O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse nesta terça-feira que existem altas probabilidades de que o tumor cancerígeno encontrado em sua região pélvica, no mesmo local onde já fora extraído um câncer, seja maligno, e anunciou que deve se submeter a uma cirurgia antes da semana que vem.
"Não temos certeza, ninguém pode dizer que essa nova lesão seja maligna, no entanto há probabilidades altas, porque está no mesmo lugar onde estava o outro, por isso é preciso extraí-lo", explicou Chávez ao canal de televisão estatal VTV.
O anúncio de Chávez foi feito em sua cidade natal, Barinas, onde chegou após passar o fim de semana para realizar exames em Havana, em Cuba.
Chávez disse que se trata de "uma lesão de cerca de dois centímetros" e assegurou que os médicos estão otimistas. O presidente da Venezuela disse que o surgimento do tumor estava dentro das possibilidades previstas após a cirurgia que ele realizou em junho.
O líder garantiu, no entanto, que agora está muito melhor para enfrentar uma nova operação.
"É preciso atuar rápido para precisar as características desta lesão para depois proceder uma nova etapa do tratamento", afirmou. O presidente agradeceu a grande quantidade de chamadas e mensagens que recebeu desde que foi anunciado que ele seria submetido a uma nova cirurgia.
Chávez disse que recebeu mensagens de apoio da presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, do Uruguai, José Mujica, da Nicarágua, Daniel Ortega, e da Bolívia, Evo Morales.
O presidente aproveitou para agradecer pelo Twitter o apoio recebido: "Deus pague tanta solidariedade, tanto Amor, meus amados e amadas compatriotas! Viverei! Viveremos! Venceremos! Até a Vitória Sempre!".
SUPOSIÇÕES
Chávez também atacou o que classificou como mentiras lançadas nos últimos dias, que diziam que ele teria piorado e teria que realizar uma operação de urgência em Havana.
Chávez disse que os rumores são indicadores de uma "guerra suja" e assegurou que além da verdade sobre sua lesão existem muitas mentiras.
Esse foi o mais recente de uma série de boatos sobre a saúde do líder socialista, que incluíram um de que ele só tinha alguns meses de vida.
Nelson Bocaranda, proeminente jornalista com pendores oposicionistas, escreveu na segunda-feira que Chávez, que passou por uma cirurgia em Havana em junho passado para retirar um tumor da pélvis, havia retornado a Cuba e que alguns de seus parentes também estariam indo para lá.
Mas o governo negou tudo, e o ministro da Informação, Andrés Izarra, disse que o rumor foi espalhado como parte de uma "guerra suja da escória", enquanto o líder do Congresso, Diosdado Cabello, afirmou que Chávez está saudável e pode surpreender seus detratores nesta terça-feira.
"Bocaranda está doente na alma. Todo dia deseja a morte do comandante, ou alguém está pagando para ele escrever suas mentiras?", publicou Cabello no Twitter.
Os boatos se disseminaram rapidamente durante o final de semana prolongado do Carnaval, quando os negócios praticamente param.
HISTÓRICO
No ano passado, Bocaranda deu um furo jornalístisco sobre o tratamento do câncer de Chávez na ilha comunista caribenha. Desde então, o mandatário de 57 anos insiste que está completamente recuperado, embora especialistas médicos digam ser muito cedo para afirmá-lo.
A saúde de Chávez é o coringa da eleição de 7 de outubro, na qual ele busca mais um mandato de seis anos. A oposição está unida novamente em torno de um candidato - Henrique Capriles, governador do Estado de Miranda - e vê o pleito como sua melhor chance de encerrar os 13 anos de Chávez no poder.
Pesquisas recentes dão uma vantagem a Chávez sobre Capriles, graças em parte a um grande programa de gastos governamentais em projetos sociais. Mas cerca de um terço dos venezuelanos continua indeciso, e a competição por seus votos será intensa.
Uma fonte médica próxima da equipe que trata Chávez na Venezuela disse à Reuters que ele sofre de lise tumoral, ou decomposição das células, que se apresenta com sintomas que incluem febre alta, mas a fonte não sabia se ele voltou a Cuba.
Bocaranda afirmou que os problemas de saúde recentes do presidente foram exacerbados por ele tê-los ignorado.
Fonte: Folha.com
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