O Brasil vai atuar junto ao governo colombiano na libertação de reféns das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), afirmou nesta quinta-feira o vice-ministro colombiano da Defesa, Jorge Enrique Bedoya, em comunicado.
O grupo armado havia prometido, em dezembro de 2011, liberar seis dos dez reféns militares que ainda estão em seu poder.
O governo do Brasil aceitou formalmente nosso pedido de participar do processo de libertação dos militares e policiais que há mais de dez anos estão privados de sua liberdade", disse o vice-ministro.
O governo do Brasil aceitou formalmente nosso pedido de participar do processo de libertação dos militares e policiais que há mais de dez anos estão privados de sua liberdade", disse o vice-ministro.
Do lado brasileiro, o Itamaraty disse que o Brasil "está pronto para colaborar no que a Colômbia necessitar", mas a assessoria do ministério afirmou que não vai entrar em detalhes dada a "natureza humanitária" do caso.
No início da semana, o chanceler Antonio Patriota havia dito em entrevista que o Brasil "não excluía" a hipótese de prestar apoio ao resgate de reféns colombianos.
Pedido de familiares
Segundo Bedoya, os governos da Colômbia e do Brasil, bem como o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, esperam agora que as Farc se pronunciem sobre uma data e local para as liberações.
"Estamos prontos para que os reféns sejam liberados. Esperamos que as Farc não aumentem mais o sofrimento das famílias", afirmou.
De acordo com o governo colombiano, a participação do Brasil foi um pedido dos próprios familiares dos prisioneiros e da ONG Colombianos e Colombianas pela Paz, por meio da qual as Farc anunciaram a liberação.
O Brasil já havia participado de liberações anteriores, com militares (pilotos) e helicópteros, que resgataram reféns na selva colombiana.
Em 2009, o Exército brasileiro atuou no resgate de seis reféns. Na época, o então presidente colombiano Álvaro Uribe pediu ajuda ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porque o Brasil era considerado o mais neutro entre os países da região.
Um ano depois, em 2010, o governo do Brasil apoiou o processo de liberação de mais dois reféns. E, em fevereiro de 2011, participou de uma operação frustrada para resgatar outros prisioneiros. Alegando dificuldades logísticas e de clima, as Farc descumpriram o acordo de libertação.
Na ocasião, a ex-senadora Piedad Córdoba e membros da Cruz Vermelha que integravam a missão humanitária chegaram a embarcar em um helicóptero do Exército brasileiro para resgatar cinco reféns. No entanto, apenas um deles, que nem estava na lista de liberações, foi entregue à missão.
'Show midiático'
Desde o início deste mês, o governo colombiano já vinha "sinalizando" ao governo brasileiro que queria apoio. Primeiro com o ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, que declarou que um "país amigo" poderia participar do resgate. Depois no último domingo, quando o próprio presidente Juan Manuel Santos disse, em sua conta no Twitter, que esperava a resposta do Brasil sobre o tema.
A ex-senadora Piedad Córdoba, líder da ONG Colombianos e Colombianas pela Paz, que já acompanhou outras missões humanitárias, disse nesta semana que acredita que os resgates poderão ocorrer em até seis semanas.
No comunicado desta quinta-feira, o vice-ministro colombiano também disse que a intenção é que os reféns sejam libertados sem "um show midiático e que ninguém deve tirar proveito da situação para conseguir vantagens políticas".
fonte: BBC Brasil
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