por José Celso de Macedo Soares*
Proclamada a Republica anunciamos nossa adesão ao Federalismo. “ Estados Unidos do Brasil”foi o novo nome do país.Tentativa de copia da federação dos Estados Unidos. Mas, só no papel. O sistema tributário concentra os poderes nas mãos do Presidente da República. Chegamos à 1930. Revolução.Constituição de 1934. A mesma coisa. As pobres comunas municipais sem recursos. 1937. Estado Novo. Getulio Vargas queima as bandeiras dos Estados. Quer demonstração mais eloqüente de centralismo? Constituições de 1946 e 1988 a mesma coisa. Dos tributos arrecadados, a União fica com 70%, os Estados com 25% e os pobres Municípios, onde moram os cidadãos , com 5%. É a centralização, Estados e Municípios dependendo dos favores do Presidente da Republica, neste orçamento federal autorizativo e não impositivo. Passam-se os anos e o Presidente da Republica nada mais é que o substituto do rei de Portugal, tal as benesses que pode fazer aos pobres Estados e Municípios pois, detêm a chave da bolsa. Daí a corrupção resultante, os “mensalões”, verbas a ONGs ligadas a partidos amigos, ao MST,etc.,etc. Todo governo centralizado tem propensão ao autoendeusamento e a se considerar acima da lei e da moral,como estamos vendo com o governo Lula, “o melhor governo que o Brasil já teve desde Pedro Álvares Cabral.” Sem comentários…
Brasileiros, entretanto, que não concordam com esta situação têm procurado através de instituições, como por exemplo, o “Instituto Federalista”, lutar contra este estado de coisas, procurando estabelecer legitima Federação no Brasil.Não será fácil lutar contra os interesses já estabelecidos. Assim proponho começar por partes,iniciando com a infraestrutura de transportes:
a) Rodovias federais. A conservação dos trechos dentre cada Estado deveria ser tarefa do respectivo Estado. Para isto, a CIDE, imposto criado para tal, deveria ser automaticamente recolhido pelo mesmo. Isto estimularia a competição entre Estados mostrando quais os mais eficientes no assunto. Alem do mais a privatização destes trechos deve ser meta.
b) Portos. A administração dos portos deve caber aos municípios em que estão situados. É o que acontece nos grandes portos do mundo como Rotterdam, Hamburgo, New York, para só citar alguns. Sempre que possível sua administração deve caber à iniciativa privada em regime de concessão;
c) Aeroportos: A administração também deve caber aos municípios onde estão localizados e sempre que possível devem ser privatizados;
d) Terminais ferroviários e rodoviários. A administração deve passar para os municípios e sempre que possível privatizados.
b) Portos. A administração dos portos deve caber aos municípios em que estão situados. É o que acontece nos grandes portos do mundo como Rotterdam, Hamburgo, New York, para só citar alguns. Sempre que possível sua administração deve caber à iniciativa privada em regime de concessão;
c) Aeroportos: A administração também deve caber aos municípios onde estão localizados e sempre que possível devem ser privatizados;
d) Terminais ferroviários e rodoviários. A administração deve passar para os municípios e sempre que possível privatizados.
Estas são algumas pinceladas , bom inicio para reforçar a Federação. Mas, mesmo o que aqui proponho nestas linhas, não será fácil. Embora os Estados sejam a favor, a União não quer abrir mão destes poderes. Dão emprego…
Autonomia tributária dos Estados e Municípios, descentralização do Judiciário, são outras medidas importantes e urgentes a tomar. Precisamos de estadistas na vida pública para fazer a Federação funcionar. E estes são escassos no nosso atual meio político. Termino com o que dizia James Clarke: “Um político pensa na próxima eleição: um estadista, na próxima geração”.
José Celso Macedo de Soares é almirante, empresário, escritor. e-mail – 2/2/2009
NOTA DO FORTE: Publicamos esse artigo em homenagem ao almirante José Celso Macedo de Soares, que faleceu no dia 29.2.2012. Poder Terrestre
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