FORT MEADE - O soldado Bradley Manning, acusado de vazar informações dos Estados Unidos para o WikiLeaks, enfrenta nesta quinta-feira, 23, a primeira audiência na qual escutará as acusações feitas contra ele.
A audiência de leitura das acusações ocorrerá em Fort Meade, Maryland, nos Estados Unidos. A presença de Manning na sala do tribunal deverá ser breve e é o passo prévio antes do julgamento militar que, de acordo com a rede de apoio ao soldado, ocorrerá em maio.
O comandante do Distrito Militar de Washington, o general Michael Linnington, ordenou, no dia 3 de fevereiro, que uma corte marcial abra um conselho de guerra ordinário a Manning, por considerar que ele cometeu graves delitos, entre eles "ajudar o inimigo", acusação pela qual poderia ser condenado à prisão perpétua.
As outras acusações contra Manning incluem roubo de bens públicos e documentos e difundir informação relativa à defesa e à violação das regras do programa de segurança da informação das Forças Armadas. Na audiência preliminar de dezembro, a acusação apresentou testemunhas e provas que supõem que o soldado transferiu mais de 700 mil documentos para o WikiLeaks, site fundado pelo australiano Julian Assange.
A defesa de Manning, dirigida pelo advogado David Coombs, terá mais dificuldades para apresentar o caso e eventualmente recorrer, devido à rigidez do sistema judiciário militar. Durante a audiência preliminar, Coombs baseou sua defesa no estado mental de Manning, alegando que ele não deveria ter acessado informações delicadas durante sua estadia no Iraque. O advogado também explicou que os superiores de Manning fizeram caso omisso do seu comportamento e dos seus problemas de adaptação, por terem dúvidas sobre sua sexualidade.
Tanto a defesa como a rede de apoio de Manning consideram que a informação filtrada, que inclui documentos do Departamento de Estado, vídeos e registros das guerras do Iraque e Afeganistão, não colocou ninguém em perigo e nem foi publicada com o objetivo de ajudar o inimigo.
Manning trabalhou como analista de informação no Iraque desde outubro de 2009 até sua detenção em maio de 2010, quando um informante do Pentágono supostamente o delatou.
Fonte: Estadão.com
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