O Instituto de Pesquisa Econômuica Aplicada (IPEA), uma entidade ligada à Secretaria de Estudos Estratégicos (SAE) apresentou um estudo inédito e instigante. Trata-se do Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS), que, nesta edição, mediu o temor da população a ameaças
Para a formulação de políticas públicas, particularmente, julga-se imprescindível saber o que a sociedade brasileira pensa sobre o tema, possibilitando assim o fortalecimento dos vínculos entre Estado e sociedade numa área vital para o futuro do país. Como afirmado na Estratégia Nacional de defesa (END), “nada substitui o envolvimento do povo brasileiro no debate e na construção da sua própria defesa.”.-
A abrangência assegurada pelo alcance da amostra permite a elaboração de um retrato da percepção do brasileiro acerca da Defesa Nacional. Foram aplicadas 30 questões, estruturadas em torno de quatro eixos temáticos:
i) percepção de ameaças;
ii) percepção sobre a Defesa Nacional e as Forças Armadas;
iii) poder militar do Brasil e inserção internacional; e
iv) Forças Armadas e Sociedade.
O que foi liberado na quinta-feira é a primeira parte “Percepção de Ameaças”. Segundo o pesquisador Rodrigo Fracalossi, que participou da pesquisa, o que foi liberado equivale a cerca de 30% do material coletado.
As demais etapas em avaliação e tabulação deverão ser divulgadas até o início de março o mais tardar.
Foram ouvidas 3.796 pessoas, em todas as unidades da federação e cobrindo todas as camadas sócio-econômicas.
Os dados tabulados são interessantes. Mas o que surpreendeu os pesquisadores foi que o número de pessoas que demonstraram não ter uma posição sobre o assunto foi cerca d 15% ou menos. Isto indica que o brasileiro tem uma percepção básica sobre assuntos que normalmente não lhe dão crédito.
Ou o brasileiro e a brasileira não discutem só futebol ou novela. Uma análise derivada pode ser a indicação dos bons números de confiança do brasileiro nas Forças Armadas, acima de 70%.
Tabela 1 – Percepção de ameaça militar estrangeira (nos próximos 20 anos, por região)
Pergunta: Como já foi mencionado, o Brasil, atualmente, vive em paz com os outros países do mundo. Mas e quanto ao futuro? O(a) Sr(a). acha que alguns dos países listados a seguir pode rão, nos próximos vinte anos, ser uma ameaça militar para o Brasil?
Nota para maiores avaliações por região consulte a tabela 6 nas figuras
Pergunta: Como já foi mencionado, o Brasil, atualmente, vive em paz com os outros países do mundo. Mas e quanto ao futuro? O(a) Sr(a). acha que alguns dos países listados a seguir pode rão, nos próximos vinte anos, ser uma ameaça militar para o Brasil?
Nota para maiores avaliações por região consulte a tabela 6 nas figuras
| País | % Total |
1º | Estados Unidos | 37,1 |
2º | Argentina | 15,6 |
3º | Bolívia | 12,2 |
4º | Colombia | 10,5 |
5º | China | 9,7 |
6º | Rússia | 9,0 |
7º | Países da Europa | 8,6 |
8º | Venezuela | 5,9 |
9º | Paraguai | 5,6 |
10º | Índia | 2,2 |
Tabela 2 – Percepção de possibilidade de alianças ou parcerias com outros países (nos próximos 20 anos, por região)
Pergunta: O(a) Sr(a). acha que alguns dos países listados a seguir serão, nos próximos vinte anos, importantes aliados do Brasil? Ou seja, serão países amigos/parceiros do Brasil?
Nota para maiores avaliações por região consulte a tabela 7 nas figuras
Pergunta: O(a) Sr(a). acha que alguns dos países listados a seguir serão, nos próximos vinte anos, importantes aliados do Brasil? Ou seja, serão países amigos/parceiros do Brasil?
Nota para maiores avaliações por região consulte a tabela 7 nas figuras
| País | % Total |
1º | Estados Unidos | 32,4 |
2º | Argentina | 31,4 |
3º | China | 16,7 |
4º | Bolívia | 15,1 |
5º | Paraguai | 15,0 |
6º | Países da Europa | 14,6 |
7º | Colômbia | 9,6 |
8º | Índia | 6,6 |
9º | Rússia | 5,5 |
10º | Outros | 1,8 |
Interessante observar que parece ambíguo, que ao mesmo tempo o brasileiro veja os Estados Unidos como a maior ameaça e maior parceiro para uma aliança.
"As pessoas ainda se veem ameaçadas com pais que tem capacidade militar sem paralelo. Ao mesmo tempo, as empresas americanas exportam, investem e a possibilidade de parceria é muito elevada. Essa ambiguidade decorre da variedade e da versatilidade do poder dos EUA", disse o técnico do IPEA, Rodrigo Fracalossi.
Nenhum comentário:
Postar um comentário