Michael Weissenstein
Quando os comboios de soldados ou policiais federais se movem pelos cerrados do norte do México, os traficantes do cartel Zetas sabem que eles estão chegando.
O alerta parte de um motorista de táxi ou um vendedor ambulante, equipados com rádios portáteis de tecnologia avançada e pagos para trabalharem como olheiros, ou "halcons" (falcões).
O sinal de rádio percorre grandes distâncias no árido norte do país, onde se leva horas para chegar à rodovia mais próxima a pé. Nesses lugares, os ramos de um verde escuro do esteva, um arbusto que atinge dois metros de altura, escondem uma pequena torre de rádio pintada de verde. Um cabo enterrado no chão tira energia de um painel solar. Um repetidor de sinais transmite a mensagem ao longo de uma rede de antenas poderosas e outros repetidores que se estendem por centenas de quilômetros através do México, um sistema de comunicações fantasma que permite ao cartel coordenar as entregas de drogas, sequestros, extorsões e outros crimes com a velocidade e precisão de um exército moderno ou agência de fiscalização das leis.
O Exército e a Marinha do México começaram a atacar esse sistema, tendo já confiscado centenas de equipamentos de comunicações em pelo menos três operações realizadas desde setembro. A iniciativa dá uma boa ideia do quanto a infraestrutura é ampla e sofisticada.
Atuais e ex-agentes da lei dos Estados Unidos afirmam que os equipamentos, que vão de torres profissionais a rádios portáteis, eram parte de uma única rede que até recentemente se estendia da fronteira dos EUA até o sul da costa leste do México, no golfo do México, e a Guatemala.
A rede permitia aos operadores dos Zetas se comunicar por códigos sem depender da rede oficial de telefonia móvel do México, que as autoridades podem grampear facilmente, e em muitos casos não alcançam os rincões mais profundos do país.
"Eles estão fazendo o que qualquer unidade militar sensível faria", diz Robert Killebrew, um coronel aposentado do Exército dos EUA que vem estudando os cartéis de traficantes mexicanos para o Center for a New American Security, um instituto de estudos de Washington. "Eles estão se diversificando para o maior número de formas de comunicações possível."
O Exército mexicano disse no dia 4 que apreendeu pelo menos 167 antenas, 155 repetidores de sinais, 166 unidades de energia, 71 computadores e 1.446 rádios. Os equipamentos foram apreendidos em várias cidades do Estado de Veracruz, na costa do golfo do México, e Nuevo León, Coahuila, San Luis Potosí e Tamaulipas, no norte do país.
A rede foi construída por volta de 2006 pelo cartel do Golfo, uma gangue de traficantes de drogas que contratou um grupo de agentes conhecidos como os Zetas, que havia abandonado as forças especiais do Exército mexicano. Os Zetas romperam com o cartel do Golfo em 2010 e desde então se tornaram uma das organizações que dominam o tráfico de drogas no país, com atividades secundárias lucrativas como sequestros, extorsões e tráfico de seres humanos.
O mentor da rede foi José Luis Del Toro Estrada, um especialista em comunicações conhecido como "El Técnico", que se declarou em uma corte federal de Justiça de Houston, no Texas, dois anos atrás, culpado de conspiração para a distribuição de cocaína.
Usando equipamentos legalmente disponíveis avaliados em milhões de dólares, Del Toro estabeleceu o sistema na maioria dos 32 Estados do México e partes do norte da Guatemala, sob as ordens dos principais líderes do cartel do Golfo e dos Zetas. O chefe do cartel do Golfo e cada território dominado, ou "plaza", era responsável pela compra de torres e repetidores, além de equipar seus subalternos com rádios, segundo consta no acordo feito por Del Toro com a Justiça americana em que ele se declara culpado.
O sistema de rádio parece ser uma "rede de baixo custo com ampliação e manutenção extremamente fáceis" que mostra a sofisticação dos Zetas, afirma Gordon Housworth, diretor do Intellectual Capital Group, uma consultoria de risco e tecnologia que estudou a estrutura e operações dos cartéis e grupos criminosos do país.
Um agente da lei dos Estados Unidos diz que outras organizações criminosas do México mantêm sistemas de rádio parecidos, incluindo o cartel de Sinaloa, baseado no Estado da costa do Pacífico de mesmo nome, e a gangue de rua Barrios Azteca, que opera em Ciudad Juarez, defronte El Paso, no Texas. Esse agente falou sob a condição de permanecer no anonimato, por questões de segurança.
O alerta parte de um motorista de táxi ou um vendedor ambulante, equipados com rádios portáteis de tecnologia avançada e pagos para trabalharem como olheiros, ou "halcons" (falcões).
O sinal de rádio percorre grandes distâncias no árido norte do país, onde se leva horas para chegar à rodovia mais próxima a pé. Nesses lugares, os ramos de um verde escuro do esteva, um arbusto que atinge dois metros de altura, escondem uma pequena torre de rádio pintada de verde. Um cabo enterrado no chão tira energia de um painel solar. Um repetidor de sinais transmite a mensagem ao longo de uma rede de antenas poderosas e outros repetidores que se estendem por centenas de quilômetros através do México, um sistema de comunicações fantasma que permite ao cartel coordenar as entregas de drogas, sequestros, extorsões e outros crimes com a velocidade e precisão de um exército moderno ou agência de fiscalização das leis.
O Exército e a Marinha do México começaram a atacar esse sistema, tendo já confiscado centenas de equipamentos de comunicações em pelo menos três operações realizadas desde setembro. A iniciativa dá uma boa ideia do quanto a infraestrutura é ampla e sofisticada.
Atuais e ex-agentes da lei dos Estados Unidos afirmam que os equipamentos, que vão de torres profissionais a rádios portáteis, eram parte de uma única rede que até recentemente se estendia da fronteira dos EUA até o sul da costa leste do México, no golfo do México, e a Guatemala.
A rede permitia aos operadores dos Zetas se comunicar por códigos sem depender da rede oficial de telefonia móvel do México, que as autoridades podem grampear facilmente, e em muitos casos não alcançam os rincões mais profundos do país.
"Eles estão fazendo o que qualquer unidade militar sensível faria", diz Robert Killebrew, um coronel aposentado do Exército dos EUA que vem estudando os cartéis de traficantes mexicanos para o Center for a New American Security, um instituto de estudos de Washington. "Eles estão se diversificando para o maior número de formas de comunicações possível."
O Exército mexicano disse no dia 4 que apreendeu pelo menos 167 antenas, 155 repetidores de sinais, 166 unidades de energia, 71 computadores e 1.446 rádios. Os equipamentos foram apreendidos em várias cidades do Estado de Veracruz, na costa do golfo do México, e Nuevo León, Coahuila, San Luis Potosí e Tamaulipas, no norte do país.
A rede foi construída por volta de 2006 pelo cartel do Golfo, uma gangue de traficantes de drogas que contratou um grupo de agentes conhecidos como os Zetas, que havia abandonado as forças especiais do Exército mexicano. Os Zetas romperam com o cartel do Golfo em 2010 e desde então se tornaram uma das organizações que dominam o tráfico de drogas no país, com atividades secundárias lucrativas como sequestros, extorsões e tráfico de seres humanos.
O mentor da rede foi José Luis Del Toro Estrada, um especialista em comunicações conhecido como "El Técnico", que se declarou em uma corte federal de Justiça de Houston, no Texas, dois anos atrás, culpado de conspiração para a distribuição de cocaína.
Usando equipamentos legalmente disponíveis avaliados em milhões de dólares, Del Toro estabeleceu o sistema na maioria dos 32 Estados do México e partes do norte da Guatemala, sob as ordens dos principais líderes do cartel do Golfo e dos Zetas. O chefe do cartel do Golfo e cada território dominado, ou "plaza", era responsável pela compra de torres e repetidores, além de equipar seus subalternos com rádios, segundo consta no acordo feito por Del Toro com a Justiça americana em que ele se declara culpado.
O sistema de rádio parece ser uma "rede de baixo custo com ampliação e manutenção extremamente fáceis" que mostra a sofisticação dos Zetas, afirma Gordon Housworth, diretor do Intellectual Capital Group, uma consultoria de risco e tecnologia que estudou a estrutura e operações dos cartéis e grupos criminosos do país.
Um agente da lei dos Estados Unidos diz que outras organizações criminosas do México mantêm sistemas de rádio parecidos, incluindo o cartel de Sinaloa, baseado no Estado da costa do Pacífico de mesmo nome, e a gangue de rua Barrios Azteca, que opera em Ciudad Juarez, defronte El Paso, no Texas. Esse agente falou sob a condição de permanecer no anonimato, por questões de segurança.
Fonte: DefesaNet.com.br
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