Luanda – Angola pretende contar com a ajuda do Brasil para a
criação da Indústria Militar Nacional e no fortalecimento da Indústria de
Defesa, visando reduzir a dependência que as FAA têm na aquisição de meios
logísticos do exterior do país.
Esta intenção foi manifestada hoje, segunda-feira, em Luanda, pelo ministro
da Defesa Nacional, Cândido Pereira dos Santos Van-Dúnem, quando discursava na
abertura das conversações entre as delegações dos ministérios da defesa de ambos
estados, no quadro da visita do seu homólogo brasileiro, Celso Amorim.
Deste modo, afirmou que o seu departamento ministerial está aberto à
exploração e discussão de outras vias de cooperação, no domínio da defesa e das
respectivas Forças Armadas, na base do respeito mútuo, da igualdade e
reciprocidade de vantagens, cujo escopo é o desenvolvimento de uma instituição
militar angolana sólida e de respeito.
“É importante sublinhar, que no âmbito do processo de reestruturação e
potenciação das Forças Armadas Angolanas, o nosso país tem mantido uma
cooperação privilegiada com diversos países do mundo, em que se inscreve o
Brasil, com quem partilhamos vantagens mútuas”, referiu.
Cândido Van-Dúnem defendeu à necessidade de, no decurso das conversações, as
delegações trabalharem para o objectivo pontual de se reforçar o teor do acordo
de cooperação já existente e, na sequência, reflectirem e concertarem novos
programas subsidiários àquele.
Por isso, o governante angolano realçou a importância da visita do seu
homólogo brasileiro, pois vai permitir a criação de novas bases mais sólidas
para uma cooperação mais dinâmica no domínio da defesa e das Forças Armadas.
Antes do início das conversações, o ministro brasileiro, que cumpre desde
hoje uma visita de 48 horas a Angola, foi recebido com honras militares na parte
frontal do edifício/sede do Ministério da Defesa Nacional, na presença do seu
homólogo angolano, e de seguida reuniram-se em privado.
Ainda hoje Celso Amorim, que faz acompanhar de oficiais generais dos ramos do
Exército, Marinha, Força Aérea, bem como de empresários da indústria militar
brasileira, visita a Base Naval de Luanda, pertencente a Marinha de Guerra
Angolana.
As conversações oficiais terminam terça-feira com a
assinatura do documento final, seguido da leitura de um comunicado de
imprensa.
Angola e Brasil mantêm relações de amizade e cooperação em vários domínios
desde 1975 pós-independência, altura que o governo brasileiro reconheceu Angola
como estado soberano.
Fonte: Angola Press
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