A mobilização de tropas militares nas regiões de fronteira sul e oeste do
Brasil resultou na apreensão de 11,764 kg de explosivos no Rio Grande
do Sul e Mato Grosso. A maior carga foi localizada em Itiquira,
região de Rondonópolis (MT), estocada num caminhão que transportava o produto
para pedreiras da região, sem autorização. Somente no veículo, os militares
encontraram 11,614 kg. Na segunda-feira (6), soldados do Exército com apoio de
agentes da Polícia Federal apreenderam 150 kg de dinamite nos municípios gaúchos
de Ametista do Sul e Frederico Westphalen.
Esses são os primeiros resultados da Operação Ágata 5, deflagrada no início
da semana numa área de 3,9 mil km de fronteiras com o Uruguai, Argentina,
Paraguai e Bolívia. Nas últimas horas, a participação de tropas se intensificou
e chegam a 17 mil militares no patrulhamento nos estados do Rio Grande do Sul,
Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. Isso representa aumento de 70% do
contingente militar e civil na fronteira.
Hoje pela manhã, o ministro da Defesa, Celso Amorim; o comandante do
Exército, general Enzo Martins Peri; e o chefe do Estado-Maior Conjunto das
Forças Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi, e auxiliares, realizam
visita na área da Ágata 5. Pela manhã, De Nardi estará em Porto Alegre (RS), na
sede do Comando Militar do Sul (CMS). Amorim inicia a visita em Ponta Porã (MS),
no começo da tarde, e segue amanhã para Corumbá (MS).
Apreensão de explosivos
A explosão de caixas eletrônicos no interior do Rio Grande do Sul levou o
setor de inteligência do Exército a promover levantamento de pontos de
armazenagem e comércio de dinamites. Nas últimas semanas, quadrilhas implodiram
equipamentos em quatro municípios gaúchos. A última ação ocorreu na madrugada de
ontem (7), em São Francisco de Paula, na região da Serra. Em 2012, já são 12 os
ataques aos caixas eletrônicos.
A operação resultou na apreensão dos explosivos. Além da dinamite, as tropas
encontraram 9 mil metros de cordões, 315 espoletas, 300 kg de maconha, seis
armas e 86 volumes com materiais considerados irregulares. O balanço das últimas
48 horas de operação indica 8.966 inspeções, vistorias e revistas. Onze
aeródromos, aeronaves e pilotos passaram por vistorias da Força Aérea Brasileira
(FAB) e Agência de Aviação Civil (Anac).
Operação Ágata 5
A Operação Ágata 5 foi instituída por decreto assinado pela presidenta Dilma
Rousseff em 8 de junho de 2011. O documento determinou o Plano Estratégico de
Fronteira (PEF), no qual o Ministério da Defesa, por meio do EMCFA, lideraria as
operações nas divisas de dez países com 11 estados brasileiros e 710
municípios.
Nesta edição, Marinha, Exército e Aeronáutica, com participação de agências
reguladoras, Polícias Federal e Rodoviária Federal e das forças estaduais e
municipais buscam combater o tráfico de entorpecentes e de armas, contrabando e
carros roubados, entre outros ilícitos.

O balanço dos dois primeiros dias da operação Ágata indicou
uma interceptação de avião pelo Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro
(Comdabra) e inspeções em 40 embarcações. Ocorreram 54 patrulhas e
reconhecimentos navais, terrestres e aéreos.
Ações Cívico-Sociais
A Operação Ágata conta também com ações cívico-sociais, as conhecidas Acisos.
Trata-se de levar à região serviços médicos e odontológicos, distribuição de
medicamentos e realização de benfeitorias nas cidades carentes na região de
fronteira.
O município de Pedras Altas, situado a 140 km de Bagé, no sul gaúcho, recebeu
39 militares do 3º Batalhão de Logística (Belog) e 25º Grupamento de Artilharia
de Campanha (GAC). Numa das barracas montadas no local, os funcionários públicos
Leonardo dos Santos, 27 anos, e Cláudio Ruchiel, 39 anos, aferiram a pressão
arterial e passaram pela consulta odontológica.
“Nunca tinha ido ao médico. Estou contente porque a minha pressão está
normal. Acho que essa ação é importante para os moradores da região”, disse
Leonardo.

Estradas vicinais
O aparato militar do 25º GAC foi montado em quatro estradas vicinais na
região de Bagé. O comandante do Grupamento, coronel Carlos Eduardo Barbosa
Carvalho, contou que esses bloqueios são importantes para evitar que as
quadrilhas utilizem tais vias para trazerem produtos para o território
brasileiro.
O coronel Carlos Eduardo esteve em Pedras Altas para acompanhar a ação
naquela região. Segundo o oficial, nesse período os crimes são reduzidos. “Os
bloqueios também têm efeitos nas propriedades rurais da região. Atuam como
inibidores de roubos de gado e ovelhas”, contou o comandante do 25º GAC.
FONTE: Ministério da Defesa/poder terrestre
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