terça-feira, 31 de janeiro de 2012

EUA fecham cerco a ditador da Síria; Hillary cobra ação da ONU

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, cobrou nesta segunda-feira uma solução política do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) à violência na Síria, enquanto a Casa Branca disse que a saída do ditador Bashar al Assad é "inevitável".
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"O Conselho de Segurança deve atuar e deixar claro ao regime sírio que a comunidade internacional vê suas ações como uma ameaça à paz e à segurança. A violência deve acabar para que comece um novo período de transição democrática", afirmou Hillary em comunicado do Departamento de Estado.
Ela condenou nos "termos mais enérgicos" o aumento dos ataques do regime a opositores, chamados de "brutais". Ela também considera que os ataques e a instabilidade provocada pelos confrontos podem "respingar" em outros países da região.
A secretária anunciou também que deverá ir à ONU na terça, junto com França, Reino Unido e representantes da Liga Árabe, para ratificar a proposta divulgada pelo bloco árabe na semana passada. "Vamos enviar uma mensagem clara de apoio ao povo sírio: estamos com vocês".
A reunião acontece com a possibilidade de veto da Rússia, que havia desenhado o primeiro rascunho de solução para a crise na Síria. Os russos não aplicaram as sanções europeias e continuam vendendo armamento para o país e demonstrando apoio ao regime de Assad.
Larry Downing - 17.jan.12/France Presse
Em comunicado, Hillary Clinton anuncia que visitará ONU para pressionar resolução contra regime sírio
Em comunicado, Hillary Clinton anuncia que visitará ONU para pressionar resolução contra regime sírio
RESOLUÇÃO
Hillary Clinton é a terceira autoridade de um dos países membros do Conselho de Segurança que participarão da reunião para definir as atitudes contra o governo sírio.
Mais cedo, os ministros das Relações Exteriores do Reino Unido e da França anunciaram que vão fazer uma visita à sede da ONU, em Nova York, para pressionar a adoção uma resolução contra a onda de violência na Síria, que já dura mais de dez meses.
Segundo a emissora de TV americana CNN, o Conselho de Segurança apresentará uma proposta de resolução ainda nesta semana, convidando o ditador sírio, Bashar al Assad a renunciar e transferir o comando do país, palco de protestos de opositores desde março do ano passado.
O chanceler francês, Alain Juppé, discursará ao órgão na terça-feira, em um esforço para conquistar o apoio dos 15 membros à proposta da Liga Árabe por uma mudança política na Síria.
"O ministro está em Nova York para convencer o Conselho de Segurança a assumir suas responsabilidades enquanto os crimes contra a humanidade cometidos pelo regime pioram", afirmou o porta-voz do ministério, Bernard Valero.
Os 15 membros do Conselho de Segurança podem votar ainda nesta semana sobre a nova resolução, que está sendo rascunhada por Reino Unido e França com consultas do Qatar, Marrocos, Estados Unidos, Alemanha e Portugal.
O chefe da Liga Árabe, Nabil Elaraby, também está em Nova York para se reunir com representantes do Conselho em busca de apoio para o plano de paz ao conflito sírio, no qual apela para o ditador Assad renunciar.
Segundo a agência de notícias Reuters, a proposta de resolução pede uma "transição política" na Síria, mas não defende sanções na ONU contra Damasco. O documento alerta, porém, que "novas medidas" poderiam ser adotadas contra o regime caso os termos da resolução não fossem cumpridos.
RÚSSIA
Os esforços franceses e britânicos buscam substituir uma proposta russa que algumas delegações ocidentais consideram ser muito confortável para Assad e pouco relevante à luz das recentes propostas da Liga Árabe.
A Rússia, que tem poder de veto no Conselho de Segurança, disse na semana passada que a resolução árabe era inaceitável e que o órgão deveria ouvir diretamente a missão da Liga Árabe enviada à Síria antes de discutir o assunto.
Nesta segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou em comunicado que o regime sírio está disposto a iniciar em Moscou um diálogo informal com a oposição, o que pode enfraquecer os esforços por uma resolução na ONU.
"Propusemos às autoridades sírias e à oposição enviar seus representantes a Moscou para contatos informais. Já recebemos uma resposta positiva por parte das autoridades sírias", informou o ministério.
O ministério disse ainda que aguarda nos próximos dias a resposta dos opositores, que até o momento se recusaram a dialogar enquanto a violência não cessar no país.
France Presse
Imagem da agência estatal SANA mostra velório de 22 soldados sírios; governo aceita negociação com mediação russa
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REPRESSÃO
Em dezembro, a ONU havia atualizado a contagem de civis mortos nas ações violentas das forças de segurança sírias em 5.000 pessoas, e, desde então, não foi divulgado nenhum novo número sobre o assunto.
O regime de Assad se defende dizendo que, na verdade, combate terroristas armados, e não manifestantes pró-democracia. Segundo as autoridades sírias, mais de 2.000 membros das forças de segurança morreram nas operações.
Na semana passada, a alta comissária para os direitos humanos na ONU, Navi Pillay, anunciou que a organização desistiu de compilar os dados sobre as vítimas da repressão na Síria devido às dificuldades existentes para obter informações.

Reuters

Opositores fazem funeral de manifestantes mortos próximo a Homs; renúncia de Assad é 'inevitável', diz EUA
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Fonte: folha.com

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