criação de um fundo para financiar projetos na América do Sul e na África
divide governos das duas regiões.
Enquanto africanos pressionam para tirar do papel a proposta pensada ainda
2009, países como o Brasil, Venezuela e Colômbia resistem à ideia de montar um
fundo de contribuições voluntárias para bancar projetos de infraestrutura e
energia.
A possibilidade de o Brasil ser um dos principais doadores de um fundo
formado por países ainda em desenvolvimento assusta o governo da presidente
Dilma Rousseff e é vista, ao mesmo tempo, como uma atraente oportunidade pela
maioria dos africanos.
Essas diferenças ficaram explícitas ontem, no primeiro dia da 3ª Cúpula ASA
(América do Sul-África), que reúne em Malabo, capital da Guiné Equatorial,
representantes de 66 países até sexta.
A discussão sobre a criação do fundo esquentou os debates de altos
funcionários. O assunto será debatido por chanceleres e chefes de Estado, entre
eles Dilma, que chega a Malabo na noite de hoje.
A solução tem tudo para ser, literalmente, diplomática. O Brasil sugeriu que
um grupo de trabalho seja criado para debater a proposta e, em setembro,
apresentar o formato do fundo. Mas, se não houver consenso, poderá ficar nas
mãos dos chefes de Estado a decisão final.
“Podemos fazer muito sem um fundo”, disse aos colegas diplomatas a
embaixadora Maria Edileuza Fontenete Reis. Foi ela quem conduziu as reuniões de
ontem e tentou, de todas as formas, frear a ansiedade de representantes de
países africanos.
FONTE:
Folha de S. Paulo via Resenha do Exército
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