao desfile.

"Se as Forças Armadas nascem de uma luta contra o colonialismo devemos ter tropas com princípios anticolonialistas, porque o colonialismo é a base do imperialismo e este é o instrumento do capitalismo”, apontou.

"A parada militar é um desfile do povo boliviano”, enfatizou o mandatário em seu discurso. “Queremos Forças Armadas que sejam respeitadas, amadas e queridas por seu povo, porém temidas pelo imperialismo norte-americano”, agregou.

O presidente destacou a importância da unidade para garantir a dignidade, igualdade e liberdade frente ao imperialismo e ao capitalismo, e recordou como no passado, quando imperava a Embaixada dos Estados Unidos e a DEA (agencia antinarcóticos do país).

“Agora, sem Embaixada dos Estados Unidos, sem DEA norte-americana, nossas Forças Armadas têm dignidade e são respeitadas, afirmou o mandatário, e acrescentou que o mesmo acontece com a economia, que, sem o Fundo Monetário Internacional, agora, economicamente o país está muito melhor que antes”.

Do desfile militar, no qual foi possível observar manobras de pilotos da Força Aérea no comando de 25 aviões , incluindo 6 treinadores K-8 recebidos da China , e 12 helicópteros, participaram mais de cinco mil pessoas, entre militares, trabalhadores, campesinos, membros de organizações sociais e representantes de povos indígenas.
Fonte: defesanet.com

Paraguai descarta recorrer à Haia contra suspensão do Mercosul




O presidente do Paraguai, Federico Franco, descartou que pretenda recorrer ao Tribunal Internacional de Justiça de Haia, na Holanda, para denunciar a suspensão do país do Mercosul. Segundo ele, não vai apelar à Corte Internacional porque uma decisão sobre o tema pode levar até 15 anos. 'Além de provocar alto custo', disse ontem o presidente, que se baseou em uma análise feita pelo Ministério das Relações Exteriores do Paraguai, cujo custo estimado do processo é de US$ 50 mil.
O Paraguai foi suspenso do Mercosul por decisão dos presidentes Dilma Rousseff, Cristina Kirchner (Argentina) e José Pepe Mujica (Uruguai), em 29 de junho. A medida foi uma reação ao processo de impeachment a que foi submetido o então presidente paraguaio Fernando Lugo. Para Dilma, Cristina e Mujica, não foi dado o tempo para Lugo se defender, rompendo com a ordem democrática. A suspensão é válida até abril de 2013.
No parecer, elaborado pelo ministro das Relações Exteriores do Paraguai, José Félix Fernández Estigarribia, a informação é que o tempo para a ação impetrada pelo governo ser analisada pela Corte Internacional levará sete anos, além do período de encaminhamento e o prazo para a conclusão.
De acordo com Franco, o ideal, em meio à dificuldade em recorrer à Corte Internacional, é agir mostrando que o Paraguai é soberano e tem uma democracia constituída. Segundo ele, será feito um esforço conjunto de todos do governo para mostrar à comunidade internacional que a ordem democrática é respeitada no país.
Paralelamente, o governo do Paraguai anunciou anteontem que pretende suspender a venda de energia excedente da Usina Hidrelétrica de Itaipu para o Brasil e a Argentina. A medida causou reações do governo brasileiro, que lembrou que há um acordo bilateral que tem de ser respeitado.
Fonte: defesanet.com/Com informações da agência pública de notícias do Paraguai

EUA treinam militares paraguaios e presença brasileira aumenta na Tríplice Fronteira

Cidade do Panamá, Ciudad del Leste, Assunção e Brasília - Soldados paraguaios participam desde o início deste semana dos exercícios militares dirigidos pelo Comando Sul dos Estados Unidos, em manobras de suposta defesa do Canal do Panamá. A participação paraguaia em um movimento de tropas norte-americanas ocorre logo após o golpe de Estado naquele país sul-americano, prontamente apoiado por Washington, contra o ex-presidente Fernando Lugo.

O treinamento das tropas seguirá até o dia 17 de agosto e tem cerca de 600 militares. “Robert Appin, do Comando Sul dos Estados Unidos afirmou que o enfoque dos exercícios é a reação a um hipotético ataque terrorista que pretenda bloquer o trânsito de navios no Canal”, afirma nota do Movimento pela Paz, a Soberania e a Solidariedade entre os Povos (Mopassol, na sigla em espanhol).

Segundo a instituição argentina, há no Panamá 12 bases aeronavais controladas pelos EUA. Desde 2003, sob a direção do Comando Sul, realizam-se os exercícios militares conhecidos como Panamax, que contam com a participação de militares do Chile, Panamá e Estados unidos. Atualmente, porém, integram as manobras 17 países ao todo e é considerado um dos maiores movimentos de tropas do mundo.

O Paraguai tem participado das manobras desde 2006, mas se manteve afastado de 2009 a 2012, sendo novamente convidado após o golpe que instituiu o governo de facto do presidente Federico Franco.

Referindo-se ao exercício multinacional que usa a desculpa da luta contra o terrorismo, o jornalista cubano Miguel Lamas afirmou, dois anos atrás, que o verdadeiro projeto dos exercícios militares na América Latina são ensaios de uma invasão. “O aparato militar dos EUA aponta para a necessidade daquele país de buscar condições militares suficientes para dominar, militarmente, os demais países latino-americanos.

Eles trabalham nos setores de inteligência e no treinamento físico para manter uma força capaz de intervir, no futuro, em qualquer país do continente. Este é o verdadiro objetivo de todas e de cada uma das manobras e dos exercícios militares que fazem, sempre com a cumplicidade aberta de vários países latino-americanos e de forma encoberta por outros”.

Intercâmbio parlamentar

No caso paraguaio e do Cone Sul, vale recordar que o governo dos EUA, há anos, insiste na presença de células terroristas em Ciudad del Este, na zona denominada “tríplice fonteira” (Brasil, Argentina e Paraguai). Um grupo de parlamentares norte-americanos, em visita àquela cidade paraguaia, nesta semana, alegou que o propósito da missão é a de “compreender melhor os desafios do crime transnacikonal que o Ocidente enfrenta”, segundo porta-voz.

O Paraguai mantém fortes laços de cooperação técnica e militar com os EUA, sempre a serviço daquele país no objetivo de bloquer a presença das repúblicas socialistas da Venezuela e demais integrantes da Unasul e no próprio Mercosul, do qual fazia parte até ser suspenso após o golpe de Estado, renovando sempre seu apoio à ingerência norte-americana na região.

O país abriga uma classe política de ultradireita e conservadora que, no dia 22 de junho, perpetrou um ataque à democracia e ao mandato do presidente deposto Fernando Lugo. Essa mesma classe política, formada por partidos tradicionais e dependentes do capital estrangeiro, ampliou os contatos com o Congresso norte-americano nas últimas semanas.

Manobras brasileiras

Ao longo desta semana, o governo brasileiro concluiu o envio de um contingente de cerca de 9 mil militares – equipados com helicópteros de combate, navios-patrulha, aviões de caça e blindados – para a Tríplice Fronteira, na Operação Ágata 5.

O movimento de tropas irá durar 30 dias. “É uma operação de fronteira que tem por objetivo, sobretudo, a repressão à criminalidade”, disse o ministro da Defesa, Celso Amorim. A Marinha enviou aproximadamente 30 embarcações para os rios da Bacia do Prata, entre elas três navios de guerra e um navio-hospital.

A Força Aérea Brasileira (FAB) participa da operação com esquadrões de caças F5 e Super Tucano, além de aviões-radar e veículos aéreos não tripulados. O Exército mobilizou infantaria e blindados Urutu e Cascavel de três divisões. As três Forças usam ainda helicópteros Black Hawk e Pantera, para transporte de tropas e missões de ataque. A operação terá ainda o apoio de 30 agências governamentais, entre elas a Polícia Federal, que elevarão o efetivo total para cerca de 10 mil homens.

O general Carlos Bolivar Goellner, comandante militar do Sul, disse que a área crítica de patrulhamento é entre as cidades de Foz do Iguaçu, no Paraná, e Corumbá, em Mato Grosso do Sul, onde é maior a maior incidência de tráfico de drogas e contrabando. Partiu da presidenta Dilma Rousseff a ordem a Amorim para a execução da Operação Ágata 5. – A ação visa a reforçar a presença do Estado na fronteira com a Bacia do Prata – disse Goellner.

Segundo ele, as fronteiras serão fortemente guarnecidas e como consequência o tráfico de drogas e o contrabando devem ser “sufocados”. Para Samuel Alves Soares, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e presidente da Associação Brasileira de Estudos de Defesa (Abed), a decisão de ampliar o número de homens armados na região de fronteira pode ser entendida como uma mensagem da disposição de aumentar a força brasileira. (Correio do Brasil-RJ)
fonte: defesanet.com

Presidenta Dilma sanciona lei que cria a AMAZUL


A presidenta da República, Dilma Rousseff, sancionou nesta quarta-feira (8) a portaria que autoriza a criação da empresa pública Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (AMAZULl). A empresa será vinculada ao Ministério da Defesa por meio do Comando Geral da Marinha e terá como finalidade desenvolver o setor nuclear do país.

De acordo com texto do projeto, a empresa vai ser direcionada ao aprimoramento “de tecnologias necessárias às atividades nucleares da Marinha do Brasil e do PNM [Programa Nuclear da Marinha] e da indústria militar naval brasileira, destacando-se a construção de submarinos para a Marinha do Brasil”.

Serão competências da Amazul, também, o fomento à implantação de novas indústrias no setor nuclear e auxílio técnico a elas; o estímulo financeiro para atividades de pesquisa na área; a elaboração de estudos e trabalhos de engenharia; a construção de protótipos para o desenvolvimento de submarinos, além de capacitação de pessoal. O projeto passou pelo crivo dos senadores ontem (11) à noite e será submetido à sanção da presidenta Dilma Rousseff.

Nova empresa

A AMAZUL será criada a partir da cisão parcial da Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON), que vai transferir funcionários que trabalham com atividades relacionadas ao PNM para compor o quadro da nova estatal. Posteriormente, será aberto concurso público para provimento de cargos. A estatal terá sede em São Paulo e poderá, futuramente, estabelecer escritórios e filiais em outros estados e no exterior.

A estrutura administrativa contará com uma Assembleia Geral, um Conselho de Administração, uma Diretoria Executiva e um Conselho Fiscal, ficando a cargo do estatuto social da empresa a definição da composição, atribuições e funcionamento das entidades associadas.

No parecer ao PLC, o relator da matéria, senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), diz que a criação da estatal vai possibilitar “o fortalecimento de nosso equipamento naval a partir de recursos humanos e tecnológicos desenvolvidos no nosso próprio País, de forma a garantir a nossa independência na exploração de atividades nucleares para fins pacíficos”.

Proposta

O governo federal criou, em julho de 2008, o Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro (PNB) com a função de fixar metas e diretrizes para a realização desse programa.

As atividades do comitê tiveram a participação de oito ministérios, entre eles o da Defesa, e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Foi no âmbito desse comitê que surgiu a proposta da Amazul.

Na Exposição de Motivos Interministerial nº 97, de 20 de março de 2012, os Ministérios da Defesa, Fazenda e do Planejamento manifestaram a intenção do governo de construir um submarino com propulsão nuclear e que se tratava de algo já válido para a criação de uma empresa pública que abrigue as atividades do PNB.

Fonte: Ministério da Defesa/defesanet

Ágata 5 - Marinha fiscaliza áreas de fronteira durante operação

 

A atuação da Marinha do Brasil na Operação Ágata 5 vai além da Inspeção Naval nos rios e lagos da região. A bordo de helicópteros UH-12 Esquilo, os militares apoiam as ações de fiscalização de embarcações pelas lanchas da Capitania Fluvial do Rio Paraná e, também, as tropas de Fuzileiros Navais, do Exército e dos órgãos de segurança pública envolvidos na Operação.

Entre os meios utilizados está uma Lancha de Ação Rápida (LAR) com características especiais, dentre elas, blindagem balística. A blindagem da embarcação oferece proteção aos militares e um maior poder dissuasório em ações de combate ao tráfego de drogas, contrabando, descaminho e outros ilícitos transfronteiriços.

Já o Esquilo, por exemplo, é utilizado para emprego em patrulhamento, missões de socorro, salvamento e evacuação aeromédica.

São 3,8 mil km de área a ser percorrida pelas aeronaves nas regiões de fronteiras dos Estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. Só na cidade de Foz do Iguaçu (PR) são cerca de 200 km de fronteira hídrica a ser fiscalizada pelos helicópteros e lanchas.

Toda a Operação integra um efetivo de 10 mil homens das Forças Armadas e demais agências governamentais.

A Operação Ágata 5 tem por objetivos reduzir a criminalidade e aumentar a segurança do povo brasileiro, combatendo o narcotráfico, contrabando de armas e munições, crimes ambientais, roubos de veículos, descaminho, evasão de divisas, entre outros delitos fronteiriços. (Diário Popular-RS)

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Últimas Notícias da ABED!!!

É Oficial, a Cidade de Belém do Pará vai ser sede do VII - ENABED - Encontro Nacional da Associação Brasileira de Defesa e do II Encontro Sul-americano de Defesa, o encontro deve ser realizado em agosto de 2013.

Operação Ágata 5 apreende 11,7 mil kg de explosivos e 300 kg de maconha

A mobilização de tropas militares nas regiões de fronteira sul e oeste do Brasil resultou na apreensão de 11,764 kg de explosivos no Rio Grande do Sul e Mato Grosso. A maior carga foi localizada em Itiquira, região de Rondonópolis (MT), estocada num caminhão que transportava o produto para pedreiras da região, sem autorização. Somente no veículo, os militares encontraram 11,614 kg. Na segunda-feira (6), soldados do Exército com apoio de agentes da Polícia Federal apreenderam 150 kg de dinamite nos municípios gaúchos de Ametista do Sul e Frederico Westphalen.
Esses são os primeiros resultados da Operação Ágata 5, deflagrada no início da semana numa área de 3,9 mil km de fronteiras com o Uruguai, Argentina, Paraguai e Bolívia. Nas últimas horas, a participação de tropas se intensificou e chegam a 17 mil militares no patrulhamento nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. Isso representa aumento de 70% do contingente militar e civil na fronteira.
Hoje pela manhã, o ministro da Defesa, Celso Amorim; o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri; e o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi, e auxiliares, realizam visita na área da Ágata 5. Pela manhã, De Nardi estará em Porto Alegre (RS), na sede do Comando Militar do Sul (CMS). Amorim inicia a visita em Ponta Porã (MS), no começo da tarde, e segue amanhã para Corumbá (MS).
Apreensão de explosivos
A explosão de caixas eletrônicos no interior do Rio Grande do Sul levou o setor de inteligência do Exército a promover levantamento de pontos de armazenagem e comércio de dinamites. Nas últimas semanas, quadrilhas implodiram equipamentos em quatro municípios gaúchos. A última ação ocorreu na madrugada de ontem (7), em São Francisco de Paula, na região da Serra. Em 2012, já são 12 os ataques aos caixas eletrônicos.
A operação resultou na apreensão dos explosivos. Além da dinamite, as tropas encontraram 9 mil metros de cordões, 315 espoletas, 300 kg de maconha, seis armas e 86 volumes com materiais considerados irregulares. O balanço das últimas 48 horas de operação indica 8.966 inspeções, vistorias e revistas. Onze aeródromos, aeronaves e pilotos passaram por vistorias da Força Aérea Brasileira (FAB) e Agência de Aviação Civil (Anac).
Operação Ágata 5
A Operação Ágata 5 foi instituída por decreto assinado pela presidenta Dilma Rousseff em 8 de junho de 2011. O documento determinou o Plano Estratégico de Fronteira (PEF), no qual o Ministério da Defesa, por meio do EMCFA, lideraria as operações nas divisas de dez países com 11 estados brasileiros e 710 municípios.
Nesta edição, Marinha, Exército e Aeronáutica, com participação de agências reguladoras, Polícias Federal e Rodoviária Federal e das forças estaduais e municipais buscam combater o tráfico de entorpecentes e de armas, contrabando e carros roubados, entre outros ilícitos.
Na área de ação, as Forças Armadas contam com apoio de aviões caça F5, Super Tucano, Veículo Aéreo Não tripulado (Vant), aviões radares, 30 navios dos diversos portes, tanques Urutu e Cascavel e armamentos leves e pesados.
O balanço dos dois primeiros dias da operação Ágata indicou uma interceptação de avião pelo Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra) e inspeções em 40 embarcações. Ocorreram 54 patrulhas e reconhecimentos navais, terrestres e aéreos.
Ações Cívico-Sociais
A Operação Ágata conta também com ações cívico-sociais, as conhecidas Acisos. Trata-se de levar à região serviços médicos e odontológicos, distribuição de medicamentos e realização de benfeitorias nas cidades carentes na região de fronteira.
O município de Pedras Altas, situado a 140 km de Bagé, no sul gaúcho, recebeu 39 militares do 3º Batalhão de Logística (Belog) e 25º Grupamento de Artilharia de Campanha (GAC). Numa das barracas montadas no local, os funcionários públicos Leonardo dos Santos, 27 anos, e Cláudio Ruchiel, 39 anos, aferiram a pressão arterial e passaram pela consulta odontológica.
“Nunca tinha ido ao médico. Estou contente porque a minha pressão está normal. Acho que essa ação é importante para os moradores da região”, disse Leonardo.
O amigo Cláudio explicou que os moradores de Pedras Altas contam com poucos recursos médicos. Os casos mais graves são atendidos em Pelotas, distante cerca de 120 km. Além dos atendimentos médicos, os militares fizeram palestras com explicações aos moradores sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), entorpecentes e recuperaram parte do galpão do Centro de Tradições Gaúchas (CTG).
Estradas vicinais
O aparato militar do 25º GAC foi montado em quatro estradas vicinais na região de Bagé. O comandante do Grupamento, coronel Carlos Eduardo Barbosa Carvalho, contou que esses bloqueios são importantes para evitar que as quadrilhas utilizem tais vias para trazerem produtos para o território brasileiro.
O coronel Carlos Eduardo esteve em Pedras Altas para acompanhar a ação naquela região. Segundo o oficial, nesse período os crimes são reduzidos. “Os bloqueios também têm efeitos nas propriedades rurais da região. Atuam como inibidores de roubos de gado e ovelhas”, contou o comandante do 25º GAC.
FONTE: Ministério da Defesa/poder terrestre

Amorim defende melhora na comunicação com Itamaraty

O ministro da Defesa, Celso Amorim - ex-chanceler no governo Lula - sugeriu a necessidade de uma melhora da comunicação entre sua pasta e o Ministério das Relações Exteriores.
A afirmação ocorreu na noite de segunda-feira, no Memorial da América Latina.

Amorim falava a uma plateia formada por militares, diplomatas e acadêmicos - que participavam do 6º Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos de Defesa.
"Não posso deixar de registrar a boa cooperação entre o Ministério da Defesa e o Itamaraty, mas podemos avançar ainda mais na criação de canais formais e fluídos de comunicação entre as duas pastas", afirmou.
Durante sua gestão no Itamaraty, houve convergências e divergências entre algumas das decisões da pasta e o ponto de vista militar.
As opiniões divergiram em casos como a tentativa de mediar um tratado nuclear com o Irã e se aproximaram em relação ao engajamento do país na missão de paz do Haiti, por exemplo.
Segundo Amorim, deve haver uma base comum aos dois ministérios de entendimento do papel do Brasil no cenário internacional.
"A capilaridade da rede de embaixadas, consulados e missões brasileiras no exterior fornece inteligência analítica de todos os cantos do mundo que deve, também ao lado das informações obtidas através de de outras organizações militares, subsidiar a ação militar, inclusive a preparação das Forças Armadas", disse.
Para o ministro, em contrapartida, "a existência de Forças Armadas adestradas e equipadas fortalece a ação diplomática".
Ele citou como bons exemplos de integração a participação do país em missões de paz. Atualmente, as mais relevantes missões de paz integradas por militares brasileiros ocorrem no Haiti e no Líbano.

Fonte: BBC - Brasil/defesanet

terça-feira, 7 de agosto de 2012

ÁGATA 5 - Brasil faz megaoperação militar nas fronteiras com Argentina, Uruguai e Paraguai

 

Luis Kawaguti
O governo brasileiro enviou uma força com cerca de 9 mil militares - equipados com helicópteros de combate, navios-patrulha, aviões de caça e blindados - para as fronteiras do país com o Paraguai, a Argentina e o Uruguai.
O deslocamento de tropas para a "Operação Ágata 5", começou na segunda-feira e deve durar entre 20 e 30 dias.

"É uma operação de fronteira que tem por objetivo, sobretudo, a repressão à criminalidade", afirmou à BBC Brasil o ministro da Defesa, Celso Amorim.
A Marinha enviou aos rios da bacia do Prata ao menos 30 embarcações - entre elas três navios de guerra e um navio-hospital.
A Força Aérea participa da operação com esquadrões de caças F5 e Super Tucano, além de aviões-radar e veículos aéreos não-tripulados.
O Exército mobilizou infantaria e blindados Urutu e Cascavel de três divisões. As três forças usam ainda helicópteros Black Hawk e Pantera, para transporte de tropas e missões de ataque.
A operação terá ainda o apoio de 30 agências governamentais - entre elas a Polícia Federal - que elevarão o efetivo total para cerca de 10 mil homens.
Segundo o general Carlos Bolivar Goellner, comandante militar do sul, a área crítica de patrulhamento será entre as cidades de Foz do Iguaçu, no Paraná, e Corumbá, no Mato Grosso do Sul - onde ocorre a maior incidência de tráfico de drogas e contrabando.

"A ação visa reforçar a presença do Estado na fronteira com a bacia do Prata", disse Goellner. Segundo ele, as fronteiras serão fortemente guarnecidas e como consequência o tráfico de drogas e o contrabando devem ser "sufocados".

Paraguai

O governo brasileiro afirma que o ambiente entre os países da América do Sul é de cooperação na área de defesa.
Apesar disso, a alta concentração de tropas nas fronteiras pode ser entendida pelos países vizinhos como um recado, segundo Samuel Alves Soares, professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e presidente da ABED (Associação Brasileira de Estudos de Defesa).
"Os países (vizinhos) podem interpretar que é uma demonstração de força. (Essa operação) tem um simbolismo, um peso, que pode ser entendido de outra maneira."
Segundo Soares, esse entendimento é especialmente possível em relação ao Paraguai, que foi isolado politicamente no mês passado após uma ação diplomática costurada pelos presidentes Dilma Rousseff, Cristina Kirchner e Jose Mujica.
Assunção foi suspensa do Mercosul após destituir o então presidente Fernando Lugo em um julgamento "relâmpago".
Segundo Soares, em alguns setores políticos paraguaios a operação Ágata 5 deverá ser entendida como uma ação típica do "imperialismo brasileiro".

Cinturão da paz

Essa possibilidade é descartada pelo ministro da Defesa. "Todos os Estados vizinhos foram previamente avisados, informados, e convidados a enviar observadores (para a operação)", afirmou Amorim durante o VI Encontro Nacional da Abed, em São Paulo, na segunda-feira.

Segundo ele, em operações anteriores, a Venezuela e a Colômbia até cooperaram com os brasileiros, fazendo ação semelhante de seu lado da fronteira.
De acordo com Amorim, a diplomacia brasileira criou ao longo dos anos um processo de integração regional e cooperação militar na América do Sul - com órgãos como o Conselho de Defesa Sulamericana, da Unasul - que resultou em um "cinturão da paz" em torno do Brasil.
Segundo ele, por causa disso, a maior ameaça militar contra o Brasil, em tese, é um cenário futuro no qual potências internacionais em conflito venham a se interessar por recursos brasileiros como água, energia e capacidade de produção de alimentos.
"O Brasil deve construir uma capacidade dissuasória crível que torne extremamente custosa a perspectiva de agressão ao nosso país", disse em palestra durante o evento.
Porém, Soares explica que tal estratégia assume que, mesmo com grandes investimentos no setor de Defesa, o Brasil não seria capaz de vencer um eventual conflito com uma potência militar internacional - sendo apenas capaz de fazer a empreitada menos atrativa ao adversário.

Criminalidade

A operação Ágata é uma determinação direta da presidente Dilma Rousseff ao Ministério da Defesa.
Até agora, cinco edições da operação já foram realizadas, em diversas regiões de fronteira do Brasil, desde o ano passado.
A atual ocorre semanas após o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do partido opositor PSDB, cobrar um maior policiamento nas fronteiras do país ao tentar explicar o aumento da criminalidade em seu Estado.
Nas quatro primeiras Ágatas foram apreendidas mais de 2,3 toneladas de drogas, 302 embarcações irregulares e 59 armas.
As Forças Armadas também dinamitaram quatro pistas de pouso clandestinas e fecharam oito garimpos e cinco madeireiras ilegais.
Também foram realizados 19 mil atendimentos médicos e 21 mil odontológicos para populações isoladas ou carentes.
Porém, as críticas dos habitantes das regiões atendidas é que quando a operação acaba, os criminosos voltam a agir normalmente.
A resposta do Ministério da Defesa é que devido à vasta extensão das fronteiras do país, as operações Ágata visam mais dissuadir as ações de criminosos do que combatê-las diretamente - além de levar a autoridade do Estado para áreas remotas do território.
A pasta afirma ainda que, após o fim das operações, a Polícia Federal faz ações específicas para flagrar criminosos que tentam "recuperar o prejuízo" após um mês de inatividade.
Segundo o general Goellner, quando não há operações de larga escala como a Ágata 5, é quase impossível fechar totalmente as fronteiras para a ação de criminosos. "Estamos sempre presentes na região, mas fechar a fronteira não é nossa missão principal, se olharmos só o lago de Itaipú, de Foz de Iguaçu a Guaíra, (encontrar os criminosos que cruzam entram no país em barcos pequenos) é como achar uma agulha em um palheiro, são quase 700 quilômetros de lago".

Segurança pública

Para o professor Soares, o governo brasileiro não deveria usar seus militares para fazer o papel de policiais, especialmente em ações domo as Ágatas. "É um equívoco. Não são forças para essa finalidade e perspectiva. Desse jeito, as Forças Armadas irão se transformar em uma espécie de Guarda Nacional", disse.
Para ele, usar os militares como policiais é um desperdício de recursos que poderiam ser usados na preparação e equipamento das Forças Armadas para um eventual conflito com uma nação estrangeira.
Amorim também afirmou que a segurança pública é competência dos Estados e que a função dos militares é a defesa contra "ameaças externas". Disse porém, que podem haver exceções para essa regra, "desde que limitadas no tempo e no espaço".
Fonte: BBC Brasil/ defesanet

Assinado contrato de fabricação de 86 VBTP-MR Guarani

O Exército Brasileiro e a Iveco assinaram, nesta terça-feira à tarde, o contrato para aquisição de 86 viaturas blindadas de transporte de tropas sobre rodas VBTP-MR Guarani, mais conhecidas como blindados Guarani. A cerimônia aconteceu no Salão de Honra do Ministério da Defesa e contou com a presença do ministro Celso Amorim.
A assinatura do contrato acontece quatro dias depois da publicação, no Diário Oficial da União, da autorização para a fabricação do Lote de Experimentação Doutrinária (LED) dos novos blindados, que chegam para promover a reestruturação das forças mecanizadas do Exército Brasileiro. O valor global do lote é de aproximadamente R$240 milhões.
As 86 unidades representam o início da produção, pela Iveco, da encomenda prévia de 2.044 unidades do blindado para o Exército. As viaturas serão utilizadas pela Infantaria e Cavalaria da força terrestre, que farão uma experimentação operacional do produto. A expectativa é de que sejam entregues ao Exército cerca de 100 unidades por ano nos próximos 20 anos.

PAC Equipamentos

Durante a cerimônia, o presidente da Iveco Latin America, Marco Mazzu, destacou que se sentia orgulhoso em participar da “retomada da indústria de defesa do Brasil”. O ministro Celso Amorim, por sua vez, afirmou que o início da produção do Guarani representa a materialização do Plano de Articulação e Equipamento de Defesa (Paed). Segundo ele, a novidade serve para mostrar que “o Paed está se tornando realidade”, e que sua implementação contribuirá para fortalecer a indústria de defesa brasileira.
Amorim lembrou ainda que 48 das 86 viaturas previstas no contrato foram incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Equipamentos do Governo Federal. Ao todo, o Ministério da Defesa terá R$ 1,527 bilhão do PAC Equipamentos. Além dos 40 carros de combate Guarani, os recursos serão destinados para compra de 4.170 caminhões e 30 veículos lançadores de mísseis Astros 2020. O repasse do dinheiro foi autorizado no final de junho, por meio de Medida Provisória assinada pela presidenta Dilma Rousseff.

Viaturas

Desenvolvido com tecnologia brasileira, por meio de um projeto conjunto entre o Centro de Tecnologia do Exército e a Iveco – empresa do Grupo Fiat Industrial –, o Guarani é um veículo anfíbio com tração 6×6 que servirá de base para uma nova família de blindados multimissões, capaz de realizar ações de reconhecimento e apoio de fogo.
O novo blindado pesa 18 toneladas e vem para substituir os modelos Urutu e Cascavel, desenvolvidos nos anos 1970 pela extinta Engesa (Engenheiros Especializados S.A). A principal característica das novas viaturas é seu design modular, permitindo a incorporação de diferentes torres, armas, sensores e sistemas de comunicações para o mesmo carro.
Por sua versatilidade, o projeto atraiu o interesse de países vizinhos empenhados em reequipar suas Forças Armadas. No primeiro semestre, houve conversas preliminares com a Argentina, que poderá adquirir 14 unidades do veículo para uso em missões conjuntas de paz com o Chile.
Os novos blindados serão produzidos em fábrica totalmente dedicada ao projeto, dentro do complexo industrial da Iveco em Sete Lagoas (MG). Até o momento, foi entregue oficialmente um único protótipo, em testes no Centro de Avaliação do Exército. A fabricação em larga escala dos Guaranis deverá ser iniciada no começo de 2013.
De acordo com a previsão do Exército Brasileiro, sete carros blindados estarão prontos até dezembro deste ano. Eles fazem parte de um total de 16 viaturas do lote-piloto do projeto. Já o Lote de Experimentação Doutrinária deverá ter 38 unidades disponíveis até julho de 2013, e os 48 restantes até julho de 2014.
Segundo a Iveco, a produção já começa com índice de conteúdo local acima de 60%. Quando a fábrica estiver operando em capacidade máxima, a cadeia produtiva deverá envolver, no Brasil, cerca de 110 fornecedores diretos e até 600 fornecedores indiretos.
Além do ministro Celso Amorim e do presidente da Iveco Latin America, Marco Mazzu, participaram da cerimônia de assinatura do contrato o comandante do Exército, general Enzo Peri; o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi; o chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, general Sinclair James Mayer; o embaixador da Itália no Brasil, Gherardo La Francesca; representantes da Iveco, além de autoridades civis e militares.

FONTE: Ministério da Defesa/ Poder Terrestre

Brasil, Índia e África do Sul querem desenvolver projetos conjuntos na área de defesa

Países-símbolo das potencialidades do eixo Sul-Sul, Brasil, Índia e África do Sul, que juntos integram o Fórum IBAS, reuniram mais uma vez seus emissários para reforçar a cooperação dos três países na área de defesa.
A agenda teve início ontem, em Brasília, com uma reunião que durou a manhã inteira, no Ministério da Defesa (MD). O encontro reuniu 22 funcionários de ministérios e representantes das indústrias nacionais de defesa.
“Nossa intenção é buscar caminhos de interação e de parceria”, afirmou o general-de-divisão Aderico Mattioli, diretor do Departamento de Produtos de Defesa do MD brasileiro.
Segundo Mattioli, essa é a segunda visita do rodízio que os três países fazem entre si. O grupo já esteve na Índia, reúne-se agora no Brasil e, por fim, irá à África do Sul, possivelmente em novembro, com a intenção de conhecer também a base industrial de defesa daquele país.
Para o general brasileiro, as visitas, que incluem deslocamentos para cidades onde há desenvolvimento de iniciativas estratégicas de defesa, ajudam a prospectar possibilidades de cooperação e de desenvolver projetos conjuntos.
Antonie Visser, chefe da Divisão de Material de Defesa da delegação sul-africana, concorda. “A finalidade aqui não é competir, e sim colaborar, para depois partirmos para pesquisa e desenvolvimento a médio e longo prazo”, disse.
Em Brasília, os representantes estrangeiros puderam conhecer a estrutura organizacional do Ministério da Defesa, bem como sistemas de defesa e projetos em andamento. Presentes também ao encontro, representantes da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde) falaram a respeito das perspectivas brasileiras no setor.
Para o secretário-adjunto de governo da Índia, Pramode Kumar Mishra, o encontro na capital brasileira foi positivo. “Os três países têm a mesma visão sobre o mundo, seguir no objetivo comum de desenvolver tecnologias em conjunto que possam atender as expectativas do grupo. Temos que dar pequenos passos, mas já tivemos um princípio. Esse é o verdadeiro significado dessa cooperação”, avaliou.
Fazem parte também do cronograma de atividades dos representantes indianos e sul-africanos, durante sua estada no Brasil, visitas às unidades militares que trabalham com pesquisas e desenvolvimento de produtos em Brasília, bem como a institutos e indústrias de defesa como a Emgepron, no Rio de Janeiro, e Embraer e Avibras, em São José dos Campos (SP), entre outras.
FONTE: Ministério da Defesa

Síria continua a atrair mercenários estrangeiros


Cada vez mais mercenários estrangeiros deslocam-se para a Síria. Segundo informações divulgadas na última segunda-feira por meios de comunicação sírios, as tropas governamentais capturaram na cidade de Aleppo, no norte do país, um grupo de oficiais da Turquia e da Arábia Saudita. Na segunda cidade mais importante do país, destacamentos militares do Governo continuam uma operação de envergadura contra elementos do Exército Livre da Síria. “Soldados da fortuna” ocupam aldeias e bairros urbanos e entregam-nos ao Exército Livre.
Anteriormente, a imprensa ocidental comentou que o “apoio militar” prestado à oposição se regulariza a partir de uma base secreta na região da cidade de Adana, no sul da Turquia. A base está desdobrada pela Turquia, Arábia Saudita e Qatar. Perto dela situa-se a base de Incirlik da Força Aérea dos Estados Unidos.
Comentando a captura de mercenários estrangeiros em Aleppo, o perito Vitali Naumkin disse à Voz da Rússia:
“Não há nada de novo na participação de oficiais turcos e sauditas da operação, porque é conhecido que o chamado Exército Livre da Síria é armado, treinado e abastecido por instrutores de vários países árabes, da Turquia também. Não há nada de surpreendente que hoje estas pessoas participam diretamente em ações militares, talvez como instrutores ou como mercenários. O fato de eles terem sido capturados e, possivelmente, serem demonstrados por meios de comunicação não alterará nada. Os países referidos apoiam abertamente a oposição síria.”
Segunda-feira, um representante anônimo do governo dos Estados Unidos declarou que Barack Obama teria assinado uma deliberação, permitindo que a CIA e outros departamentos americanos prestem assistência aos rebeldes sírios. Ao mesmo tempo, o jornal Washington Post comunicou que senadores republicanos influentes exigiram que a Administração americana comece a apoiar ativamente a oposição armada na Síria. Os autores desta iniciativa afirmam que a falta de vontade dos Estados Unidos de intervir na Síria teria contribuído para prolongar e tornar mais sangrento o conflito no país.
Há dias, canais de televisãomundiais exibiram um posto de controle na fronteira sírio-turca, ocupado pela oposição síria. Um vídeo gravou um grupo de rebeldes armados sob bandeira da Al-Qaeda. Eles revelaram que voluntários da Argélia, Arábia Saudita, Egito e Tunísia combatem na Síria contra Bashar al-Assad. Neste contexto, o jornal saudita Al-Sharq comunicou, citando fontes nos serviços secretos da Jordânia, que do lado da oposição síria combatem não menos de seis mil membros da Al-Qaeda. Ultimamente, este número cresceu em proporção geométrica, refletindo um reforço da intervenção militar externa nos assuntos da Síria.
FONTE: Voz da Rússia