terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Temer se atrasa, fala pouco e diz que questão indígena é "conflito permanente"

Do mesmo modo com que se esquivou de responder às perguntas sobre política, o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), não quis responder sobre a questão dos conflitos entre indígenas e fazendeiros em Mato Grosso do Sul. Durante a curta entrevista coletiva que concedeu à imprensa, Temer informou que recebeu um manifesto que será levado à Presidência da República, e se limitou a dizer que o assunto é "conflito permanente".

Com uma hora e meia de atraso, o vice-presidente desembarcou na Base Aérea de Campo Grande, nesta terça-feira (5), para conferir de perto os resultados obtidos pela Operação Ágata 3, que foi iniciada em 22 de novembro pelas Forças Armadas Brasileiras (Marinha, Exército e Aeronáutica).

O "manifesto" recebido por Temer, foi entregue por uma integrante de Comissão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Tatiana Ujacow. Segundo ela, o documento mostra a situação indígena no Mato Grosso do Sul, cobrando respeito aos povos indígenas e retratando a quantidade de mortes, sem que as autoridades tomem providências. O documento pede ainda a demarcação das terras "para garantir a dignidade dos povos indígenas, cobrando a punição dos acusados de crime contra índios", disse Tatiana.

Temer falou rapidamente sobre a importância das ações desenvolvidas pela Operação Ágata 3, na região de fronteira Oeste do país. Para ele, a atuação dos militares reforça as ações de inteligência que dão suporte e logística ao trabalho policial.

De acordo com o vice-presidente, "algumas informações sobre a operação já haviam sido repassadas pelo governador André Puccinelli (PMDB), que nos mostrou onde os municípios da fronteira desejavam que a operação continuasse”, explicou.

O balanço geral da operação não foi divulgado, mas representantes dos órgãos públicos envolvidos e militares apresentaram ao vice-presidente dados com os resultados parciais da opração.

A Operação é realizada em conjunto entre as Forças Armadas Brasileiras e outros órgãos federais e estaduais na faixa de fronteira Oeste. A operação tem o objetivo de combater ilícitos transfronteiriços e ambientais.

Acompanhando o vice-presidente, vieram os ministros da Defesa, Celso Amorim, o General-de-Exército Enzo Martins Peri e o Comandante do Exército, José Carlos de Nardi. O ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, que tinha presença confirmada, não acompanhou a comitiva. Temer foi recebido pelo governador do Estado, André Puccinelli (PMDB).

Depois de conversar rapidamente com a imprensa, Temer retornou à Base Aérea, onde embarcou para compromisso em Cáceres, no Mato Grosso.


Autor/Fonte: Cristina Viduani com Rodson Willyams - AGORA REDE         
        

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