sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Defesa dos EUA anuncia que cortará cerca de 100 mil soldados

Leon Panetta disse que novo plano desloca a atenção do Pentágono das guerras do Iraque e Afeganistão para Ásia e ciberespaço

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, anunciou nesta quinta-feira que o Exército americano será “menor e mais enxuto”, com cerca de 100 mil soldados a menos em cinco anos. O pedido de financiamento, que inclui cortes dolorosos em muitos Estados, monta o palco de uma nova luta entre o governo do presidente Barack Obama e o Congresso sobre quanto o Pentágono deve gastar na segurança nacional, enquanto o país tentar conter déficits orçamentários de um trilhão de dólares.
“Não se enganem, as economias que estamos propondo vão impactar todos os 50 Estados e muitos distritos em toda a América”, disse Panetta em uma conferência de imprensa no Pentágono. “Esse será um teste sobre se reduzir o déficit é só conversa ou ação”.
Panetta disse que buscaria US$ 88,4 bilhões de dólares para apoiar as operações de combate no Afeganistão, menos que os US$ 115 bilhões em 2012, em grande parte devido ao fim da guerra no Iraque e à retirada das forças norte-americanas no final do ano passado.
O orçamento começa a concretizar uma nova estratégia militar anunciada pelo Pentágono no início desse mês que pede uma mudança de foco, das guerras terrestres da década passada para os esforços para preservar a estabilidade na região da Ásia-Pacífico e no Oriente Médio.
Isso adiaria a compra de armas como o avião de guerra F-35 Joint Strike da Lockheed Martin’s, o maior programa de aquisição do Pentágono, além de submarinos, navios de assalto anfíbios e outras embarcações.
Os aumentos salariais dos militares começariam a diminuir depois de mais de dois anos de crescimento, e aumentariam as taxas para benefícios do sistema de saúde para militares aposentados, para os que serviram por mais de 20 anos.
Mais equipes de forças especiais, como o Seals que matou Osama Bin Laden, seriam utilizadas ao redor do mundo, acrescentou Panneta. “Nossa abordagem foi usar isso como uma oportunidade de manter forte o Exército no mundo, para não esvaziar a força”, informou Panetta em comunicado, que logo foi rebatido por rivais republicanos no Congresso.
“Levar a nossa estrutura militar de volta para antes do 11 de Setembro coloca nosso país em grave perigo”, disse o senador John Cornyn, um republicano e membro do Comitê de Serviços Armados do Senado.
Panetta anunciou que o governo vai solicitar um orçamento para 2013 de US$ 525 bilhões, além dos outros US$ 88 bilhões para operações no Afeganistão, Combinados, esses totais são cerca de US$ 33 bilhões a menos do que o Pentágono está gastando esse ano.
O secretário disse, no entanto, que o orçamento base do Pentágono vai chegar a US$ 567 bilhões em 2017. Nessa ocasião, os orçamentos acumulados de cinco anos serão US$ 259 bilhões a menos do que havia sido planejado antes do governo ter fechado um acordo de corte de déficit com o Congresso ano passado que exige uma redução de US$ 487 bilhões até 2022.
Entre os detalhes, Panetta destacou:
  • O Exército cortará 80 mil soldados, dos 570 mil de hoje para 490 mil em 2017. Esse número é ligeiramente maior do que o Exército antes do 11 de Setembro;
  • O Corpo de Fuzileiros Navais sofrerá uma redução de 202 mil para 182 mil – também acima do nível de antes do 11 de Setembro;
  • A Força Aérea irá aposentar alguns aviões mais antigos, incluindo cerca de 20 aviões de carga C-5A e 65 dos C-130 e;
  • A Marinha manterá a frota de 11 porta-aviões mas aposentará sete cruzeiros antes do planejado e adiará a compra de alguns navios.
O presidente Barack Obama vai pedir que o Congresso aprove uma o fechamento de algumas bases domésticas, embora o prazo para que isso aconteça não tenha ficado claro.
Ao anunciar os planos de reestruturação militar, Panetta afirmou que os EUA iriam manter a habilidade de derrotar “qualquer inimigo em terra” e reforçar as forças especiais.
O plano de gastos da defesa está programado para ser submetido ao Congresso como parte do orçamento total do governo em 13 de fevereiro. A ideia de Obama é uma nova atenção voltada para a Ásia, onde a rápida modernização militar da China tem preocupado os EUA e seus aliados.
FONTE: iG, com AP e Reuters e poder terrestre

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