terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Exército sírio retoma bombardeio de Homs durante a madrugada

O Exército sírio retomou nesta segunda-feira o bombardeio da cidade rebelde de Homs, um dia depois da Liga Árabe ter anunciado apoio à oposição a Bashar al-Assad, anunciaram militantes contrários ao regime.
As tropas oficiais dispararam obuses durante a madrugada contra o bairro de Baba Amr, reduto rebelde da cidade atacada desde 4 de fevereiro para tentar conter os protestos, afirmou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
“O bairro de Baba Amr é alvo dos bombardeios esporádicos do Exército desde as 5h (1h de Brasília)”, destaca um comunicado do OSDH. Na cidade de Rastan, na província de Homs (centro), três soldados morreram e um veículo blindado foi destruído após a tentativa fracassada de ofensiva pelo sul da localidade.
No restante do país, “violentos combates eram protagonizados por grupos de desertores e pelo Exército do regime, que avançou na região de Lajat”, na província de Deraa (sul), e “prendeu as mães de quatro desertores”, segundo a ONG. Em Hama (centro), um civil foi morto a tiros durante a noite.
No domingo, a violência matou mais de 30 pessoas, em sua maioria civis residentes em Homs, informaram ativistas da oposição. A Liga Árabe decidiu no domingo dar apoio político e material à oposição, além de pedir ao Conselho de Segurança a formação de uma força de manutenção da paz conjunta com a ONU para supervisionar um eventual cessar-fogo.
Damasco de Assad desafia oposição, Primavera e Ocidente
Após derrubar os governos de Tunísia e Egito e de sobreviver a uma guerra na Líbia, a Primavera Árabe vive na Síria um de seus episódios mais complexos. Foi em meados do primeiro semestre de 2011 que sírios começaram a sair às ruas para pedir reformas políticas e mesmo a renúncia do presidente Bashar al-Assad, mas, aos poucos, os protestos começaram a ser desafiados por uma repressão crescente que coloca em xeque tanto o governo de Damasco como a própria situação da oposição da Síria.
A partir junho de 2011, a situação síria, mais sinuosa e fechada que as de Tunísia e Egito, começou a ficar exposta. Crise de refugiados na Turquia e ataques às embaixadas dos EUA e França em Damasco expandiram a repercussão e o tom das críticas do Ocidente. Em agosto a situação mudou de perspectiva e, após a Turquia tomar posição, os vizinhos romperam o silêncio. A Liga Árabe, principal representação das nações árabes, manifestou-se sobre a crise e posteriormente decidiu pela suspensão da Síria do grupo, aumentando ainda mais a pressão ocidental, ancorada pela ONU.
Mas Damasco resiste. Observadores árabes foram enviados ao país para investigar o massacre de opositores – já organizados e dispondo de um exército composto por desertores das forças de Assad -, sem surtir efeito. No início de fevereiro de 2012, quando completavam-se 30 anos do massacre de Hama, o as forças de Assad investiram contra Homs, reduto da oposição. Pouco depois, a ONU preparou um plano que negociava a saída pacífica de Assad, mas Rússia e China vetaram a resolução, frustrando qualquer chance de intervenção, que já era complicada. A ONU estima que pelo menos 5 mil pessoas já tenham morrido na Síria.
FONTE: Terra/AFP/Poder Terrestre

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