"As Malvinas não são uma causa argentina, mas uma causa global, pois nas Malvinas estão tomando nosso petróleo e nossos recursos de pesca", afirmou a presidente argentina, Cristina Kirchner, após o anúncio tomado na cúpula do Mercosul, nessa terça-feira. "Quero agradecer a todos a imensa solidariedade para com as Malvinas, e saibam que quando estão firmando algo sobre as Malvinas a favor da Argentina também o estão fazendo em defesa própria".
Com informações de agências e The Guardian.
Trata-se do mais marcante movimento coletivo dos vizinhos argentinos pela causa da libertação das Malvinas desde que, em janeiro deste ano, o Brasil se recusou a receber um navio de guerra britânico em rota às Malvinas. "Todas as demandas que são feitas de aviões ou navios britânicos em operações de guerra nas Malvinas, o Brasil não aceita. Nós reconhecemos a soberania da Argentina sobre as Malvinas e não da Inglaterra", disse na época o então ministro da Defesa, Nelson Jobim.
Seguiram-se nos meses seguintes trocas constantes de acusações entre Buenos Aires e Londres. Em junho, a diplomacia britânica voltou a afirmar que a soberania das Malvinas é inegociável. "Não temos dúvidas sobre nossa soberania das ilhas", disse um porta-voz do ministério de Relações Exteriores. A declaração foi imediatamente criticada pelo governo argentino. "O Reino Unido continua demonstrando seu desprezo pelo direito ao ignorar os apelos da comunidade internacional em negociar com a Argentina a fim de resolver a disputa de soberania", afirmou nota do Ministério das Relações Exteriores.
Os meses finais do ano foram de insinuações dos britânicos, que anunciaram a realização de manobras militares nas Malvinas, gerando reação dos membros do Mercosul, para quem a conduta britânica gerava "preocupação", constituindo uma possível violação das normas de segurança da navegação da Organização Marítima Internacional (OMI). Em novembro, no último capítulo antes do veto do Mercosul aos navios com a bandeira malvinense, o Exército britânico anunciou que o príncipe William participaria das manobras militates no sul da Argentina, num gesto visto por Buenos Aires como um "ato provocativo".
Agora, especula-se o impacto sobre o veto dos Mercosul aos navios das Malvinas, embora o Reino Unido já tenha adotado um tom forte e provocativo contra o Mercoul. "Não é imediatamente claro que impacto prático, se algum, essa declaração terá, o que lembra a linguagem usada pela União das Nações Sul-Americanas em 2010", disse um porta-voz da Câmara de Comércio das Malvinas. Já Roger Spink, presidente desse órão, foi mais além. "Se fôssemos a Palestina, a União Europeia já estaria armando-se", comparou, falando à BBC.
As Falkland, como os ingleses denominam seu território latino (localizado a menos de 500 km da Patagônia e a mais de 12 mil km do Reino Unido), representam a maior rixa entre Londres e Buenos Aires, desde a Guerra de 1982, vencida pelos britânicos.
Com informações de agências e The Guardian.
Nenhum comentário:
Postar um comentário