segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Repercussão internacional da morte de Kim Jong-il; filho do ditador é o sucessor

Kim filho (à direita) segue a mesma linha Kim filho (à direita) segue a mesma linha

A morte do mandatário norte-coreano Kim Jong-il, ocorrida no sábado (17) mas anunciada apenas nesta segunda (19) por agências de notícias da Coreia do Norte, teve repercussão em todo o mundo. Enquanto alguns presidentes registravam suas condolências, a Coreia do Sul decretou situação de emergência e a Austrália pediu calma na região.
Coreia do Sul
O presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, cancelou nesta segunda-feira (19) todos seus atos oficiais e pôs seu gabinete em estado de emergência após a notícia da morte de Kim Jong-il, informou a agência local "Yonhap".
A casa presidencial sul-coreana convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança centrada na morte do líder máximo norte-coreano para decidir as diretrizes a seguir por Seul.
Estados Unidos
A Casa Branca disse a princípio que está "monitorando com atenção" as informações sobre a morte do líder norte-coreano. Os Estados Unidos informaram que estão "comprometidos com a estabilidade da península coreana e com a liberdade e segurança de nossos aliados".
O presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-Bak, conversou com o presidente Barack Obama pelo telefone.
"Os dois líderes concordaram em cooperar e monitorar a situação juntos", disse um porta-voz presidencial da Coreia do Sul.
China
A China, o mais próximo aliado da Coreia do Norte e seu maior parceiro comercial, afirmou que está "angustiada" com a notícia da morte.
A influência econômica chinesa sobre o vizinho norte-coreano, cuja economia registrou uma queda considerável, aumentou desde que a Coreia do Sul e os países ocidentais interromperam a ajuda ante a ameaça nuclear da Coreia do Norte.
Analistas consideram que a morte de Kim Jong-Il preocupa os dirigentes chineses, que estão obcecados com a estabilidade e provavelmente temem que Kim Jong-Un não tenha tempo suficiente para controlar o governo e os militares.
Depois do anúncio da morte de Kim Jong-il as ações nos mercados asiáticos registraram queda.
Japão
O governo japonês expressou condolências após a morte do ditador da Coreia do Norte, país com o qual nunca manteve relações diplomáticas.
"O governo expressa condolências após o repentino anúncio da inesperada morte do presidente da Comissão de Defesa Nacional da Coreia do Norte, Kim Jong-Il", declarou o porta-voz do governo, Osamu Fujimura.
"O governo japonês espera que esta situação não tenha consequências negativas para a paz e a estabilidade da península coreana", completou.
O Japão também esteve em contato com os EUA e Coreia do Sul para discutir a situação.
Austrália
O ministro de Exteriores da Austrália, Kevin Rudd, pediu aos governos da região para manter a calma perante a "ambiguidade e incerteza" provocada pela morte do líder norte-coreano Kim Jong-il.
Rudd disse que a Austrália manterá contato com a Coreia do Sul e seus aliados na região para pedir a todos os Governos, incluindo o da Coreia do Norte, para manter "ao máximo a calma em relação a suas ações e sinais diplomáticos".
O chefe da diplomacia australiana afirmou em entrevista coletiva em Canberra que a "Coreia do Norte é uma sociedade notoriamente hermética" e embora a sucessão política seja incerta, acredita-se que seu filho, Kim Jong-un foi preparado para ser o próximo líder.
Questão nuclear
China, Rússia, Estados Unidos, Japão, e as duas Coreias são as seis partes envolvidas em uma prolongada negociação que visa a convencer os norte-coreanos a abrir mão do seu arsenal nuclear, em troca de benefícios políticos e econômicos. O diálogo foi abandonado em 2008, e sucessivos esforços diplomáticos posteriores foram infrutíferos para levar à sua retomada.
Filho é o sucessor
Kim Jong-un, filho mais novo de Kim Jong-il, é o sucessor do comando da Coreia do Norte após a morte de seu pai, segundo informou nesta segunda-feira (19) a agência estatal de notícias do país comunista, a "KCNA".
"Temos que transformar esta tristeza em valor sob a direção de Kim Jong-un e temos que lutar para que a grande revolução tenha êxito neste momento difícil", segundo o escritório da agência, recolhido por meios de imprensa japoneses. "O comando de Kim Jong-un é seguro e definitivo para cumprir a revolução e a brilhante sucessão", conclui o escritório da KCNA.

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