Surpreendente decisão da VALE cuja base é nebulosa. O acidente do VALE BEIJING e as viagens fantasmas do VALE BRASIL merecem uma atenção do Congresso.
A Vale já começou a tocar a nova estratégia desenhada por Murilo Ferreira, presidente executivo da companhia, para a área de navegação de longo curso. A mineradora vendeu a armadores asiáticos quatro dos 19 navios encomendados a estaleiros coreanos e chineses na gestão anterior de Roger Agnelli, confirmou fonte da companhia ao Valor.
A meta da Vale para 2012, adiantou o interlocutor, é colocar os restantes 15 navios a venda, mas sempre com contrato de longo prazo vinculado a transação. A nova estratégia foi aprovada na semana passada pelo conselho de administração.
O recente episódio do supernavio Beijing, contratado pela Vale da coreana STX Pan Ocean, que quase afundou quando carregava minério de ferro da empresa no píer I do porto de Ponta Madeira, em São Luís, no Maranhão, e a surpreendente resistência dos portos chineses em receber as embarcações da mineradora foram a gota d"água para Ferreira colocar em prática as mudanças
Em 2008, quando o mercado de mineração estava superaquecido, pouco antes de estourar a crise, a Vale tinha dificuldades de contratar navios para embarcar minério. Além disso, estava sendo prejudicada na concorrência com a commodity australiana dado ao alto preço do frete Brasil-China, no patamar de US$ 100 a tonelada, contra menos da metade do frete Austrália -China. Na época, a Vale vendia FOB, ou seja, preço no porto brasileiro e seus clientes contratavam o frete.
As dificuldades conjunturais de então levaram o então presidente da empresa, Roger Agnelli, a buscar uma alternativa logística para a competitividade no mercado de minério de ferro, evitando a volatilidade do frete. Inicialmente, o executivo encomendou a construção de 12 navios na China por US$ 1,6 bilhão e, pouco depois, mais sete na Coreia, somando 19. E contratou mais 16 supercargueiros junto a armadores da Coreia.
Ao todo, a frota da Vale soma 35 navios do tipo VLOC (em inglês, very large ore carries) que carregam 400 mil toneladas de minério, os maiores do mundo.
A Vale, maior fornecedora de minério de ferro para a China - 45% de suas vendas do produto são para aquele país -, apostou no sucesso da venda CIF (posto no porto do comprador) e teve sucesso. Mas não contava, no médio prazo, com a retomada da crise internacional, que vem desacelerando a economia global, inclusive a China, e nem com o bloqueio dos seus Velomax (nome dado aos supercargueiros) nos portos chineses.
No momento, a companhia vem operando nas linhas entre Brasil-Europa e Oriente Médio. Atualmente, seus navios gigantes têm atracado nos portos de Ponta a Madeira (Brasil), Taranto (Itália), Sonae (Omã) e Rotterdã (Holanda). Nenhuma das seis embarcações já entregues à companhia aportaram ainda em portos chineses.
O que a Vale está enfrentando naquele mercado é uma resistência da Cosco, estatal que pertence ao Ministério dos Transportes da China, dos armadores locais e até de grandes siderúrgicas clientes da brasileira, temerosas de que a construção de uma frota tão grande pela Vale possa derrubar ainda mais o mercado de frete, que, ao contrário de 2008, anda deprimido com uma superoferta de navios num ambiente recessivo.
Até agora, o governo da China não se manifestou em relação a questão. Com base nesse cenário incerto, a Vale decidiu virar o jogo.
Fonte: On-line Valor / Defesanet.com.br
Por Vera Saavedra Durão | Do Rio
A Vale já começou a tocar a nova estratégia desenhada por Murilo Ferreira, presidente executivo da companhia, para a área de navegação de longo curso. A mineradora vendeu a armadores asiáticos quatro dos 19 navios encomendados a estaleiros coreanos e chineses na gestão anterior de Roger Agnelli, confirmou fonte da companhia ao Valor.
A meta da Vale para 2012, adiantou o interlocutor, é colocar os restantes 15 navios a venda, mas sempre com contrato de longo prazo vinculado a transação. A nova estratégia foi aprovada na semana passada pelo conselho de administração.
O recente episódio do supernavio Beijing, contratado pela Vale da coreana STX Pan Ocean, que quase afundou quando carregava minério de ferro da empresa no píer I do porto de Ponta Madeira, em São Luís, no Maranhão, e a surpreendente resistência dos portos chineses em receber as embarcações da mineradora foram a gota d"água para Ferreira colocar em prática as mudanças
Em 2008, quando o mercado de mineração estava superaquecido, pouco antes de estourar a crise, a Vale tinha dificuldades de contratar navios para embarcar minério. Além disso, estava sendo prejudicada na concorrência com a commodity australiana dado ao alto preço do frete Brasil-China, no patamar de US$ 100 a tonelada, contra menos da metade do frete Austrália -China. Na época, a Vale vendia FOB, ou seja, preço no porto brasileiro e seus clientes contratavam o frete.
As dificuldades conjunturais de então levaram o então presidente da empresa, Roger Agnelli, a buscar uma alternativa logística para a competitividade no mercado de minério de ferro, evitando a volatilidade do frete. Inicialmente, o executivo encomendou a construção de 12 navios na China por US$ 1,6 bilhão e, pouco depois, mais sete na Coreia, somando 19. E contratou mais 16 supercargueiros junto a armadores da Coreia.
Ao todo, a frota da Vale soma 35 navios do tipo VLOC (em inglês, very large ore carries) que carregam 400 mil toneladas de minério, os maiores do mundo.
A Vale, maior fornecedora de minério de ferro para a China - 45% de suas vendas do produto são para aquele país -, apostou no sucesso da venda CIF (posto no porto do comprador) e teve sucesso. Mas não contava, no médio prazo, com a retomada da crise internacional, que vem desacelerando a economia global, inclusive a China, e nem com o bloqueio dos seus Velomax (nome dado aos supercargueiros) nos portos chineses.
No momento, a companhia vem operando nas linhas entre Brasil-Europa e Oriente Médio. Atualmente, seus navios gigantes têm atracado nos portos de Ponta a Madeira (Brasil), Taranto (Itália), Sonae (Omã) e Rotterdã (Holanda). Nenhuma das seis embarcações já entregues à companhia aportaram ainda em portos chineses.
O que a Vale está enfrentando naquele mercado é uma resistência da Cosco, estatal que pertence ao Ministério dos Transportes da China, dos armadores locais e até de grandes siderúrgicas clientes da brasileira, temerosas de que a construção de uma frota tão grande pela Vale possa derrubar ainda mais o mercado de frete, que, ao contrário de 2008, anda deprimido com uma superoferta de navios num ambiente recessivo.
Até agora, o governo da China não se manifestou em relação a questão. Com base nesse cenário incerto, a Vale decidiu virar o jogo.
Fonte: On-line Valor / Defesanet.com.br
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